Evidências de arco magmático paleoproterozóico na região do Alto de Januária - norte de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Christopher Rocha de Rezende
Orientador(a): Alexandre de Oliveira Chaves
Banca de defesa: Alexandre de Oliveira Chaves, Mario Luiz de Sa Carneiro Chaves, Edgar Batista de Medeiros Júnior
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/IGCC-AR4QNG
Resumo: As rochas pertencentes ao embasamento do Cráton São Francisco (CSF), na região de Bonito de Minas (MG), fazem parte do Complexo Januária (CJ) e estão expostas ao longo de drenagens do alto homônimo. Este trabalho discute, baseando-se em dois artigos científicos, as características petrográficas, químicas e geocronológicas de gnaisses e granitoides que compõe este complexo. O primeiro artigo se apoia na petrografia e geoquímica para classificar e interpretar os ambientes geotectônicos onde se formaram estas rochas, e o segundo artigo oferece dados de química mineral e geocronológicos, idades U-Th-Pb (não isotópica), em monazita. Baseado nos dados deste trabalho e da literatura propõe-se que as rochas do CJ são as representantes de um ciclo orogênico provavelmente Paleoproterozoico. Durante o Sideriano, granitoides tipo I de composição cálcica a cálcica-alcalina, peraluminosa, a maioria de alto potássio estariam se formando em ambiente de arco magmático continental, representado pelos grupos: biotita granodiorito e biotita granitos. Contemporaneamente a esta intrusão, ter-se-ia o início do processo de metamorfismo e anatexia da crosta TTG preexistente. Este processo atingiria seu ápice durante o Riaciano, em uma fase colisional que está registrada nos gnaisses da região. Durante o Orosiriano, com o colapso do orógeno, ter-se-ia a intrusão do biotita granito rosa, que apesar das semelhanças com granitoides do tipo A, foi interpretado como um granito pós-colisional formado em ambiente com alta fugacidade de oxigênio. Por fim, no limite Orosiriano/Estateriano, o processo anorogênico, referente à instalação do Rifte Espinhaço, é registrado pela a intrusão de diques máficos relacionados ao enxame Januária. O referido ciclo orogênico encontra suporte nos dados geocronológicos discutidos no segundo artigo deste trabalho, onde cinco cristais (A, B, C, D e E) de monazita de um gnaisse migmatítico de composição granítica foram analisados em microssonda eletrônica. Estes cristais mostraram composição de monazita-Ce, baixas porcentagens de componentes cheralíticos e huttoníticos e baixos desvios da fórmula química geral. Com relação às idades obtidas pelo método químico U-Th-PbT: a monazita A apresenta idade média de 2329 ± 55 Ma, e seria correlato à formação de granitoides juvenis pré-colisionais, contemporâneos ao início do processo de metamorfismo e anatexia dos gnaisses TTG preexistentes do CJ. A monazita B apresenta idade média de 2120 ± 56 Ma, interpretada como sendo formada durante o pico metamórfico correlato à fase sin-colisional do final do período Riaciano. As monazitas C e D apresentaram idades médias de 1923 ± 28 e 1903 ± 29, respectivamente, indicando o colapso do orógeno. Por fim, o cristal E apresenta idade média de 1817 ± 37, que possivelmente registra a fase anorogênica relativa à formação do rift Espinhaço. Desta maneira, como os dados sugerem, o CJ representaria uma porção do orógeno Riaciano-Orosiriano na porção central do CSF em Minas Gerais.
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Baseado nos dados deste trabalho e da literatura propõe-se que as rochas do CJ são as representantes de um ciclo orogênico provavelmente Paleoproterozoico. Durante o Sideriano, granitoides tipo I de composição cálcica a cálcica-alcalina, peraluminosa, a maioria de alto potássio estariam se formando em ambiente de arco magmático continental, representado pelos grupos: biotita granodiorito e biotita granitos. Contemporaneamente a esta intrusão, ter-se-ia o início do processo de metamorfismo e anatexia da crosta TTG preexistente. Este processo atingiria seu ápice durante o Riaciano, em uma fase colisional que está registrada nos gnaisses da região. Durante o Orosiriano, com o colapso do orógeno, ter-se-ia a intrusão do biotita granito rosa, que apesar das semelhanças com granitoides do tipo A, foi interpretado como um granito pós-colisional formado em ambiente com alta fugacidade de oxigênio. Por fim, no limite Orosiriano/Estateriano, o processo anorogênico, referente à instalação do Rifte Espinhaço, é registrado pela a intrusão de diques máficos relacionados ao enxame Januária. O referido ciclo orogênico encontra suporte nos dados geocronológicos discutidos no segundo artigo deste trabalho, onde cinco cristais (A, B, C, D e E) de monazita de um gnaisse migmatítico de composição granítica foram analisados em microssonda eletrônica. Estes cristais mostraram composição de monazita-Ce, baixas porcentagens de componentes cheralíticos e huttoníticos e baixos desvios da fórmula química geral. Com relação às idades obtidas pelo método químico U-Th-PbT: a monazita A apresenta idade média de 2329 ± 55 Ma, e seria correlato à formação de granitoides juvenis pré-colisionais, contemporâneos ao início do processo de metamorfismo e anatexia dos gnaisses TTG preexistentes do CJ. A monazita B apresenta idade média de 2120 ± 56 Ma, interpretada como sendo formada durante o pico metamórfico correlato à fase sin-colisional do final do período Riaciano. As monazitas C e D apresentaram idades médias de 1923 ± 28 e 1903 ± 29, respectivamente, indicando o colapso do orógeno. Por fim, o cristal E apresenta idade média de 1817 ± 37, que possivelmente registra a fase anorogênica relativa à formação do rift Espinhaço. Desta maneira, como os dados sugerem, o CJ representaria uma porção do orógeno Riaciano-Orosiriano na porção central do CSF em Minas Gerais.The studied rocks belong to the São Francisco Craton basement, nearly of Bonito de Minas (MG). They are exposed along dry creeks of the Januária High and are part of the homonymous complex. This work discusses, based on two papers, the petrographic, chemical and geochronological data of gneisses and granitoids of the Januária complex. The first paper classifies and identifies the geotectonic environments where these rocks were formed, based on petrography and geochemistry of these rocks. The second one outlines monazite chemistry and geochronological data, U-Th-Pb (non-isotopic), ages. The interpretation of the Paleoproterozoic tectonic cycle that affected the Januária Complex is based on the data of these two papers and the literature. During the Siderian, type I granitoids, calcic to calcic-alkaline, most of the high potassium, were formed in a continental magmatic arc environment (biotite granodiorite and biotite granites groups). At the same time, the process of metamorphism and anatexis of the pre-existing TTG crust would have begun. This process would reach its apex during the Rhyacian period in a collisional phase recorded in the gneisses of the region. During the Orosirian, with the orogen collapses, it would have been occured the biotite pink-granite intrusion. This biotite pink-granite, despite the similarities with type-A granitoids, was interpreted as post-collisional granite, formed in a high oxygen fugacity enviroment. Finally, in the Orosirian/Statherian limit, the anorogenic process related to the installation of the Espinhaço Rift is recorded by mafic dykes intrusions, related to the Januária swarm. The second paper reports the composition of five monazite crystals (A, B, C, D and E) from a migmatitic gneiss of granitic composition. These crystals were analyzed by electron microprobe and showed Ce-monazite composition, low percentages of cheralite and huttonite components and low deviations from the general chemical formula. According to the ages obtained by chemical method U-Th-Pb: monazite A presents average age of 2329 ± 55 Ma. This age data could be correlated to formation and intrusion of pre-collisional juvenile granitoids, contemporaneous to the beginning of the metamorphism and anatexis process of the pre-existing TTG rocks of Januária high. Monazite B has an average age of 2120 ± 56 Ma interpreted as being formed during the metamorphic peak and correlated to the sin-collisional phase of the Rhyacian period. The monazites C and D had mean ages of 1923 ± 28 and 1903 ± 29, respectively, indicating an orogen collapse. At last, the monazite crystal E outlines an average age of 1817 ± 37. Possibly, this age reports the anorogenic phase related to the formation of the Espinhaço rift. Acording these results, it is suggest that the Januária Complex would be a portion of the Rhyacian -Orosirian orogen in the central portion of the São Francisco Craton at Minas Gerais State.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGGeologiaPetrografiaArco MagmáticoGeoquímicaComplexo JanuáriaEvidências de arco magmático paleoproterozóico na região do Alto de Januária - norte de Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALchristopher_rocha_de_rezende_disserta__o.pdfapplication/pdf10693273https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-AR4QNG/1/christopher_rocha_de_rezende_disserta__o.pdf4b93d842fc98c2901363e1eddf75a282MD51TEXTchristopher_rocha_de_rezende_disserta__o.pdf.txtchristopher_rocha_de_rezende_disserta__o.pdf.txtExtracted texttext/plain162647https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-AR4QNG/2/christopher_rocha_de_rezende_disserta__o.pdf.txtc2dc1f1e9cc39abe36ddc2b48fd5bb59MD521843/IGCC-AR4QNG2019-11-14 07:21:11.604oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-AR4QNGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:21:11Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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