Monitoramento de Dengue vírus circulante em humanos, larvas e mosquitos adultos de Aedes aegypti no município de Contagem, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Elisa Helena Paz Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil
ICB - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
UFMG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/64563
Resumo: Dengue virus (DENV) é o agente etiológico da dengue, a mais importante infecção viral transmitida por mosquitos para o homem no mundo. O município de Contagem, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, enfrentou uma epidemia de dengue de grande magnitude, com o maior número de notificações de casos já registrados (22.881) e três óbitos no ano de 2013. Tendo em vista esse contexto, o objetivo desse trabalho foi detectar e identificar DENV circulante em amostras clínicas de humanos, larvas e mosquitos adultos de Aedes aegypti coletados em 2013 e 2014 nesse município. Para tanto, foram analisadas 49 amostras de plasma de pacientes com suspeita clínica de dengue, com início de sintomas no mês de maio de 2013, 28 pools de larvas de A. aegypti coletados durante a realização de Levantamentos de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa´s) nos meses de março e outubro de 2013 e janeiro de 2014 no distrito sanitário Eldorado em Contagem, bem como 547 mosquitos A. aegypti com o auxílio da armadilha BG Sentinela nesse mesmo distrito nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e junho de 2013. RNA de DENV-1-4 foi detectado por RT-semi-nested PCR para a região C-prM do genoma do vírus em 35 amostras de humanos, o que corresponde a 71%, das quais 27 foram sequenciadas. Considerando as amostras sequenciadas, 21 (77,8%) foram identificadas com um único sorotipo de DENV, de acordo com a seguinte distribuição: sete (26%) de DENV-3, seis (22,2%) de DENV-4, cinco (18,5%) de DENV-2 e três (11,1%) de DENV-1. Foram identificadas seis amostras com coinfecção. Nove pools de larvas foram detectados com DENV após realização do PCR (semi-nested), dos quais quatro (44,4%) estavam infectados por apenas um sorotipo (DENV-3) e cinco (55,6%) estavam infectados por mais de um sorotipo, de acordo com a seguinte distribuição: um (11,1%) com DENV-1 e DENV-2; um (11,1%) com DENV-1, DENV-2 e DENV-3 e três (33,4%) com DENV-3 e DENV-4. 223 mosquitos fêmea de A. aegypti foram submetidos à pesquisa de DENV, 174 individualmente e 49 em seis pools de até 10 indivíduos, o que totalizou 180 amostras. Desse total, 16 amostras foram confirmadas como positivas para DENV após realização do PCR (seminested), de acordo com a seguinte distribuição: quatro (25%) com DENV-1, duas (13%) com DENV-2, cinco (31%) com DENV-3 e cinco (31%) com DENV-4. Foi possível identificar a espécie em que cinco fêmeas de A. aegypti ingurgitadas com sangue realizaram o repasto sanguíneo: quatro estavam ingurgitadas com sangue de Homo sapiens, enquanto uma estava ingurgitada com sangue de Canis lupus familiaris. Considerando as análises filogenéticas, as amostras de DENV-1 agruparam com vírus pertencentes ao genótipo V, em três linhagens distintas. As amostras de DENV-2 ficaram agrupadas com vírus pertencentes ao genótipo Americano-asiático. As amostras de DENV-3 ficaram agrupadas com vírus pertencentes aos genótipos I e III e as de DENV-4 com vírus pertencentes aos genótipos I e II. Esse é o primeiro relato que demonstra a presença dos quatro sorotipos de DENV, três diferentes linhagens dentro do genótipo V de DENV-1 e mais dois genótipos de DENV-3 e DENV-4, o que totaliza oito vírus diferentes, além da ocorrência de coinfecções, no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, em Contagem. No contexto do combate à dengue, esse cenário representa um desafio para o controle da doença e para a confecção de uma vacina tetravalente.
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