Micropráticas de poder e a arte da resistência: uma abordagem semiótica material sobre a constituição de organizações em luta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Felipe Marques Carabetti Gontijo lattes
Orientador(a): Ana Paula Paes de Paula lattes
Banca de defesa: Alexandre de Padua Carrieri, Gustavo Abel Carrillo Guzman, Marco Antonio de Sousa Alves, Mariana Mayumi Pereira de Souza
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: FACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/34079
Resumo: O presente trabalho buscou investigar a formação e continuidade de organizações não convencionais com fins políticos: organizações em luta. Inspirados pelos acontecimentos de insurgência contra certa ordem vigente, ao redor do mundo, como os movimentos occupy, a Primavera Árabe, as Jornadas de Junho, o Movimento Passe Livre, as Brigadas Populares, as ocupações urbanas de moradia e de cultura; interessou-nos compreender como, através de quais práticas, e da mobilização e composição de quais elementos humanos, não humanos, discursivos e não discursivos, esses coletivos são constituídos e sustentados. O objeto de pesquisa escolhido foi uma organização que acompanhamos durante sua existência de quase um ano (janeiro de 2018 a fevereiro de 2019), na qual, em alguma medida, fizemos parte observando e participando. Complementamos a metodologia com análise documental e entrevistas em profundidade. Tratou-se da Ocupação Vicentão, uma ocupação de um prédio abandonado no centro da cidade de Belo Horizonte. Trabalhadores ambulantes, juntamente com sem-teto, além de quatro organizações coordenadoras e mais um bom número de elementos em ação conjunta adentraram o prédio reivindicando o direito à cidade e à moradia digna. Adotando a ótica da organização como processo, demos especial atenção às práticas através das quais a organização emerge e se sustenta. Para viabilizar nossa proposta, partimos de conceitos e reflexões de Foucault, principalmente dos estudos das técnicas e procedimentos de condução de condutas e das reflexões em que trata da relação entre as formas mais gerais de poder como a governamentalidade. Então buscamos articulá-las com o fenômeno das práticas de organizar da Semiótica Material de Barbara Czarniawska, Bruno Latour, Michel Callon e John Law. No decorrer da pesquisa, examinamos as práticas discursivas e não discursivas utilizadas pelos atores para constituir e manter a ocupação. Faziam-no através das relações que transformavam e buscavam manter entre objetos, discursos, pessoas e outros elementos. Notamos, ao final, que, entre outras coisas, a formatação dessa proposta em fazer uso conjunto de Foucault e da Semiótica Material nos proporcionou, ao mesmo tempo, atermo-nos às práticas que constituem a organização no cotidiano sem ficarmos encerrados nessas relações mais imediatas permitindo-nos, portanto, relacioná-las com outras formas mais gerais de poder e entendendo como elas se entreapoiam ou conflitam. Outra contribuição aos Estudos Organizacionais, também a partir do diálogo entre Foucault e Semiótica Material, e advinda da extrapolação da organização, é a historicização dos elementos que constituem o coletivo híbrido que dá vida e forma à organização. Isso, pois, notamos que as relações de poder que formam as organizações se apoiam em elementos constituídos historicamente, em geral, em disputa. O conhecimento dos processos históricos que produziram as condições de possibilidade atuais, para as formas presentes de exercício de poder, e de resistência, é fundamental para se engajar nas disputas estratégicas. Sendo assim, análises que prescindam de consideração histórica correm o risco de serem ingênuas e míopes em relação às possibilidades potenciais de uma disputa e, portanto, produzir lutas pouco efetivas.
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O objeto de pesquisa escolhido foi uma organização que acompanhamos durante sua existência de quase um ano (janeiro de 2018 a fevereiro de 2019), na qual, em alguma medida, fizemos parte observando e participando. Complementamos a metodologia com análise documental e entrevistas em profundidade. Tratou-se da Ocupação Vicentão, uma ocupação de um prédio abandonado no centro da cidade de Belo Horizonte. Trabalhadores ambulantes, juntamente com sem-teto, além de quatro organizações coordenadoras e mais um bom número de elementos em ação conjunta adentraram o prédio reivindicando o direito à cidade e à moradia digna. Adotando a ótica da organização como processo, demos especial atenção às práticas através das quais a organização emerge e se sustenta. Para viabilizar nossa proposta, partimos de conceitos e reflexões de Foucault, principalmente dos estudos das técnicas e procedimentos de condução de condutas e das reflexões em que trata da relação entre as formas mais gerais de poder como a governamentalidade. Então buscamos articulá-las com o fenômeno das práticas de organizar da Semiótica Material de Barbara Czarniawska, Bruno Latour, Michel Callon e John Law. No decorrer da pesquisa, examinamos as práticas discursivas e não discursivas utilizadas pelos atores para constituir e manter a ocupação. Faziam-no através das relações que transformavam e buscavam manter entre objetos, discursos, pessoas e outros elementos. Notamos, ao final, que, entre outras coisas, a formatação dessa proposta em fazer uso conjunto de Foucault e da Semiótica Material nos proporcionou, ao mesmo tempo, atermo-nos às práticas que constituem a organização no cotidiano sem ficarmos encerrados nessas relações mais imediatas permitindo-nos, portanto, relacioná-las com outras formas mais gerais de poder e entendendo como elas se entreapoiam ou conflitam. Outra contribuição aos Estudos Organizacionais, também a partir do diálogo entre Foucault e Semiótica Material, e advinda da extrapolação da organização, é a historicização dos elementos que constituem o coletivo híbrido que dá vida e forma à organização. Isso, pois, notamos que as relações de poder que formam as organizações se apoiam em elementos constituídos historicamente, em geral, em disputa. O conhecimento dos processos históricos que produziram as condições de possibilidade atuais, para as formas presentes de exercício de poder, e de resistência, é fundamental para se engajar nas disputas estratégicas. Sendo assim, análises que prescindam de consideração histórica correm o risco de serem ingênuas e míopes em relação às possibilidades potenciais de uma disputa e, portanto, produzir lutas pouco efetivas.The current study sought to investigate the formation and continuity of non-conventional political organizations: organizations in struggle. Inspired by worldwide events of insurgency fighting against a certain prevailing order, such as the Occupy movements, the Arab Spring, the Brazilian Spring, the Free Pass Movement, the Popular Brigades, the urban occupations of housing and culture; we were interested in understanding how, through which practices, and the mobilization and composition of which human, non-human, discursive and non-discursive elements, these collectives are constituted and sustained. The chosen object of this research was an organization that we accompanied during its existence of nearly a year (January 2018 to February 2019), in which, to some extent, we took part observing and participating. We complemented the methodology with documentary analysis and in-depth interviews. It was the Ocupação Vicentão, an occupation of an abandoned building in Belo Horizonte downtown. Street vendors, along with homeless people, as well as four coordinating organizations and a good number of elements in a joint action, entered the building claiming for the right to the city and decent housing. By adopting the perspective of organization as process, we paid special attention to the practices through which the organization emerges and sustains itself. To make our proposal feasible, we start from Foucault's concepts and reflections, mainly from studies regarding the techniques and procedures of “conducting of conduct”; and from the reflections in which he deals with the relationship between the most general forms of power such as “governmentality”. Then, we tried to articulate them with the phenomenon of the organizing practices from Material Semiotics discussed by Barbara Czarniawska, Bruno Latour, Michel Callon and John Law. During the research, we examined the discursive and non-discursive practices used by the actors to constitute and maintain the occupation through the relationships that they transformed and sought to maintain between objects, speeches, people and other elements. We noticed, at the end of the investigation, among other things, that this proposal format in which we made a simultaneous use of Foucault and Material Semiotics provided us, at the same time, with the possibility to focus in the practices that constitute the organization in everyday life, without being trapped in these more immediate relationships. This allowed us, therefore, to relate them to other more general forms of power, and to understand how they relate to each other. Another contribution to Organizational Studies, also from the dialogue between Foucault and Semiotics Material, and arising from the extrapolation of the organization, is the historicization of the elements that constitute the hybrid collective that gives life and form to the organization. Because of this, we noticed that the power relations that form organizations are based on elements historically constituted, mostly, in dispute. The knowledge of the historical processes that produced the current conditions of possibility, for the present forms of exercise of power, and of resistance, is fundamental for engaging in strategic disputes. On that account, analyses that relinquish historical consideration take the risk of being naive and short-sighted in reference to the potential possibilities of a dispute and, therefore, producing ineffective struggles.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilFACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICASPrograma Institucional de Internacionalização – CAPES - PrIntMovimentos sociais urbanosDireito à moradiaBrasilNeoliberalismoSemiótica MaterialFoucaultOcupaçõesResistênciaNeoliberalismoMicropráticas de poder e a arte da resistência: uma abordagem semiótica material sobre a constituição de organizações em lutaMicropractice of power and the art of resistance: a semiotic approach on the constitution of organizations in struggleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALGONTIJO, Felipe (2020). 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