A pichação como apropriação da cidade: o pixador como formador do cenário urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Álan Oziel da Silva Pires
Orientador(a): Regina Helena Alves da Silva
Banca de defesa: Luiz Duarte Haele Arnaut, Rita de Cassia Lucena Velloso, Juliana Gonzaga Jayme
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AWSKZ8
Resumo: O presente trabalho é um olhar histórico sobre a pixação na cidade de Belo Horizonte e investiga como tal forma de escrita configurou-se, desde a década de 1980 aos dias atuais. A investigação é dedicada não somente aos escritos nos muros, mas explora a pixação a partir da relação entre sujeito e cidade, verificando como o pixo constitui- se nessa relação. Desta forma, entendemos que a urbe não é somente o suporte para o pixo, mas seu elemento constituidor e, portanto, analisamos como a pixação apropria-se da cidade, dos seus discursos e espaços instituídos e, a partir da subversão destes, constrói seus próprios lugares de socialização e memória, fazendose presente no cenário urbano. Investigamos, também, as estratégias de formação da memória da pixação e sua função na coesão do grupo. Para este fim, analisamos os dispositivos de memória dos adeptos dessa forma de escrita: folhinhas (coleções de folhas de papel com pixo de diversos praticantes, iniciantes e veteranos), fotografias de agendas (muros que reúnem inscrições de pixadores e de grupos variados), relíquias (muros com pixações antigas de autores que já não atuam mais) e coleções de recortes de jornais e revistas com matérias sobre pixo. Buscando evidenciar o lastro histórico da pixação, inserimo-la em um percurso das escritas não convencionadas em suportes não convencionais e apresentamos, também, um possível caminho percorrido da pichação à pixação, passando pelas modificações formais destas escritas e pela distinção de suas nomenclaturas. Buscamos, ainda, demonstrar as relações existentes entre a dinâmica social, em aspectos demográficos e políticos, e a configuração do pixo. Nesta pesquisa abordamos a pixação como uma ação política e questionamos o entendimento de que a pixação constitua mero rabisco, pois percebemos como ela evidencia uma escolha por uma forma de se apropriar e ressignificar a cidade, não se restringindo à juventude de seus praticantes. Por fim, este trabalho possibilita perceber como a pichação e pixação passam de elemento estratégico nos confrontos políticos e torna-se algo com centralidade em sua própria feitura como ação política.
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Investigamos, também, as estratégias de formação da memória da pixação e sua função na coesão do grupo. Para este fim, analisamos os dispositivos de memória dos adeptos dessa forma de escrita: folhinhas (coleções de folhas de papel com pixo de diversos praticantes, iniciantes e veteranos), fotografias de agendas (muros que reúnem inscrições de pixadores e de grupos variados), relíquias (muros com pixações antigas de autores que já não atuam mais) e coleções de recortes de jornais e revistas com matérias sobre pixo. Buscando evidenciar o lastro histórico da pixação, inserimo-la em um percurso das escritas não convencionadas em suportes não convencionais e apresentamos, também, um possível caminho percorrido da pichação à pixação, passando pelas modificações formais destas escritas e pela distinção de suas nomenclaturas. Buscamos, ainda, demonstrar as relações existentes entre a dinâmica social, em aspectos demográficos e políticos, e a configuração do pixo. Nesta pesquisa abordamos a pixação como uma ação política e questionamos o entendimento de que a pixação constitua mero rabisco, pois percebemos como ela evidencia uma escolha por uma forma de se apropriar e ressignificar a cidade, não se restringindo à juventude de seus praticantes. Por fim, este trabalho possibilita perceber como a pichação e pixação passam de elemento estratégico nos confrontos políticos e torna-se algo com centralidade em sua própria feitura como ação política.This present work is a historic look at pixação in Belo Horizonte city and it investigates how this writing way has been developing since 1960s until today. The investigation is not concerned just about the writings on the walls, but it explores the pixação from the relation between the person and city, verifying how the pixo stablishes in this relation. In this way, we understand the city is not just the support to pixo, but its constitutor element, so we analyzed how the pixação appropriates from the city, the speeches and instituted spaces and, from the subversion of them, it constructs its socializing places and memory, making present in the urban scenery. We also investigated the strategies of the formation of memory of pixação and its function in the groups cohesion. For this, we analyzed the followers memory devices of this writing way: sheet (collection of sheets with pixo by many begginers and experienced practitioners), agenda pictures (walls with pixações and different groups registrations), relics (walls with old pixações by authors that do not act anymore), collection of parts of newspapers and magazines about pixo. We tried to evidence the historic groundwork of pixação and put it in a non-agreed writing way in non-conventional supports and also presented a possible way from pichação to pixação, presenting the formal transformation of these writings and the distinction of their names. We also wanted to show the relations of the social dynamic, in political and demographic aspects and the pixo configuration. In this research we approached the pixação as a politic action and asked the understanding of pixação as a simple scrawl, because we realized how it points a choice to appropriate and resignificate the town, not restricting it to youths. To finish, this work possibilities to realize how pichação and pixação change from strategic element in politic confrontation and becomes something with centrality in its making as a political action.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPichação de murosHistóriaPichaçãoMemóriaDissensoPixaçãoCidadeA pichação como apropriação da cidade: o pixador como formador do cenário urbanoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALa_pixa__o_como_apropria__o_da_cidade___o_pixador_como_formador_do_cen_rio__urbano_.pdfapplication/pdf6406515https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AWSKZ8/1/a_pixa__o_como_apropria__o_da_cidade___o_pixador_como_formador_do_cen_rio__urbano_.pdfcd8ef0bcdd7ec91a105db32ba09f3d7eMD51TEXTa_pixa__o_como_apropria__o_da_cidade___o_pixador_como_formador_do_cen_rio__urbano_.pdf.txta_pixa__o_como_apropria__o_da_cidade___o_pixador_como_formador_do_cen_rio__urbano_.pdf.txtExtracted texttext/plain372601https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AWSKZ8/2/a_pixa__o_como_apropria__o_da_cidade___o_pixador_como_formador_do_cen_rio__urbano_.pdf.txtc7dda1e47543ebb0fe82d4d91f97bbfcMD521843/BUOS-AWSKZ82019-11-14 09:21:09.203oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AWSKZ8Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:21:09Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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