Cooperação transversal, proximidade e organização do trabalho na gestão de OPMES em um Hospital Universitário : uma análise multinível, longitudinal e histórica das quebras de estoque endovasculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gustavo Murta Ferreira Duca lattes
Orientador(a): Francisco de Paula Antunes Lima lattes
Banca de defesa: Ana Valeria Carneiro Dias, Carolina Maria do Carmo Alonso
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Departamento: ENG - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA PRODUÇÃO
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/60174
Resumo: Com a constatação da recorrência das quebras de estoque de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) endovasculares no Hospital das Clínicas da UFMG (HC), surgiu a oportunidade de realizar um estudo aprofundado. A gestão desses materiais apresenta uma complexidade adicional devido à sua variedade e similaridade e às particularidades de cada paciente. Isso implica em incertezas quanto aos tamanhos e modelos que serão efetivamente utilizados, com tal escolha sendo realizada com a endocirurgia já iniciada. Em um Hospital Universitário Federal (HU-F) como o HC, as particularidades das compras públicas tornam essa gestão ainda mais desafiadora, com a burocracia e os prazos de pagamento impactando diretamente na disponibilidade dos materiais. Situado em um contexto marcado pela crise dos HUs-F em décadas passadas e pela subsequente criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a gestão de OPMEs interliga diversas funções das áreas administrativas e assistenciais no HC, com destaque para o trabalho backoffice que é muitas vezes subvalorizado e invisibilizado. Para explorar esses temas, foi adotada uma abordagem multidisciplinar, incorporando elementos da Ergonomie de l'activité e da Grounded Theory, com a coleta, análise e categorização de dados qualitativos sendo realizadas concomitantemente, e uma abordagem multinível, mapeando os determinantes subjacentes por meio de diagramas AcciMap. A pesquisa identificou que, aliadas às variabilidades e incertezas, as quebras, a maior margem de manobra de uma subespecialidade endovascular e a pressão por produtividade dessa equipe, levam ao fenômeno denominado silêncio organizacional. Ao mesmo tempo que as quebras têm implicações substanciais, afetando custos e segurança do paciente e dos trabalhadores assistenciais, os endocirurgiões evitam relatá-las por receio de que a utilização de OPMEs similares aos faltantes seja mal compreendida por atores mais distantes da realidade das suas atividades assistenciais. A análise organizacional revelou como falhas em diversos processos estão associadas às quebras e identificou seus determinantes sistêmicos, como problemas escalando entre os processos e ferramentas de controle inadequadas ao seu monitoramento. No entanto, a falta de cooperação transversal e a fragilização da gestão de proximidade, aquilo que identificamos como vácuos organizacionais, emergiram como fatores cruciais. Esses vácuos estão relacionados às mudanças que ocorreram a partir da adesão à EBSERH, resultando em alta rotatividade e falta de acompanhamento adequado dos novatos. Nossos resultados destacam a interdependência entre as áreas-meio de suporte administrativo e as áreas-fim assistenciais de cuidado e cura, identificando as quebras não como eventos isolados, mas como sintomas de disfunções estruturais no sistema sociotécnico do hospital, ou seja, como acidentes organizacionais. A estrutura atual revelou-se insuficiente tanto para reter o conhecimento quanto para promover o desenvolvimento de recursos imateriais e o retorno da experiência. Portanto, este estudo contribui para um melhor entendimento das complexidades envolvidas na gestão de OPME em HUs-F, destacando a importância de uma organização do trabalho backoffice que privilegie a cooperação transversal e a gestão de proximidade na prevenção de quebras e no fortalecimento da resiliência do sistema diante das saídas de trabalhadores experientes.
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Em um Hospital Universitário Federal (HU-F) como o HC, as particularidades das compras públicas tornam essa gestão ainda mais desafiadora, com a burocracia e os prazos de pagamento impactando diretamente na disponibilidade dos materiais. Situado em um contexto marcado pela crise dos HUs-F em décadas passadas e pela subsequente criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a gestão de OPMEs interliga diversas funções das áreas administrativas e assistenciais no HC, com destaque para o trabalho backoffice que é muitas vezes subvalorizado e invisibilizado. Para explorar esses temas, foi adotada uma abordagem multidisciplinar, incorporando elementos da Ergonomie de l'activité e da Grounded Theory, com a coleta, análise e categorização de dados qualitativos sendo realizadas concomitantemente, e uma abordagem multinível, mapeando os determinantes subjacentes por meio de diagramas AcciMap. A pesquisa identificou que, aliadas às variabilidades e incertezas, as quebras, a maior margem de manobra de uma subespecialidade endovascular e a pressão por produtividade dessa equipe, levam ao fenômeno denominado silêncio organizacional. Ao mesmo tempo que as quebras têm implicações substanciais, afetando custos e segurança do paciente e dos trabalhadores assistenciais, os endocirurgiões evitam relatá-las por receio de que a utilização de OPMEs similares aos faltantes seja mal compreendida por atores mais distantes da realidade das suas atividades assistenciais. A análise organizacional revelou como falhas em diversos processos estão associadas às quebras e identificou seus determinantes sistêmicos, como problemas escalando entre os processos e ferramentas de controle inadequadas ao seu monitoramento. No entanto, a falta de cooperação transversal e a fragilização da gestão de proximidade, aquilo que identificamos como vácuos organizacionais, emergiram como fatores cruciais. Esses vácuos estão relacionados às mudanças que ocorreram a partir da adesão à EBSERH, resultando em alta rotatividade e falta de acompanhamento adequado dos novatos. Nossos resultados destacam a interdependência entre as áreas-meio de suporte administrativo e as áreas-fim assistenciais de cuidado e cura, identificando as quebras não como eventos isolados, mas como sintomas de disfunções estruturais no sistema sociotécnico do hospital, ou seja, como acidentes organizacionais. A estrutura atual revelou-se insuficiente tanto para reter o conhecimento quanto para promover o desenvolvimento de recursos imateriais e o retorno da experiência. Portanto, este estudo contribui para um melhor entendimento das complexidades envolvidas na gestão de OPME em HUs-F, destacando a importância de uma organização do trabalho backoffice que privilegie a cooperação transversal e a gestão de proximidade na prevenção de quebras e no fortalecimento da resiliência do sistema diante das saídas de trabalhadores experientes.The recurrence of shortages in Endovascular Implantable Medical Devices (IMD) stock at the Hospital das Clínicas from UFMG (HC) prompted the opportunity for an in-depth study. Managing these materials presents added complexity due to their diversity, similarity, and the individual characteristics of each patient. This leads to uncertainties regarding the sizes and models that will be effectively used, with such decisions being made during the ongoing endosurgery. In a Federal University Hospital (HU-F) like HC, the specifics of public procurement make this management even more challenging, with bureaucracy and payment deadlines directly impacting material availability. Situated in a context marked by past crises of HUs-F and the subsequent establishment of the Brazilian Hospital Services Company (EBSERH), IMD management interconnects various functions within HC's administrative and healthcare areas, with a particular emphasis on the often undervalued and overlooked backoffice work. To explore these themes, a multidisciplinary approach was adopted, incorporating elements of Ergonomie de l'activité and Grounded Theory, with concurrent collection, analysis, and categorization of qualitative data, as well as a multilevel approach mapping underlying determinants through AcciMap diagrams. The research identified that, in conjunction with variabilities and uncertainties, shortages, greater leeway in an endovascular subspecialty, and productivity pressure within the team lead to the phenomenon known as organizational silence. While shortages have substantial implications, affecting costs and the safety of patients and healthcare workers, endosurgeons avoid reporting them out of fear that the use of similar IMD in place of the missing ones may be misunderstood by actors removed from the reality of their healthcare activities. Organizational analysis revealed how failures in various processes are linked to shortages and identified their systemic determinants, such as issues escalating between processes and inadequate control tools for monitoring. However, the lack of cross-functional cooperation and the weakening of proximity management, which we identified as organizational gaps, emerged as crucial factors. These gaps are related to changes that occurred after joining EBSERH, resulting in high turnover and insufficient support for newcomers. Our results underscore the interdependence between administrative support functions and healthcare areas of care and cure, identifying shortages not as isolated events but as symptoms of structural dysfunctions within the sociotechnical system of the hospital, in other words, as organizational accidents. The current structure has proven inadequate both for retaining knowledge and for fostering the development of intangible resources and the return of experience. Therefore, this study contributes to a better understanding of the complexities involved in IMD management at HUs-F, emphasizing the importance of a backoffice work organization that prioritizes cross-functional cooperation and proximity management in preventing shortages and strengthening system resilience in the face of experienced workers' departures.FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Engenharia de ProduçãoUFMGBrasilENG - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA PRODUÇÃOEngenharia de produçãoGestãoAnalise organizacionalHospitais universitáriosControle de estoqueGestão de OPMEsCooperação transversalGestão de proximidadeAnálise multinívelAnálise organizacional da segurançaCooperação transversal, proximidade e organização do trabalho na gestão de OPMES em um Hospital Universitário : uma análise multinível, longitudinal e histórica das quebras de estoque endovascularesCross-sectional cooperation, proximity and work organization in the IMD management in a university hospital : a multilevel, longitudinal and historical analysis of endovascular stockoutsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALCOOPERAÇÃO TRANSVERSAL, PROXIMIDADE E OT NA GESTÃO DE OPMES EM UM HU-F - Gustavo Duca.pdfCOOPERAÇÃO TRANSVERSAL, PROXIMIDADE E OT NA GESTÃO DE OPMES EM UM HU-F - Gustavo Duca.pdfDissertação de Mestradoapplication/pdf14303111https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/60174/1/COOPERA%c3%87%c3%83O%20TRANSVERSAL%2c%20PROXIMIDADE%20E%20OT%20NA%20GEST%c3%83O%20DE%20OPMES%20EM%20UM%20HU-F%20-%20Gustavo%20Duca.pdfc85a6063759473fe182e3090e68ffdebMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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