A necropolítica nos territórios minerários em Minas Gerais

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Marina Lima de São José
• Orientador(a): Denise Morado Nascimento
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
• Departamento: ARQ - ESCOLA DE ARQUITETURA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Necropolítica; Minas Gerais; Economia política; Mineração
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/39206

A presente dissertação busca elencar processos econômicos e políticos dos governos Federal e Estadual de Minas Gerais e empresas mineradoras, buscando entender como a necropolítica, que subjuga a vida ao poder da morte, constrói-se nos territórios minerados. São explicitados elementos da Economia Política Brasileira e a opção pelo extrativismo mineral como setor desenvolvimentista e Minas Gerais no epicentro do conflito, sofrendo com os desastres-crimes de maior dimensão, nos últimos anos, envolvendo barragens de rejeito. A argumentação expõe as consequências do modo de implantação e operação dos empreendimentos e os rompimentos, reassentamentos e os efeitos da lama invisível, que diz sob viver (ou sobreviver) diante da insegurança de um possível rompimento de barragem. O método se baseia na sistematização de informações por meio de linhas de análise, que têm como objetivo explicitar as engrenagens que constroem a necropolítica. Os dados são: relatórios de diversos setores públicos, associações e das próprias empresas, narrativas dos atingidos da mineração e midiáticas, mapeamentos das manchas de rompimento de barragem e índices socioeconômicos dos municípios de Barão de Cocais, Brumadinho, Mariana e Ouro Preto, entendendo, assim, a produção da cidade como consequência de um jogo de poder estruturado, que assume caráter ainda mais violento na intercorrência da pandemia global da Covid-19, fragmentando o território, vulnerabilizando as pessoas de modo coletivo e individual, impondo, sistematicamente, ainda que em municípios diferentes, ações que configuram um modo de operação próprio, que resulta na implantação da necropolítica.