Batalhas pelas memórias de um ano : cartografias das memórias jornalísticas dos cinquenta anos de 1968

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Leylianne Alves Vieira lattes
Orientador(a): Regina Helena Alves da Silva lattes
Banca de defesa: Rita de Cássia Lucena Velloso, Célia Maria dos Santos Ladeira Mota, Miriam Hermeto de Sá Motta, Andrea Casa Nova Maia, Angela Cristina Salgueiro Marques
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34996
Resumo: Esta tese tem como proposta realizar uma cartografia das memórias jornalísticas de 1968 no Brasil a partir de seu cinquentenário. Se 1968 foi um ano de grandes manifestações e enfrentamentos a governos no Brasil e no mundo, suas memórias continuam a ser construídas e reconstruídas a partir das batalhas pelas memórias que se dão nos espaços públicos. Para tanto, partimos das leituras de três livros escritos por jornalistas, 1968: o ano que não terminou (Zuenir Ventura, 1988), 1968: eles só queriam mudar o mundo (Regina Zappa e Ernesto Soto, 2008) e 1968: quando a terra tremeu (Roberto Sander, 2018), e com eles cartografamos as dinâmicas de significação envolvidas nas narrativas sobre aquele ano. Começamos pelas cidades, buscando o que há de disputas, memórias e silenciamentos nas marcações territoriais que são apontados nas narrativas. Os lugares podem ser acionados institucional ou socialmente como espaços de luta e resistência, ao mesmo tempo em que ruas e muros explicitam disputas políticas e sociais que remetem, direta ou indiretamente, a 1968 e a problemáticas ainda não resolvidas no plano social. A análise do cenário do cinquentenário aponta para diversas iniciativas de geolocalização, tentativas de aproximação dos acontecimentos da ditadura militar especialmente do público jovem, com o objetivo de que ela ‘não se repita’. Partindo dessas representações cartográficas clássicas que elaboramos com base nos livros e das retomadas dos acontecimentos no cinquentenário, delimitamos quatro acontecimentos que foram acionados de diferentes maneiras em 2018: a morte do estudante Edson Luís (espontâneo), os ataques ao espetáculo Roda Viva (provocativo), a Batalha da Maria Antônia (disputado) e a edição do Ato Institucional Nº 5 (co-memorado). As discussões apontam que as narrativas de 1968 elaboradas por jornalistas priorizam a região sudeste em detrimento do restante do país e fazem poucas referências a figuras femininas. Por outro lado, os acionamentos dos acontecimentos em 2018 indicam que as narrativas ainda estão em disputa, alguns personagens de 1968 encontram espaços para testemunhar e disputar suas próprias figuras públicas, ao mesmo tempo em que determinadas narrativas articuladas pelo governo ditatorial ou pela resistência a ele persistem como memórias fortes. 1968 não é composto por acontecimentos isolados, mas ele próprio segue como um ano-acontecimento, com reverberações e disputas ativas.
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Para tanto, partimos das leituras de três livros escritos por jornalistas, 1968: o ano que não terminou (Zuenir Ventura, 1988), 1968: eles só queriam mudar o mundo (Regina Zappa e Ernesto Soto, 2008) e 1968: quando a terra tremeu (Roberto Sander, 2018), e com eles cartografamos as dinâmicas de significação envolvidas nas narrativas sobre aquele ano. Começamos pelas cidades, buscando o que há de disputas, memórias e silenciamentos nas marcações territoriais que são apontados nas narrativas. Os lugares podem ser acionados institucional ou socialmente como espaços de luta e resistência, ao mesmo tempo em que ruas e muros explicitam disputas políticas e sociais que remetem, direta ou indiretamente, a 1968 e a problemáticas ainda não resolvidas no plano social. A análise do cenário do cinquentenário aponta para diversas iniciativas de geolocalização, tentativas de aproximação dos acontecimentos da ditadura militar especialmente do público jovem, com o objetivo de que ela ‘não se repita’. Partindo dessas representações cartográficas clássicas que elaboramos com base nos livros e das retomadas dos acontecimentos no cinquentenário, delimitamos quatro acontecimentos que foram acionados de diferentes maneiras em 2018: a morte do estudante Edson Luís (espontâneo), os ataques ao espetáculo Roda Viva (provocativo), a Batalha da Maria Antônia (disputado) e a edição do Ato Institucional Nº 5 (co-memorado). As discussões apontam que as narrativas de 1968 elaboradas por jornalistas priorizam a região sudeste em detrimento do restante do país e fazem poucas referências a figuras femininas. Por outro lado, os acionamentos dos acontecimentos em 2018 indicam que as narrativas ainda estão em disputa, alguns personagens de 1968 encontram espaços para testemunhar e disputar suas próprias figuras públicas, ao mesmo tempo em que determinadas narrativas articuladas pelo governo ditatorial ou pela resistência a ele persistem como memórias fortes. 1968 não é composto por acontecimentos isolados, mas ele próprio segue como um ano-acontecimento, com reverberações e disputas ativas.This study proposes to carry out a cartography of the journalistic memories of 1968 in Brazil from its fiftieth anniversary. If 1968 was a year of great manifestations and confrontations with governments in Brazil and in the world, their memories continue to be built and rebuilt from the battles for the memories that take place in public spaces. To do so, we started from the readings of three books written by journalists, 1968: o ano que não terminou (Zuenir Ventura, 1988), 1968: eles só queriam mudar o mundo (Regina Zappa and Ernesto Soto, 2008) and 1968: quando a terra tremeu (Roberto Sander, 2018), and with them we mapped the dynamics of meaning involved in the narratives about that year. We started in the cities, looking for disputes, memories and silences in the territorial markings that are pointed out in the narratives. The places can be used institutionally or socially as spaces of struggle and resistance, at the same time that streets and walls explain political and social disputes that refer, directly or indirectly, to 1968 and to problems not yet solved in the social plan. The analysis of the fiftieth anniversary scenario points to several geolocation initiatives, attempts to approximate the events of the military dictatorship, especially among the young public, with the aim of preventing it from 'repeating itself'. Starting from these classic cartographic representations that we elaborated based on the books and from the resumption of events in the fiftieth anniversary, we delimited four events that were triggered in different ways in 2018: the death of student Edson Luís (spontaneous), the attacks on the show Roda Viva (provocative), the Battle of Maria Antônia (disputed) and the edition of Institutional Act Nº 5 (commemorate). The discussions point out that the 1968 narratives elaborated by journalists prioritize the southeast region to the detriment of the rest of the country and make little reference to female figures. On the other hand, the triggering of events in 2018 indicates that the narratives are still in dispute, some characters from 1968 find spaces to witness and dispute their own public figures, at the same time as certain narratives articulated by the dictatorial government or by resistance to it persist as strong memories. 1968 is not composed of isolated events, but it continues as an event year, with reverberations and active disputes.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Comunicação SocialUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIALMemóriasCartografias das memóriasJornalismoEspaços de memória1968Batalhas pelas memórias de um ano : cartografias das memórias jornalísticas dos cinquenta anos de 1968info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE_Batalhaspelasmemóriasdeumano_VIEIRA_LA_PPGCOM.pdfTESE_Batalhaspelasmemóriasdeumano_VIEIRA_LA_PPGCOM.pdfapplication/pdf55869944https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34996/1/TESE_Batalhaspelasmemo%cc%81riasdeumano_VIEIRA_LA_PPGCOM.pdff2a12cb2bcc8e0b3979c50f05c5c4113MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34996/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD521843/349962021-02-15 12:27:45.449oai:repositorio.ufmg.br:1843/34996TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-02-15T15:27:45Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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