Hipogalactia inicial, fatores de risco para o desmame precoce e promoção do aleitamento materno em primíparas atendidas em um Hospital Amigo da Criança no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Beatriz de Oliveira Rocha
Orientador(a): Maria Candida Ferrarez Bouzada Viana
Banca de defesa: Maria do Carmo Barros de Melo, Joel Alves Lamounier
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B55K3F
Resumo: Introdução: Hipogalactia inicial ou atraso na lactogênese II, definida como o atraso na produção copiosa do leite por mais de 72 horas pós-parto, é uma causa frequente de desmame precoce. Objetivo: Avaliar a frequência, fatores associados ao atraso de lactogênese II e sua associação com a interrupção do aleitamento materno exclusivo em uma população de primíparas atendidas em um Hospital Amigo da Criança da rede pública de saúde brasileira, bem como a identificação das ações assistenciais que podem promover maior duração da amamentação nessa população. Metodologia: Estudo prospectivo observacional com 224 mães e recém-nascidos a termo. Dados sociais e demográficos, da assistência pré-natal, bem como da assistência ao parto e cuidados hospitalares pós-natais de promoção ao aleitamento materno foram coletados na maternidade nas primeiras 24h pós-parto através de entrevista às mães e análise de prontuário médico. A ocorrência da lactogênese II foi identificada no 4º dia pós-parto, a partir do relato materno de modificações na mama e no leite. As informações sobre o manejo do aleitamento materno após a alta hospitalar foram coletadas no 7º e 14º dias pós-parto. Realizou-se análise descritiva com tabelas de frequência e teste de Kolmogorov-Smirnov. Foram feitas análises bivariadas com testes de Mann-Whitney, Spearman, Qui-quadrado e Exato de Fisher. Regressão de Poisson com variância robusta e regressão logística multivariada, ambas com seleção backward (p<0,05), identificaram os fatores associados ao atraso de lactogênese II e à interrupção do aleitamento materno exclusivo no 7º e 14º dias pós-parto. Resultados: O atraso de lactogênese II ocorreu em 18,8% das participantes e foi estatisticamente associado à idade materna > 26 anos (IRR: 1,081; IC95%: 1,039 1,125), consumo de álcool na gestação (IRR: 2,710; 95%: 1,469 4,996), suplementação por fórmula durante internação hospitalar (IRR: 3,285; IC95%: 1,756 6,147) e pontuação 10 na Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (IRR: 2,467, IC95%: 1,378 4,419). A taxa de desmame foi de 16% no 7º dia e 25% no 14º dia pós-parto. Atraso da lactogênese II (OR: 4,121; IC95% 1,794 9,472); uso de chupeta (OR: 3,904; IC95% 1,837 - 8,295), início de contato pele a pele após 5 minutos (OR: 1,343; IC95% 1,017 1,778) e pontuação < 60 na Escala de Autoeficácia em Amamentação (OR: 1,031; IC95% 1,004 1,058) foram associados ao desmame no sétimo dia. Uso de chupeta (OR: 5,071; IC95% 2,439 10,542), atraso da lactogênese II (OR: 3.245, IC95% 1.450 - 7.263) e pontuação < 60 na Escala de Autoeficácia em Amamentação (OR: 2,427; IC95% 1,170 - 5,035) foram associados ao desmame no 14º dia pós-parto. Dentre as ações de promoção de aleitamento materno recomendadas pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança, identificou-se menor frequência na implementação das práticas referentes aos passos 3, 5, 8 e 10 nessa população. Conclusão: Atraso da lactogênese II é fator de risco para o desmame precoce. Mães com idade acima de 26 anos, mães que consumiram álcool na gestação e mães que apresentem risco ou histórico de depressão pós-parto devem ser identificadas durante o pré-natal e acompanhadas após o parto para o diagnóstico e manejo correto das dificuldades no estabelecimento da lactação. A suplementação com fórmulas infantis deve ser criteriosa. O contato pele a pele imediato por uma hora pós-parto deve ser reforçado e o uso de chupeta em recém-nascidos a termo amamentados ao seio deve ser evitado. O uso de escalas padronizadas pode auxiliar os profissionais de saúde a identificarem mães com maior risco de depressão pós-parto e com dificuldades na lactação, auxiliando na prevenção do desmame precoce. Acompanhamento ambulatorial nas primeiras duas semanas é fundamental para o manejo da hipogalactia inicial e prevenção da interrupção precoce da amamentação exclusiva.
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Dados sociais e demográficos, da assistência pré-natal, bem como da assistência ao parto e cuidados hospitalares pós-natais de promoção ao aleitamento materno foram coletados na maternidade nas primeiras 24h pós-parto através de entrevista às mães e análise de prontuário médico. A ocorrência da lactogênese II foi identificada no 4º dia pós-parto, a partir do relato materno de modificações na mama e no leite. As informações sobre o manejo do aleitamento materno após a alta hospitalar foram coletadas no 7º e 14º dias pós-parto. Realizou-se análise descritiva com tabelas de frequência e teste de Kolmogorov-Smirnov. Foram feitas análises bivariadas com testes de Mann-Whitney, Spearman, Qui-quadrado e Exato de Fisher. Regressão de Poisson com variância robusta e regressão logística multivariada, ambas com seleção backward (p<0,05), identificaram os fatores associados ao atraso de lactogênese II e à interrupção do aleitamento materno exclusivo no 7º e 14º dias pós-parto. Resultados: O atraso de lactogênese II ocorreu em 18,8% das participantes e foi estatisticamente associado à idade materna > 26 anos (IRR: 1,081; IC95%: 1,039 1,125), consumo de álcool na gestação (IRR: 2,710; 95%: 1,469 4,996), suplementação por fórmula durante internação hospitalar (IRR: 3,285; IC95%: 1,756 6,147) e pontuação 10 na Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (IRR: 2,467, IC95%: 1,378 4,419). A taxa de desmame foi de 16% no 7º dia e 25% no 14º dia pós-parto. Atraso da lactogênese II (OR: 4,121; IC95% 1,794 9,472); uso de chupeta (OR: 3,904; IC95% 1,837 - 8,295), início de contato pele a pele após 5 minutos (OR: 1,343; IC95% 1,017 1,778) e pontuação < 60 na Escala de Autoeficácia em Amamentação (OR: 1,031; IC95% 1,004 1,058) foram associados ao desmame no sétimo dia. Uso de chupeta (OR: 5,071; IC95% 2,439 10,542), atraso da lactogênese II (OR: 3.245, IC95% 1.450 - 7.263) e pontuação < 60 na Escala de Autoeficácia em Amamentação (OR: 2,427; IC95% 1,170 - 5,035) foram associados ao desmame no 14º dia pós-parto. Dentre as ações de promoção de aleitamento materno recomendadas pela Iniciativa Hospital Amigo da Criança, identificou-se menor frequência na implementação das práticas referentes aos passos 3, 5, 8 e 10 nessa população. Conclusão: Atraso da lactogênese II é fator de risco para o desmame precoce. Mães com idade acima de 26 anos, mães que consumiram álcool na gestação e mães que apresentem risco ou histórico de depressão pós-parto devem ser identificadas durante o pré-natal e acompanhadas após o parto para o diagnóstico e manejo correto das dificuldades no estabelecimento da lactação. A suplementação com fórmulas infantis deve ser criteriosa. O contato pele a pele imediato por uma hora pós-parto deve ser reforçado e o uso de chupeta em recém-nascidos a termo amamentados ao seio deve ser evitado. O uso de escalas padronizadas pode auxiliar os profissionais de saúde a identificarem mães com maior risco de depressão pós-parto e com dificuldades na lactação, auxiliando na prevenção do desmame precoce. Acompanhamento ambulatorial nas primeiras duas semanas é fundamental para o manejo da hipogalactia inicial e prevenção da interrupção precoce da amamentação exclusiva.Background: Hypogalactia or delayed lactogenesis II, defined as delayed copious milk production for more than 72 hours postpartum is a frequent cause of early weaning. Research Aims/Questions: To evaluate the frequency of and factors associated with delayed lactogenesis II. As well as, its association with exclusive breastfeeding cessation in a population of primiparas seen at a Baby-Friendly Hospital of the Brazilian public health system, besides the identification of care actions which may promote longer duration of breastfeeding in this population. Methodology: Prospective observational study with 224 mothers and full-term newborns. Social and demographic data, prenatal care, as well as peripartum and postnatal hospital care for breastfeeding promotion were collected in the maternity ward within 24 hours postpartum through an interview with mothers and medical records analysis. The occurrence of lactogenesis II was identified on day 4 postpartum from maternal report of changes in the breast and milk. Information on the management of breastfeeding after hospital discharge was collected on day 7 in person and day 14 after delivery by phone call. Descriptive analysis was performed with Kolmogorov-Smirnov and frequency tables. Bivariate analyzes were performed with MannWhitney, Spearman, Chi-square and Fisher's Exact tests. Poisson regression with robust variance and multivariate logistic regression, both with backward selection, identified factors associated with delayed lactogenesis II and exclusive breastfeeding cessation on days 7 and 14 postpartum. Results: Delayed lactogenesis II occurred in 18.8% of the mothers and was associated to increased mother´s age (IRR: 1.081, 95% CI: 1.039 - 1.125), alcohol consumption during pregnancy (IRR: 2.710, 95%: 1.469 - 4.996), formula supplementation during hospital stay (IRR: 3.285, 95% CI: 1.756 6.147) and score 10 on the Edinburgh Postpartum Depression Scale (IRR: 2.467, 95%IC: 1.378 4.419). The weaning rate was 16% on day 7 and 25% on day 14. Delayed lactogenesis II (OR: 4.121, IC95% 1.794 - 9.472); use of dummies (OR: 3.904, IC95% 1.837 - 8.295); late onset of skin-to-skin contact (OR: 1.343, IC95% 1.017 - 1.778) and scores < 60 on the Breastfeeding Self Efficacy Scale (OR: 1.031, IC95% 1.004 - 1.058) are associated to weaning on day 7. Use of dummies (OR: 5.071, 95%IC: 2.439 10.541), delayed lactogenesis II (OR: 3.245, 95%IC: 1.450 7.263 and scores < 60 on Breastfeeding Self Efficacy Scale (OR: 2.427, 95%IC 1.170 5.035 are associated with weaning on day 14 postpartum. Among breastfeeding promotion actions recommended by the Baby-Friendly Hospital Initiative, it was identified a lower frequency of implementation in practices referring to steps 3,5,8 and 10 in this population. Conclusion: Delayed onset of lactogenesis II is a risk factor for early weaning. Older mothers who consumed alcohol during pregnancy and who present risk or history of postpartum depression should be identified during prenatal care and followed up during the first week postpartum for the diagnosis and correct management of difficulties in establishing lactation. Supplementation with infant formulas should be judicious. Breastfeeding promotion practices widely spread such as skin-to-skin contact right away for an hour after delivery should be strengthened and the use of pacifiers in breastfed term infants should be avoided. The use of standardized scales can help health professionals to identify mothers at greater risk of postpartum depression and with lactation difficulties, helping to prevent early weaning. Postnatal outpatient follow-up within the first two weeks is critical for the management of initial hypogalactia and prevention of early cessation of exclusive breastfeeding.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAleitamento MaternoDesmameTranstornos da LactaçãoPessoal de SaúdeMedicinaCapacitação ProfissionalAleitamento MaternoTranstornos da LactaçãoPessoal de SaúdeDesmame PrecoceCapacitação ProfissionalHipogalactia inicial, fatores de risco para o desmame precoce e promoção do aleitamento materno em primíparas atendidas em um Hospital Amigo da Criança no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_hipogalactia_inicial_beatriz_rocha.pdfapplication/pdf1709233https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B55K3F/1/disserta__o_hipogalactia_inicial_beatriz_rocha.pdf7511fa945ea7d429d3d01a2221d362d4MD51TEXTdisserta__o_hipogalactia_inicial_beatriz_rocha.pdf.txtdisserta__o_hipogalactia_inicial_beatriz_rocha.pdf.txtExtracted texttext/plain271747https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B55K3F/2/disserta__o_hipogalactia_inicial_beatriz_rocha.pdf.txt0531ba9ed5d123b4580517fc46940388MD521843/BUOS-B55K3F2019-11-14 05:13:18.048oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B55K3FRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:13:18Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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