A escola no horizonte de jovens camponeses de uma escola família agrícola

• Ano de defesa: 2010
• Autor(a) principal: Cristiane Benjamim de Freitas
• Orientador(a): Geraldo Magela Pereira Leao
• Banca de defesa: Lourdes Helena da Silva, Maria de Fatima Almeida Martins, Ines Assuncao de Castro Teixeira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Educação do campo
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/FAED-8DBHE7

Esta pesquisa se debruçou sobre as experiências de escolarização de jovens do campo, estudantes da Escola Família Agrícola Paulo Freire, do município de Acaiaca-MG, investigando os motivos que levaram esses jovens a se matricularem na escola e como se constituíram suas trajetórias escolares. Foi definido como objetivo geral compreender eanalisar as experiências de escolarização de jovens rurais estudantes da Escola Família Agrícola Paulo Freire/Acaiaca-MG. Como objetivos específicos, pretendeu-se descrever e analisar os sentidos atribuídos à escolarização pelos jovens rurais; descrever os limites, conflitos e possibilidades vivenciados nesse processo; identificar as escolhas e as estratégias que foram construídas no processo de escolarização dos jovens; analisar a relação dessas experiências na construção de projetos de futuro e/ou prolongamento dos estudos e discutir a condição juvenil no campo e sua diversidade. Os sujeitos investigados foram jovens alunos do terceiro ano dessa escola. A coleta de dados ocorreu no ano de 2009 e deu-se por observação, entrevistas individuais e semi-estruturadas com 10 estudantes, além de um questionário aplicado a 71 jovens da escola. Esses instrumentos possibilitaram colher dados a respeito das características sociais, culturais e escolares dos jovens, aspectos da condição juvenil do campo e das experiências escolares dos jovens. A fundamentação teórica para a análise do material empírico baseou-se em trabalhos das áreas de estudos sobre o meio rural brasileiro, sobre as experiências das Escolas Famílias Agrícolas e a Pedagogia da Alternância e em autores da Sociologia da Educação e da Sociologia da Juventude. A análise revelou que a escola tem para os jovens do campo sentidos múltiplos, o que resulta de uma configuração de fatores. A escola constitui para os jovens um espaço de sociabilidade, de preparação para o trabalho e de reconhecimento social. Os sentidos atribuídos à escola pelos jovens possuem alguma ligação com as suas trajetórias escolares, que estavam por sua vez marcadas pelas condições sociais em que viviam e pelo pertencimento racial ou de gênero. Através da pesquisa, pode-se afirmar que, embora os jovens pertençam a uma mesma categoria social, esta não é homogênea e eles não vivenciam a experiência escolar a partir das mesmas condições. O sentido da escolarização para vários jovens esteve vinculado aos seus projetos profissionais. Observamos que, para a maioria dos jovens, a elaboração de seus projetos apresentava o dilema entre permanecerem no meio social familiar de origem, desenvolvendo algum tipo de trabalho ligado à agricultura familiar, ou migrarem para as cidades, continuando seus estudos e/ou se inserindo em algum emprego. Diante dessa situação, os projetos, em sua maioria, situavam-se na lógica da imprevisibilidade, das incertezas e dúvidas