Interação universidade-empresa em biotecnologia: estudos de caso em laboratórios de pesquisa universitários estadunidenses e brasileiros

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Karla Rocha Liboreiro
• Orientador(a): Ariane Agnes Corradi
• Banca de defesa: Ariane Agnes Corradi, Sara Gonçalves Antunes de Souza, Elisabeth Regina Loiola da Cruz Souza, Eduardo da Motta e Albuquerque, Francisco de Paula Antunes Lima
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Inovação Tecnológica e Biofarmacêutica
• Departamento: ICEX - INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Biotecnologia; Interação universidade-empresa; Estudo de Caso; Interação laboratório de pesquisa universitário-empresa; Sistema Nacional de Inovação; Biotechnology; Case Study; Innovation; University-Industry interaction; University research laboratory-industry interaction; National Innovation System
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/36104; https://orcid.org/0000-0001-7786-8527

Esta tese tem por objetivo analisar como os fatores associados à infraestrutura de pesquisa, à qualificação da equipe dos laboratórios e aos incentivos locais influenciam a interação universidade-empresa (IUE) em biotecnologia. Utiliza a abordagem dos Sistemas Nacionais de Inovação para realizar dois estudos de caso paralelos em contextos nacionais distintos: Estados Unidos da América (University of California Berkeley) e Brasil (Universidade Federal de Minas Gerais). Foram selecionados quatro laboratórios de pesquisa universitários em Biotecnologia, área tecnológica relacionada diretamente ao avanço do conhecimento científico. A coleta de dados considerou três estratégias metodológicas: aplicação de dois questionários validados (BR Survey e Ipea-Infra); realização de dez entrevistas com pesquisadores dos laboratórios; e pesquisa documental em websites de órgãos de propriedade intelectual, das universidades e dos laboratórios investigados. Os resultados revelaram características dos canais de transferência do conhecimento via IUE, identificados principalmente como licenciamento de patentes, publicações e geração de spin-off, sendo o último o mais significativo. Uma característica dos laboratórios de pesquisa investigados é a existência de amostras biológicas históricas, que contribuiu para o interesse de empresas em testar kits de diagnóstico de doenças, constituindo-se, portanto, em um canal de transferência de conhecimento. Entre os incentivos à IUE com impacto positivo destacam-se no caso estadunidense os recursos financeiros concedidos pelo governo para a realização de pesquisa colaborativa (universidade-empresa) e a estrutura formal e consolidada de suporte à IUE. No caso brasileiro, a IUE apresentou baixa participação do setor privado industrial, em grande parte, devido ao baixo interesse em estabelecer parcerias com instituições de ensino. O estudo revelou que o formato de arranjo institucional diferenciado das spin-offs acadêmicas brasileiras – com função bilateral híbrida de redes de conexão com o setor industrial – favorece o aumento da capacidade absortiva das empresas e, sobretudo, permite aos laboratórios divulgar suas tecnologias e resultados de pesquisas. Entre as contribuições desta pesquisa, cita-se a proposta de um marco analítico para IUE, integrando dados dos laboratórios de pesquisa, fatores precedentes à IUE e possíveis tipos de resultados dessa interação. Este marco apresenta novas perspectivas para a elaboração de políticas nacionais e locais de estímulo à IUE, em especial, a geração de spin-off acadêmica. A pesquisa contribuiu para a literatura empírica ao utilizar estudos de caso paralelos sobre a temática e reforçar a importância das práticas institucionais nas universidades para o fomento e o acompanhamento de interações universidade-empresa.