Exercícios resistidos para idosas com obesidade sarcopênica: um ensaio clínico aleatorizado

• Ano de defesa: 2013
• Autor(a) principal: Karina Simone de Souza Vasconcelos
• Orientador(a): Joao Marcos Domingues Dias
• Banca de defesa: Eduardo Ferriolli, Marco Tulio Costa Diniz, Christina Danielli Coelho de Morais Faria, Leani Souza Maximo Pereira
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Funcionalidade; Sarcopenia; Exercícios resistidos; Ensaio clínico aleatorizado; Potência; Obesidade; Força muscular; Envelhecimento
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-96ZGJ6

No envelhecimento, mudanças na composição corporal podem levar à obesidade sarcopênica (OS). Esta condição se caracteriza por excesso de peso e perda de massa e força muscular, sendo mais comum entre as mulheres. A OS está associada a incapacidades funcionais, principalmente para locomoção. O objetivo geral deste estudo foi verificar os efeitos de exercícios resistidos para a funcionalidade de idosas com OS. Os objetivos específicos foram: 1) elaborar e testar a viabilidade de dois programas de exercícios resistidos de membros inferiores um em meio aquático e um no solo; 2) verificar a eficácia do programa de exercícios resistidos no solo em três níveis de funcionalidade; 3) verificar os efeitos deste programa quanto ao desempenho muscular de membros inferiores e desempenho funcional em atividades de locomoção. Para o primeiro objetivo específico, foram elaborados dois protocolos de exercícios. Os subaquáticos foram testados apenas no estudo piloto. A eficácia dos exercícios no solo foi testada em um ensaio clínico aleatorizado com dois grupos paralelos. Participaram do estudo, idosas de 65 a 80 anos, com IMC 30 kg/m² e força de preensão palmar (FPP) 21 Kgf. Foram mensurados dados sócio-demográficos, antropométricos e clínicos. O nível de atividade física foi medido pelo Perfil de Atividade Humana e a presença de sintoma depressivos pela Escala de Depressão Geriátrica versão reduzida (GDS-10). A qualidade de vida foi mensurada pelo questionário SF-36. Foram realizados os testes: Short Physical Performance Battery (SPPB), velocidade usual (10 m) e máxima de marcha (Shuttle Walking Test), velocidade usual para subir e descer escadas e máxima para subir escadas. O desempenho muscular dos flexores/extensores de joelhos, flexores/extensores de quadris e abdutores/adutores foi mensurado no dinamômetro isocinético. A alocação nos grupos foi aleatória e sigilosa, em blocos. O grupo de exercícios (GES) participou de 10 semanas de treinamento resistido para força, potência e resistência. O grupo controle (GC) recebeu ligações telefônicas semanais. Foi realizada análise por intenção de tratar, com 14 voluntárias em cada grupo. Para o segundo objetivo específico, foram consideradas como função muscular: a FPP e a força, potência e resistência dos extensores do joelho. O nível de atividades foi caracterizado pelo SPPB e o nível participação pelo domínio de capacidade funcional do SF-36. Foi calculado o número necessário a tratar (NNT) para melhora na velocidade de marcha. Para o terceiro objetivo específico, a força e potência dos músculos dos joelhos e quadris representaram o desempenho muscular. Os testes de marcha e escadas representaram o desempenho funcional. Na 1ª semana, os grupos apresentaram características similares. Após a intervenção, o GES apresentou ganhos de 20% na potência de extensores de joelho (p < 0,001, r = - 0,55) e 10% na FPP (p < 0,001, r =-0,66). Não houve diferença nos outros níveis de funcionalidade. O NNT para velocidade de marcha foi de 5 pacientes. O GES apresentou diferença significativa para o desempenho muscular (p=0,05, r=-0,36). Não houve diferença no desempenho funcional (p=0,74, t=-033). Os resultados demonstraram que exercícios resistidos podem gerar ganhos no desempenho muscular de idosas com OS. Os efeitos em atividades funcionais não estão esclarecidos.