Cultura e afetividade: Influências de valores dos professores de matemática na dimensão afetiva dos alunos

• Ano de defesa: 2008
• Autor(a) principal: Milene Carneiro Machado
• Orientador(a): Cristina de Castro Frade
• Banca de defesa: Jorge Tarcisio da Rocha Falcao, Maria Laura Magalhaes Gomes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Educação matemática; Valores; Cultura; Afetividade; Sentimentos de fundo; Atitudes; Crenças
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/FAEC-84WNCU

Esse trabalho consiste de um estudo sobre cultura e afetividade, visando investigar a possível influência de valores dos professores de Matemática na dimensão afetiva dos alunos. Para sua concretização, foi realizada uma pesquisa empírica numa escola urbana da rede de ensino público de Belo Horizonte, em que se examinou a prática de dois professores de Matemática de duas turmas das séries finais do Ensino Fundamental e a correspondente reação afetiva dos alunos suas respostas a essas práticas e suas aprendizagens. Os principais referenciais teóricos que fundamentaram o estudo foram extraídos das idéias de Bishop e seus colaboradores (Bishop, 1988; 2002; Seah & Bishop, 2000; Gunstone et al., 2004) sobre valores dos professores de Matemática e da literatura sobre afetividade em Educação Matemática. A partir de uma abordagem qualitativa, caracterizada pela observação participante nos moldes da pesquisa etnográfica, foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: (a) questionário para os professores; (b) registro em áudio e vídeo das observações em sala; (c) registro em áudio de entrevistas semi-estruturadas com alguns alunos; (d) diário de campo através de registro escrito e em áudio. No caso dos professores, suas práticas e respostas ao questionário foram analisadas e contrastadas considerando-se os valores relativos à Matemática (racionalismo e empirismo, controle e progresso, abertura e mistério), à Educação Matemática (visão formalística e ativista, compreensão instrumental e relacional, caráter relevante e teórico, caráter especializado e acessível, aspecto de avaliação e raciocínio) e à Educação em geral, conforme descritos por Bishop e seus colaboradores (idem). A reação afetiva dos alunos, expressada em resposta às práticas de seus professores e em relação às suas aprendizagens, foi examinada segundo os conceitos de crenças (p.ex. Gómez Chacón, 2003), sentimentos de fundo (Damásio, 1996) e atitudes (p.ex. Brito e Gonçalez, 2001). Os resultados de pesquisa apontam que a intensidade e qualidade da interação entre professor e alunos, investigadas conforme os valores acima aludidos, influenciaram de maneira significativa as crenças desenvolvidas pelos alunos relacionadas com a Matemática, com a percepção deles de suas aprendizagens ou com o modo de ensino a que foram submetidos. Essas crenças mostraram gerar sentimentos de fundo agradáveis (prazer, satisfação, bem-estar, segurança, perseverança) ou desagradáveis (impotência, frustração, desamparo, desesperança), que levaram os alunos a manifestar atitudes positivas ou negativas, respectivamente, em relação à disciplina. Destacam-se considerações finais relativas ao desenvolvimento, resultados e implicações pedagógicas do estudo. Sugere-se, em particular, que o campo de pesquisa sobre desenvolvimento profissional de professores de Matemática dê maior atenção à influência exercida pelos valores dos professores na dimensão afetiva dos alunos. Palavras chaves: