Análise das diferenças quanto a ocupação, rendimentos e "desperdício de cérebro" entre mulheres brasileiras e imigrantes internacionais em determinadas empresas no mercado de trabalho brasileiro

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Fernanda Antunes Moreira Santos
• Orientador(a): Elaine Meire Vilela
• Banca de defesa: Marden Barbosa de Campos, Yumi Garcia dos Santos, Leonardo Calvalcanti da Silva
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Sociologia
• Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Mercado de trabalho formal; Imigrantes do Sul Global; Imigrantes do Norte global; Brasileiras brancas e não brancas
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/46453

Este trabalho tem como foco central a análise comparativa da situação socioeconômica e ocupacional entre mulheres imigrantes internacionais e mulheres brasileiras inseridas em algumas empresas específica no mercado de trabalho formal brasileiro, no ano de 2017. O intuito central é identificar se e como origens étnica/nacionais impactam a situação ocupacional de mulheres imigrantes e nativas no mercado de trabalho brasileiro. Através dos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano de 2017, foram analisadas as principais nacionalidades de mulheres do Norte global (portuguesas, japonesas, norte-americanas, francesas, italianas) e Sul global (haitianas, paraguaias, argentinas, bolivianas, uruguaias) dentro do mercado laboral, através do tempo de residência, separando as mulheres que residem 10 anos ou menos das que residem 11 anos ou mais no Brasil. Elas são comparadas com brasileiras brancas ou não brancas. Os resultados demonstram que origem étnica/nacional de imigrantes dentro do mercado formal brasileiro pode impactar positiva ou negativamente na situação socioeconômica e ocupacional das trabalhadoras, quando comparadas às brasileiras brancas ou negras. As imigrantes do Norte global estão em melhor situação ocupacional, essas mulheres, apresentam alta escolaridade, melhores rendimentos (exceto as japonesas) e conseguem alcançar as melhores posições ocupacionais que as nativas, sejam estas brancas ou negras. Entretanto são elas que mais sofrem com o desperdício de cérebros, por não conseguirem transferir o capital humano adquirido na origem, mesmo após 11 anos ou mais de residência no país. Em geral, as mulheres do Sul global mesmo apresentando, na maior parte dos casos, escolaridade intermediária ou baixa, conseguem melhores rendimentos que as brasileiras. Essas mulheres também se deparam com a sobreeducação principalmente após 11 anos de residência no Brasil, mas em menor proporção do que as do Norte global. Apenas as haitianas se encontram em pior situação quando comparadas as brasileiras. Estas imigrantes se deparam com um mercado que oferece poucas oportunidades e com os rendimentos mais baixos. Vale destacar que brasileiras negras estão em pior situação frente as demais mulheres nativas e imigrantes (exceto as haitianas).