Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Samuel Rodrigues Ribeiro lattes
Orientador(a): Roberto Célio Valadão lattes
Banca de defesa: Adilson Viana Soares Júnior, Edgardo Manuel Latrubesse, Mariah Izar Francisquini Correia, Fábio Soares de Oliveira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: IGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/44469
Resumo: Ilhas são extensões de terra emersas, com distribuição geográfica difusa em quase todos os grandes rios tropicais. Na zona costeira da Amazônia, as ilhas estão concentradas entre os rios Amazonas, Pará e Tocantins, onde sua ocorrência generalizada contrasta com a subatenção recebida nos estudos geomorfológicos. Consequentemente, a gênese insular é pouco compreendida, em particular no sistema estabelecido na foz do Rio Tocantins. O escopo desta tese é investigar os mecanismos relacionados à evolução paleogeográfica holocênica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, com base em múltiplos indicadores (dados oceanográficos, morfo-topográfico e estrutural, registro de perfil de poços, testemunhos de sedimento, feições sedimentares, palinologia, isótopos estáveis e datação C-14). Os resultados sugerem que o rearranjo do Rio Tocantins é o estágio central da paleogeografia costeira regional. No final do Pleistoceno, esse rio divergiu da Bacia do Amazonas e abriu nova rota oriental em direção ao Oceano Atlântico. O deslocamento da camada laterítica sobrejacente à sucessão sedimentar é indicador de eventos de subsidência concomitantes ao rearranjo fluvial. Essa sucessão compreende ciclos de fining-upward atribuídos a depósito de preenchimento de canal de maré, provavelmente relacionados à configuração transgressiva. A imposição da foz do Rio Tocantins em direção ao mar modelou a paisagem holocênica. Primeiro, abriu-se o vale inciso de Maratauíra, dando início ao destacamento à franja de terra da margem continental na foz do Tocantins. A incursão marinha seguinte invadiu a região, com pico de 2 ± 0,5 m acima do atual, formando ambientes salobros dominados por manguezais entre 8410 e 1490 anos cal AP. Os manguezais sofreram declínio espacial entre 1490 e 700 anos cal AP, coincidindo com a formação de turfeiras. Em contraste, a vegetação de água doce floresceu e tornou-se dominante. Essa dinâmica paleoecológica testemunhada na paisagem é consistente com a queda do nível relativo do mar, responsável pela migração da condição salobra em direção à linha de costa. Nos últimos sete séculos, dada a fisionomia insular ascendente dos dias de hoje, as principais alterações na paisagem envolveram a subida e estabilização do nível relativo do mar na posição atual, o afogamento da rede de rios de marés com planícies dominadas pela floresta de água doce, e a separação completa da franja terrestre do domínio continental. Portanto, esse sistema insular é de curto prazo, com tendência genética e evolutiva de longo prazo. Concernente ao mecanismo estruturador da paleogeografia, a atividade tectônica e a mudança do nível do mar foram preponderantes até ~1500 anos cal AP, enquanto a hidrodinâmica teve maior envolvimento na evolução tardia. Atualmente, o papel dessa última forçante se expressa na morfodinâmica, mediante o regime de marés que subordina ~40% do trecho insular a eventos de inundação estuarina. Endereçada à região de grande potencial no âmbito da Geografia Física, as interevidências morfológicas, tectônicas, paleoecológicas, sedimentares e biogeoquímicas reunidas neste estudo fornecem dados que auxiliam na reconstrução do quadro paleogeográfico da interface terra-mar no nordeste costeiro do Estado do Pará através do Holoceno, incluindo novos sinais de nível do mar alto no litoral norte brasileiro. Em conjunto, os achados proporcionam avanços significativos para se compreender, de modo mais efetivo, a evolução da Amazônia diante de um quadro marcado pela carência de investigações geomorfológicas.
id UFMG_8159260f95bf8548840c75026ee0838a
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/44469
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Roberto Célio Valadãohttp://lattes.cnpq.br/7250719881028769Makênia Oliveira Soares Gomeshttp://lattes.cnpq.br/0494204694828086Adilson Viana Soares JúniorEdgardo Manuel LatrubesseMariah Izar Francisquini CorreiaFábio Soares de Oliveirahttp://lattes.cnpq.br/5137201769618293Samuel Rodrigues Ribeiro2022-08-22T21:22:48Z2022-08-22T21:22:48Z2022-07-12http://hdl.handle.net/1843/44469Ilhas são extensões de terra emersas, com distribuição geográfica difusa em quase todos os grandes rios tropicais. Na zona costeira da Amazônia, as ilhas estão concentradas entre os rios Amazonas, Pará e Tocantins, onde sua ocorrência generalizada contrasta com a subatenção recebida nos estudos geomorfológicos. Consequentemente, a gênese insular é pouco compreendida, em particular no sistema estabelecido na foz do Rio Tocantins. O escopo desta tese é investigar os mecanismos relacionados à evolução paleogeográfica holocênica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, com base em múltiplos indicadores (dados oceanográficos, morfo-topográfico e estrutural, registro de perfil de poços, testemunhos de sedimento, feições sedimentares, palinologia, isótopos estáveis e datação C-14). Os resultados sugerem que o rearranjo do Rio Tocantins é o estágio central da paleogeografia costeira regional. No final do Pleistoceno, esse rio divergiu da Bacia do Amazonas e abriu nova rota oriental em direção ao Oceano Atlântico. O deslocamento da camada laterítica sobrejacente à sucessão sedimentar é indicador de eventos de subsidência concomitantes ao rearranjo fluvial. Essa sucessão compreende ciclos de fining-upward atribuídos a depósito de preenchimento de canal de maré, provavelmente relacionados à configuração transgressiva. A imposição da foz do Rio Tocantins em direção ao mar modelou a paisagem holocênica. Primeiro, abriu-se o vale inciso de Maratauíra, dando início ao destacamento à franja de terra da margem continental na foz do Tocantins. A incursão marinha seguinte invadiu a região, com pico de 2 ± 0,5 m acima do atual, formando ambientes salobros dominados por manguezais entre 8410 e 1490 anos cal AP. Os manguezais sofreram declínio espacial entre 1490 e 700 anos cal AP, coincidindo com a formação de turfeiras. Em contraste, a vegetação de água doce floresceu e tornou-se dominante. Essa dinâmica paleoecológica testemunhada na paisagem é consistente com a queda do nível relativo do mar, responsável pela migração da condição salobra em direção à linha de costa. Nos últimos sete séculos, dada a fisionomia insular ascendente dos dias de hoje, as principais alterações na paisagem envolveram a subida e estabilização do nível relativo do mar na posição atual, o afogamento da rede de rios de marés com planícies dominadas pela floresta de água doce, e a separação completa da franja terrestre do domínio continental. Portanto, esse sistema insular é de curto prazo, com tendência genética e evolutiva de longo prazo. Concernente ao mecanismo estruturador da paleogeografia, a atividade tectônica e a mudança do nível do mar foram preponderantes até ~1500 anos cal AP, enquanto a hidrodinâmica teve maior envolvimento na evolução tardia. Atualmente, o papel dessa última forçante se expressa na morfodinâmica, mediante o regime de marés que subordina ~40% do trecho insular a eventos de inundação estuarina. Endereçada à região de grande potencial no âmbito da Geografia Física, as interevidências morfológicas, tectônicas, paleoecológicas, sedimentares e biogeoquímicas reunidas neste estudo fornecem dados que auxiliam na reconstrução do quadro paleogeográfico da interface terra-mar no nordeste costeiro do Estado do Pará através do Holoceno, incluindo novos sinais de nível do mar alto no litoral norte brasileiro. Em conjunto, os achados proporcionam avanços significativos para se compreender, de modo mais efetivo, a evolução da Amazônia diante de um quadro marcado pela carência de investigações geomorfológicas.The islands have a wide geographical distribution over nearly every major tropical river. In the coastal zone of the Amazon, they occur mainly between the Amazon, Pará, and Tocantins Rivers. This extensive occurrence contrasts with the attention they have received from geomorphological studies. Consequently, insular genesis is poorly understood, particularly in the system established at the mouth of the Tocantins. This study aimed to investigate the mechanisms related to the paleogeographic evolution of the mouth of the Tocantins River, State of Pará, during the Holocene, using a multi-proxy approach (oceanographic, morpho- topographic, and structural data, well drilling records, sediment cores, sedimentary features, palynology, stable isotope analysis and 14C-dating). The results suggest that the coastal adjustment of the Tocantins River is the central stage of the regional paleogeography. This river diverged from the Amazon basin and opened a new eastern route towards the Atlantic Ocean at the end of the Pleistocene. The displacement of the laterite layer overlying the sedimentary succession reflects subsidence events concurrent with the fluvial rearrangements. This succession comprises fining-upward cycles attributed to a tidal channel fill deposit, which is likely related to the transgressive configuration. The imposition of the mouth of the Tocantins towards the sea drove changes in the Holocene landscape. First, the incised valley of Maratauíra was opened, initiating the detachment of the fringe of land from the continental margin at the mouth of the Tocantins. Subsequently, the marine incursion invaded the region, attaining a peak of 2 ± 0,5 m above the present level, forming brackish environments dominated by mangroves between 8408 and 1485 cal yr BP. Mangroves suffered a spatial decline between 1485 and 700 cal yr BP, coinciding with the formation of peat bogs. In contrast, the freshwater vegetation flourished and became dominant. The paleoecological dynamics witnessed by the landscape are consistent with a fall in the relative sea level, which forced migration from brackish conditions towards the shoreline. In the last seven centuries, given the rising island physiognomy of the present day, the main changes in the landscape have involved the rise and stabilization of the sea level in the current position, drowning of the tidal river network with plains dominated by the floodplain, and complete separation of the land fringe from the continental domain. Therefore, this insular morphology is short-term, with long-term genetic and evolutionary trends. Regarding the landscape structuration mechanism, tectonic activity and sea-level change were predominant up to ~1500 cal yr BP, whereas hydrodynamics was more involved in late evolution. Currently, the role of this forcing is expressed in the morphodynamics through the tidal regime, which subordinates ~40% of the insular stretch to estuarine flood events. In addition to the region of great potential in the scope of Physical Geography, the morphological, tectonic, paleoecological, sedimentary, and biogeochemical inter-evidence gathered in this study provides data that help in the reconstruction of the paleogeographic picture of the land- sea interface of the northeastern portion of the state of Pará during the Holocene, including new signs regarding the highstand sea level on the northern Brazilian coast.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em GeografiaUFMGBrasilIGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIAhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessGeomorfologiaHidrodinâmicaPalinologiaTocantins, RioAmazôniaAmazôniaComplexo InsularHidrodinâmicaPalinologiaNeotectônicaNível Relativo do MarMorfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holocenoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALMorfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno.pdfMorfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno.pdfTese - Samuel Ribeiroapplication/pdf25647653https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44469/1/Morfoge%cc%82nese%20e%20evoluc%cc%a7a%cc%83o%20paleogeogra%cc%81fica%20da%20foz%20do%20Rio%20Tocantins%2c%20Estado%20do%20Para%cc%81%2c%20durante%20o%20Holoceno.pdf278886fa612c1f5ce63cd9574e319366MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44469/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44469/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/444692022-08-22 18:22:49.345oai:repositorio.ufmg.br:1843/44469TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-08-22T21:22:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
title Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
spellingShingle Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
Samuel Rodrigues Ribeiro
Amazônia
Complexo Insular
Hidrodinâmica
Palinologia
Neotectônica
Nível Relativo do Mar
Geomorfologia
Hidrodinâmica
Palinologia
Tocantins, Rio
Amazônia
title_short Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
title_full Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
title_fullStr Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
title_full_unstemmed Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
title_sort Morfogênese e evolução paleogeográfica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, durante o Holoceno
author Samuel Rodrigues Ribeiro
author_facet Samuel Rodrigues Ribeiro
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Roberto Célio Valadão
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/7250719881028769
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Makênia Oliveira Soares Gomes
dc.contributor.advisor-co2.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0494204694828086
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Adilson Viana Soares Júnior
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Edgardo Manuel Latrubesse
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Mariah Izar Francisquini Correia
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Fábio Soares de Oliveira
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5137201769618293
dc.contributor.author.fl_str_mv Samuel Rodrigues Ribeiro
contributor_str_mv Roberto Célio Valadão
Makênia Oliveira Soares Gomes
http://lattes.cnpq.br/0494204694828086
Adilson Viana Soares Júnior
Edgardo Manuel Latrubesse
Mariah Izar Francisquini Correia
Fábio Soares de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Amazônia
Complexo Insular
Hidrodinâmica
Palinologia
Neotectônica
Nível Relativo do Mar
topic Amazônia
Complexo Insular
Hidrodinâmica
Palinologia
Neotectônica
Nível Relativo do Mar
Geomorfologia
Hidrodinâmica
Palinologia
Tocantins, Rio
Amazônia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Geomorfologia
Hidrodinâmica
Palinologia
Tocantins, Rio
Amazônia
description Ilhas são extensões de terra emersas, com distribuição geográfica difusa em quase todos os grandes rios tropicais. Na zona costeira da Amazônia, as ilhas estão concentradas entre os rios Amazonas, Pará e Tocantins, onde sua ocorrência generalizada contrasta com a subatenção recebida nos estudos geomorfológicos. Consequentemente, a gênese insular é pouco compreendida, em particular no sistema estabelecido na foz do Rio Tocantins. O escopo desta tese é investigar os mecanismos relacionados à evolução paleogeográfica holocênica da foz do Rio Tocantins, Estado do Pará, com base em múltiplos indicadores (dados oceanográficos, morfo-topográfico e estrutural, registro de perfil de poços, testemunhos de sedimento, feições sedimentares, palinologia, isótopos estáveis e datação C-14). Os resultados sugerem que o rearranjo do Rio Tocantins é o estágio central da paleogeografia costeira regional. No final do Pleistoceno, esse rio divergiu da Bacia do Amazonas e abriu nova rota oriental em direção ao Oceano Atlântico. O deslocamento da camada laterítica sobrejacente à sucessão sedimentar é indicador de eventos de subsidência concomitantes ao rearranjo fluvial. Essa sucessão compreende ciclos de fining-upward atribuídos a depósito de preenchimento de canal de maré, provavelmente relacionados à configuração transgressiva. A imposição da foz do Rio Tocantins em direção ao mar modelou a paisagem holocênica. Primeiro, abriu-se o vale inciso de Maratauíra, dando início ao destacamento à franja de terra da margem continental na foz do Tocantins. A incursão marinha seguinte invadiu a região, com pico de 2 ± 0,5 m acima do atual, formando ambientes salobros dominados por manguezais entre 8410 e 1490 anos cal AP. Os manguezais sofreram declínio espacial entre 1490 e 700 anos cal AP, coincidindo com a formação de turfeiras. Em contraste, a vegetação de água doce floresceu e tornou-se dominante. Essa dinâmica paleoecológica testemunhada na paisagem é consistente com a queda do nível relativo do mar, responsável pela migração da condição salobra em direção à linha de costa. Nos últimos sete séculos, dada a fisionomia insular ascendente dos dias de hoje, as principais alterações na paisagem envolveram a subida e estabilização do nível relativo do mar na posição atual, o afogamento da rede de rios de marés com planícies dominadas pela floresta de água doce, e a separação completa da franja terrestre do domínio continental. Portanto, esse sistema insular é de curto prazo, com tendência genética e evolutiva de longo prazo. Concernente ao mecanismo estruturador da paleogeografia, a atividade tectônica e a mudança do nível do mar foram preponderantes até ~1500 anos cal AP, enquanto a hidrodinâmica teve maior envolvimento na evolução tardia. Atualmente, o papel dessa última forçante se expressa na morfodinâmica, mediante o regime de marés que subordina ~40% do trecho insular a eventos de inundação estuarina. Endereçada à região de grande potencial no âmbito da Geografia Física, as interevidências morfológicas, tectônicas, paleoecológicas, sedimentares e biogeoquímicas reunidas neste estudo fornecem dados que auxiliam na reconstrução do quadro paleogeográfico da interface terra-mar no nordeste costeiro do Estado do Pará através do Holoceno, incluindo novos sinais de nível do mar alto no litoral norte brasileiro. Em conjunto, os achados proporcionam avanços significativos para se compreender, de modo mais efetivo, a evolução da Amazônia diante de um quadro marcado pela carência de investigações geomorfológicas.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-08-22T21:22:48Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-08-22T21:22:48Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-07-12
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/44469
url http://hdl.handle.net/1843/44469
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Geografia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv IGC - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44469/1/Morfoge%cc%82nese%20e%20evoluc%cc%a7a%cc%83o%20paleogeogra%cc%81fica%20da%20foz%20do%20Rio%20Tocantins%2c%20Estado%20do%20Para%cc%81%2c%20durante%20o%20Holoceno.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44469/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/44469/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 278886fa612c1f5ce63cd9574e319366
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801677187982557184