Estudo da degradação e potencial antigênico de proteínas do ovo no processamento de biscoitos semidoces e validação de método imunoenzimático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pedro Paulo Borges dos Santos
Orientador(a): Scheilla Vitorino de Souza Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BATFN3
Resumo: A alergia alimentar possui uma prevalência de aproximadamente 5 % em crianças e de 3 a 4 % em adolescentes e adultos. Os alimentos alergênicos podem causar efeitos adversos, mesmo em pequenas concentrações. Dentre eles, as proteínas do ovo se destacam pela prevalência elevada, sendo susceptíveis a alterações no processamento. Poucos métodos existentes para determinação de alergênicos em alimentos cumprem com os parâmetros de desempenho necessários para validação. Portanto, o objetivo desse trabalho foi estudar a degradação de proteínas da clara do ovo em biscoitos semidoces, submetidos a diferentes condições de processamento, e validar um kit imunoenzimático para o referido escopo analítico. Foram preparadas formulações com 0,022 % de ovo as quais foram assadas por diferentes tempos (5, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos) e temperaturas (150; 180 e 210 °C), em um delineamento fatorial, as quais foram analisadas pelo kit. Na validação intralaboratorial, foram analisados, em duas baterias analíticas distintas, biscoitos semidoces incorporados de padrão de ovoalbumina, em nove níveis de concentração (0,125; 0,185; 0,25; 0,5; 1,0; 3,0; 4,5; 9 e 13,5 mg/kg) e 10 replicatas, mais o branco. Foi observada redução significativa (p < 0,05) do teor de proteínas da clara nos biscoitos assados. Com 25 minutos de assamento, foram evidenciadas quedas de 83,1; 92,6 e 100 % para as temperaturas 150, 180 e 210 °C, respectivamente, indicando influência do processamento no potencial antigênico. Na análise dos resultados da validação, sob uma abordagem quantitativa, percebeu-se que os critérios de desempenho não foram atendidos. Pela abordagem qualitativa, foi encontrado 100 % de taxa de seletividade e confiabilidade para as amostras brancas. Nos níveis 0,125; 0,185 e 0,25 mg/kg, as taxas de sensibilidade e confiabilidade encontradas foram de 0; 90 e 80 %, respectivamente. A partir da concentração 0,5 mg/kg, os valores estimados para essas taxas foram de 100 %, demonstrando sensibilidade do método. A acordância variou de 0,5 a 1,0 e a concordância de 0,7 a 1,0. Nas concentrações 0; 0,125 e acima de 0,5 mg/kg, a concordância atingiu valores máximos, o que mostrou padronização adequada do método. O limite de detecção estabelecido foi de 0,2 mg/kg. O kit estudado apresentou, ainda, seletividade em relação à outra proteína alergênica, a betalactoglobulina. Desta forma, as condições de assamento foram evidenciadas como determinantes da antigenicidade das proteínas da clara e o kit estudado foi considerado apropriado para a detecção de proteínas da clara em biscoitos, caracterizando-se uma importante ferramenta para o controle da rotulagem alérgenos em alimentos.
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spelling Scheilla Vitorino de Souza FerreiraPedro Paulo Borges dos Santos2019-08-10T22:22:14Z2019-08-10T22:22:14Z2017-02-23http://hdl.handle.net/1843/BUOS-BATFN3A alergia alimentar possui uma prevalência de aproximadamente 5 % em crianças e de 3 a 4 % em adolescentes e adultos. Os alimentos alergênicos podem causar efeitos adversos, mesmo em pequenas concentrações. Dentre eles, as proteínas do ovo se destacam pela prevalência elevada, sendo susceptíveis a alterações no processamento. Poucos métodos existentes para determinação de alergênicos em alimentos cumprem com os parâmetros de desempenho necessários para validação. Portanto, o objetivo desse trabalho foi estudar a degradação de proteínas da clara do ovo em biscoitos semidoces, submetidos a diferentes condições de processamento, e validar um kit imunoenzimático para o referido escopo analítico. Foram preparadas formulações com 0,022 % de ovo as quais foram assadas por diferentes tempos (5, 10, 15, 20, 25 e 30 minutos) e temperaturas (150; 180 e 210 °C), em um delineamento fatorial, as quais foram analisadas pelo kit. Na validação intralaboratorial, foram analisados, em duas baterias analíticas distintas, biscoitos semidoces incorporados de padrão de ovoalbumina, em nove níveis de concentração (0,125; 0,185; 0,25; 0,5; 1,0; 3,0; 4,5; 9 e 13,5 mg/kg) e 10 replicatas, mais o branco. Foi observada redução significativa (p < 0,05) do teor de proteínas da clara nos biscoitos assados. Com 25 minutos de assamento, foram evidenciadas quedas de 83,1; 92,6 e 100 % para as temperaturas 150, 180 e 210 °C, respectivamente, indicando influência do processamento no potencial antigênico. Na análise dos resultados da validação, sob uma abordagem quantitativa, percebeu-se que os critérios de desempenho não foram atendidos. Pela abordagem qualitativa, foi encontrado 100 % de taxa de seletividade e confiabilidade para as amostras brancas. Nos níveis 0,125; 0,185 e 0,25 mg/kg, as taxas de sensibilidade e confiabilidade encontradas foram de 0; 90 e 80 %, respectivamente. A partir da concentração 0,5 mg/kg, os valores estimados para essas taxas foram de 100 %, demonstrando sensibilidade do método. A acordância variou de 0,5 a 1,0 e a concordância de 0,7 a 1,0. Nas concentrações 0; 0,125 e acima de 0,5 mg/kg, a concordância atingiu valores máximos, o que mostrou padronização adequada do método. O limite de detecção estabelecido foi de 0,2 mg/kg. O kit estudado apresentou, ainda, seletividade em relação à outra proteína alergênica, a betalactoglobulina. Desta forma, as condições de assamento foram evidenciadas como determinantes da antigenicidade das proteínas da clara e o kit estudado foi considerado apropriado para a detecção de proteínas da clara em biscoitos, caracterizando-se uma importante ferramenta para o controle da rotulagem alérgenos em alimentos.The prevalence of food allergy is about 5 % in children and 3 % to 4 % in teenagers and adults. The food allergens can cause adverse effects even in small amounts. Among them, egg proteins are highlighted by high prevalence, being susceptible to changes in processing. Few existing methods for food allergen determination comply with the performance parameters required for validation. Therefore, the aims of this work was study the degradation of egg white proteins in semi-sweet biscuits, under different processing conditions, and validate an immunoenzymatic kit for this scope. Formulations containing 0,022 % of egg were baked in different times (5, 10, 15, 20, 25 and 30 minutes) and temperatures (150, 180 and 210 °C), in a factorial design, and were analyzed by the kit. In the single-laboratory validation, two different analytical batches of semi-sweet biscuits spiked with ovalbumin standard in nine concentration levels (0.125, 0.185, 0.25, 0.5, 1.0, 3.0, 4.5, 9 and 13.5 mg/kg) in 10 replicates, plus the blank, were analyzed. A significant reduction (p <0.05) in the egg protein content was observed in baked biscuits. With 25 minutes of baking, were evidenced reductions of 83.1; 92.6 and 100% for the temperatures 150, 180 and 210 ° C, respectively, indicating influence of the processing on the antigenic potential. The results of the quantitative approach of validation showed that the performance criteria were not complied. In the qualitative approach, 100 % of sensitivity and reliability rates were found for the blank samples. In the levels 0.125; 0.185 and 0.25 mg/kg the sensitivity and reliability rates were 0; 90 and 80 %, respectively. From the level 0.5 mg/kg, the estimated values of these rates were 100 %, demonstrating sensitivity of the method. The accordance ranged from 0.5 to 1.0 and concordance from 0.7 to 1.0. For the concentrations of 0; 0.125 and over 0.5 mg/kg the concordance reaches maximum values, showing standardization of the method. The detection limit was established as 0.2 mg/kg. The studied kit presented selectivity in the presence of the other allergenic protein beta-lactoglobulin. Thus, the baking conditions were evidenced as critical for the antigenicity of egg white proteins and the studied kit was considered appropriate for the detection of egg white proteins in semi-sweet biscuits, characterizing an important tool for the implementation of the control of food allergens labeling.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGValidação de métodoTeste imunoenzimáticoAlimentos AnáliseAlergia a alimentosValidação de MétodosDegradação de ProteínasProteínas do OvoAlergia AlimentarELISAEstudo da degradação e potencial antigênico de proteínas do ovo no processamento de biscoitos semidoces e validação de método imunoenzimáticoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_pedro_paulo_borges_dos_santos.pdfapplication/pdf1374307https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BATFN3/1/disserta__o_pedro_paulo_borges_dos_santos.pdf1d8349738a923f60a8d0ac436cfa682dMD51ERRATA Pedro Paulo Borges dos Santos.pdfERRATA Pedro Paulo Borges dos Santos.pdfapplication/pdf90305https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BATFN3/3/ERRATA%20Pedro%20Paulo%20Borges%20dos%20Santos.pdf0b03d053e2cafb94b4300c8f3b317dd6MD53TEXTdisserta__o_pedro_paulo_borges_dos_santos.pdf.txtdisserta__o_pedro_paulo_borges_dos_santos.pdf.txtExtracted texttext/plain216242https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-BATFN3/2/disserta__o_pedro_paulo_borges_dos_santos.pdf.txt64c9eeb0ffd4a80f15e929e85eb561beMD521843/BUOS-BATFN32021-04-08 18:09:17.517oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-BATFN3Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-04-08T21:09:17Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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