Da atividade de trabalho nos trilhos ao debate político e epistemológico sobre penosidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Angela Marcia Ferreira Petrus
Orientador(a): Daisy Moreira Cunha
Banca de defesa: Davidson Passos Mendes, Francisco de Paula Antunes Lima, Liliana Maria da Silva Cunha
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AQRPUE
Resumo: A análise da atividade dos maquinistas ferroviários, ancorada nos aportes teóricos da Ergonomia e da Ergologia, evidenciou como múltiplos condicionantes que cruzam a rotina sobre os trilhos revelam-se como aspectos de penosidade no cotidiano destes profissionais. Foi desenvolvida uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) (GUÉRIN et al., 2001) abordando 18 viagens de trens de carga com 21 maquinistas, no trecho da operação de uma ferrovia em Belo Horizonte, Minas Gerais. Situação que nos suscitou uma reflexão sobre: o que é a penosidade no trabalho? Como circunscrevê-la e defini-la? Qual estatuto epistemológico atribuir a este termo? Poderia ele assumir um estatuto de conceito em que plano epistêmico? Poderia ser associada a diferentes níveis de epistemicidade? Quais? E queimplicações políticas retirar deste esforço de teorização a partir das condições de trabalho investigadas na rotina diária da operação de trens de carga, numa ferrovia brasileira, em Minas Gerais? A análise confrontou os achados empíricos com os avanços epistêmicos emvários campos na literatura especializada, sempre analisando criticamente o potencial das formulações encontradas com base nos pressupostos teórico-metodológicos da abordagem ergológica (SCHWARTZ, 2009). Este procedimento indicou que a penosidade no trabalho deve ser pensada em diálogo epistêmico, mas com aderência à atividade, sendo que o debate de valores manifestado no diálogo com os maquinistas constitui-se em um importante parâmetro a ser considerado, de modo contínuo, no âmbito das fases sucessivas do processo de reconhecimento da penosidade no trabalho. Finalmente, os resultados apontam que o debate sobre a penosidade não se esgota na investigação realizada, mas este estudo pode fundamentar um outro diálogo na direção de um reconhecimento efetivo, situado e semprerenovado acerca da penosidade.
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Poderia ser associada a diferentes níveis de epistemicidade? Quais? E queimplicações políticas retirar deste esforço de teorização a partir das condições de trabalho investigadas na rotina diária da operação de trens de carga, numa ferrovia brasileira, em Minas Gerais? A análise confrontou os achados empíricos com os avanços epistêmicos emvários campos na literatura especializada, sempre analisando criticamente o potencial das formulações encontradas com base nos pressupostos teórico-metodológicos da abordagem ergológica (SCHWARTZ, 2009). Este procedimento indicou que a penosidade no trabalho deve ser pensada em diálogo epistêmico, mas com aderência à atividade, sendo que o debate de valores manifestado no diálogo com os maquinistas constitui-se em um importante parâmetro a ser considerado, de modo contínuo, no âmbito das fases sucessivas do processo de reconhecimento da penosidade no trabalho. Finalmente, os resultados apontam que o debate sobre a penosidade não se esgota na investigação realizada, mas este estudo pode fundamentar um outro diálogo na direção de um reconhecimento efetivo, situado e semprerenovado acerca da penosidade.Ancrée dans le cadre théorique de l'Ergonomie et de lErgologie, notre analyse de l'activité des conducteurs de train a montré comment les contraintes multiples qui traversent la routine sur les rails illustrent des aspects de la pénibilité quotidienne de ces professionnels. Dans une première phase, lAnalyse Ergonomique du Travail (AET) (GUÉRIN et al., 2001) a permis de suivre 18 voyages de trains de marchandises menés par 21 conducteurs d'un chemin de fer à Belo Horizonte, Minas Gerais. A partir des données recueillies, notre réflexion a évolué concernant les questions suivantes : Quest-ce que la pénibilité au travail ? Comment peut-on la circonscrire et la définir ? Quel statut épistémologique attribuer à ce terme ? Pourrait-il être compris en tant que concept et à quel niveau épistémique ? Pourrait-il être associé à différents niveaux dépistémicité? Lesquels ? Mais aussi : quelles portées politiques peut-on déduire de cet essai de théorisation à partir des conditions de travail étudiées dans la routine quotidienne de la conduite de trains de marchandisesdun chemin de fer brésilien de lÉtat de Minas Gerais? L'analyse a confronté les résultats de la recherche empirique avec les progrès épistémiques enregistrés au sein de différents champs de lalittérature spécialisée, en maintenant un regard critique sur le potentiel des formulations énoncées sur base des hypothèses théoriques et méthodologiques de l'approche en ergologie (SCHWARTZ, 2009). Nous avons ainsi mis en évidence que la pénibilité au travail doit être considérée dans le cadre dun dialogue épistémique, sans ne jamais oublier l'activité, ni perdre de vue le « débat de valeurs", fruit du dialogue avec les conducteurs. Il sagit dun paramètre fondamental, à considérerde façon continue dans les phases qui peuvent être prévues dans un processus de reconnaissance de la pénibilité au travail. Enfin, les résultats indiquent que le débat sur la pénibilité au travail desconducteurs de train de marchandises ne prend pas fin avec la recherche réalisée : cette étude peut être la base dun autre dialogue en vue d'une reconnaissance effective, située et toujours renouvelée, de la pénibilité.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSaúde e trabalhoTrabalhadores do transporteErgonomiaFerroviáriosPenosidadeEpistemicidadesAtividade Maquinista FerroviárioErgonomiaErgologiaDa atividade de trabalho nos trilhos ao debate político e epistemológico sobre penosidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_final_angela_petrus___ufmg_19.04.17.pdfapplication/pdf3146200https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AQRPUE/1/tese_final_angela_petrus___ufmg_19.04.17.pdf9b5883b59c2390716a7227aea9cb3e16MD51TEXTtese_final_angela_petrus___ufmg_19.04.17.pdf.txttese_final_angela_petrus___ufmg_19.04.17.pdf.txtExtracted texttext/plain546304https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AQRPUE/2/tese_final_angela_petrus___ufmg_19.04.17.pdf.txt388edf4aa11fba9d57eeb23dfe9a5648MD521843/BUOS-AQRPUE2019-11-14 20:17:56.287oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-AQRPUERepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:17:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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