Memórias e saberes construtivos tradicionais nas comunidades quilombolas do Barro Preto, Boa Vista, Indaiá e Macuco – Minas Gerais

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Maxiliano Perdigão dos Santos
• Orientador(a): Marco Antônio Penido de Rezende
• Banca de defesa: Cristiane de Assis Portela, Márcia Genésia de Sant'Anna, Ricardo Ferreira Ribeiro, Roseane da Conceição Costa Norat
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável
• Departamento: ARQ - ESCOLA DE ARQUITETURA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Comunidades quilombolas; Arquitetura vernácula; Saberes construtivos; Etnoarquitetura; Saberes tradicionais
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/57954; http://orcid.org/0000-0001-9613-1897

No estudo da arquitetura vernácula o conhecimento sobre os saberes construtivos tradicionais desempenha um importante papel que vai além da materialidade edificada, pois através dele temos a oportunidade de conhecer a trajetória histórica e cultural que acompanha essa arquitetura. Sob esta perspectiva histórica, cultural e técnica, a tese apresentada discorre sobre os processos formadores dos saberes construtivos tradicionais das comunidades quilombolas do Barro Preto, Boa Vista, Indaiá e Macuco, localizadas em Minas Gerais. Não obstante a escassez de edificações construídas com a técnica reconhecida como tradicional pelas comunidades – o pau a pique, as pessoas que delas fazem parte têm muito a oferecer sobre o conhecimento acerca dos seus saberes tradicionais. O trabalho teve como objetivo principal ouvir das pessoas dessas comunidades as informações atuais e históricas sobre os processos que caracterizam os seus saberes construtivos tradicionais. A partir de uma metodologia interdisciplinar que se vale dos saberes acadêmicos e populares, a pesquisa foi conduzida, principalmente, por meio de uma abordagem inspirada na sensibilidade etnográfica oriunda da antropologia. Ao final do trabalho é possível afirmar que a adoção dessa metodologia, sem a definição de uma hierarquia entre os campos estudados, se mostrou não apenas eficiente, mas fundamental para a realização deste trabalho. Por meio da construção de camadas de informações ao longo da pesquisa foi possível identificar que: contrariando o senso comum, as pessoas africanas que foram trazidas escravizadas para o Brasil detinham conhecimento técnico em diversas áreas que contribuíram para a formação do país; as comunidades possuem várias pessoas que ainda dominam as técnicas construtivas tradicionais; há interesse de alguns grupos em manter viva a tradição construtiva. Dentre os desafios de preservação dos saberes tradicionais destacam-se: a falta de interesse das novas gerações; o alto custo da madeira adequada para construção; a dificuldade de promover mutirões de construção. Além das informações específicas, foi possível identificar outros campos de pesquisa e extensão universitária em potencial – no mesmo ambiente comunitário, voltados para áreas como a arqueologia, sociologia, antropologia, história, turismo, artes, dentre outras.