Profissão para homem?: a escolha feminina por cursos de recrutamento majoritariamente masculino na UFMG

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Sandra Regina Dantas Flontino
• Orientador(a): Claudio Marques Martins Nogueira
• Banca de defesa: Maria da Luz Alves Ferreira, Flavia Pereira Xavier
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Escolha do curso superior; Trajetórias escolares; Gênero; Desigualdade
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-ARRHWD

A dissertação Profissão para homem? A escolha feminina por cursos de recrutamento majoritariamente masculino na UFMG busca investigar influências das atribuições de gênero na escolha das profissões. Historicamente verifica-se um significativo aumento da participação feminina no Ensino Superior, mas essa participação ocorre de maneira segmentada, com uma grande variação conforme os cursos e as áreas. Vários estudos apontam uma dicotomia nesse âmbito: área de Humanas é mais feminina; área de Exatas, mais masculina, o que demonstra que o gênero continua sendo um demarcador importante das trajetórias escolares e das escolhas profissionais. Nesse sentido, faz-se necessário compreender as estudantes que ingressam em cursos representados como masculinos para, através da análise de sua trajetória escolar, compreender a condição singular de mulheres em profissões socialmente masculinizadas. Dados fornecidos pela Pró-Reitoria de Graduação da UFMG foram utilizados para identificar os cursos da universidade com menor presença feminina e examinar o perfil do público discente na universidade como um todo e nos cursos escolhidos para este trabalho: Engenharia Mecânica e Física. Além disso, optou-se por enriquecer esses dados com a construção de um questionário próprio, aplicado a todos/as os/as estudantes, nas turmas de primeiros e segundos períodos dos dois cursos. De posse desses dados mais gerais, partiu-se para a etapa de entrevistas, que foi realizada apenas com as mulheres dos dois cursos estudados, a fim de colher elementos mais próximos aos objetivos da pesquisa. Com base na organização e análise de todos esses elementos, buscamos compreender as estudantes que se preparam para ser físicas e engenheiras mecânicas e como elas percebem suas trajetórias e suas escolhas profissionais. A pesquisa mostrou, entre outras particularidades, que o processo de escolha do curso superior é um caminho árduo e irregular, muitas vezes calcado num intrincado processo de autosseleção que Bourdieu (1998) chamou de escolha pelo possível. Entretanto, a percepção das estudantes entrevistadas tem um tom de esperança: de que as conquistas já realizadas sobre as concepções de gênero possam levar a um cenário mais igualitário na sociedade num futuro bem próximo.