“Fizemos o possível ”: os ritos e narrativas médicas em torno da vida e da morte no Hospital de Pronto Socorro João XXIII

• Ano de defesa: 2014
• Autor(a) principal: Janaína de Souza Aredes
• Orientador(a): Ana Lúcia Modesto , José Márcio Pinto de Moura Barros
• Banca de defesa: Alexandre Antônio Cardoso, Erica Renata de Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
• Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Antropologia da morte; Etnografia do saber médico; Pronto Socorro
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/46868

Neste trabalho objetivou-se analisar, com a ajuda da abordagem etnográfica, as formas como os profissionais de medicina de um serviço de urgência e emergência lidam com a morte na prática profissional. Para tanto, foi escolhido como campo de estudo o Hospital de Pronto Socorro João XXIII, localizado na cidade de Belo Horizonte, MG, hospital de referência em traumas, na América Latina. A partir de uma análise em campo, foram formuladas três tipologias de mortes que ocorrem nesse hospital, a saber: “a morte enquanto possibilidade”, na qual há uma mobilização institucional e por parte da equipe médica para derrotar a morte e salvar a vida; “morte em vida”, local destinado aos pacientes crônico-sequelados que envolve um duplo sentido de morte: tanto social, como física; e, por fim, “a (quase) certeza da morte: o SAV uma morte que pode salvar vidas”, que inclui pacientes com suspeita de morte encefálica e, ao mesmo tempo, potenciais doadores. Nesses diferentes espaços de morte foi realizada essa etnografia acompanhada de entrevistas com os médicos dos setores elencados a fim de compreender a relação destes diante dos distintos tipos de morte, por meio dos ritos institucionais e narrativas médicas no contexto hospitalar. Além disso, num segundo momento, buscou-se compreender a forma como esses médicos, enquanto indivíduos, sujeitos e profissionais lidam com a morte. A análise dos dados apontou para relações éticas, institucionais, culturais e idiossincráticas na atuação médica diante da(s) vida(s) e da(s) morte(s).