O artesanato da cultura escolar: processos intraescolares que se relacionam com a construção social do aluno na Educação Infantil

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Regina Lucia Fernandes de Albuquerque
• Orientador(a): Tânia de Freitas Resende
• Banca de defesa: Mariane Campelo Koslinski, Lisandra Ogg Gomes, Vanessa Ferraz Almeida Neves, Cibele Noronha de Carvalho
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
• Departamento: FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Sociologia da Educação; Educação Infantil; Construção social do aluno.; Práticas intraescolares.; Expectativas institucionais.
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/46791; https://orcid.org/0000-0001-9240-6144

A tese investiga alguns elementos dos processos intraescolares na Educação Infantil, em duas turmas da pré-escola, à luz do referencial teórico da Sociologia da Educação, seguindo uma tendência de estudos internacionais que focalizam essa etapa da Educação Básica (BORGE, MELHUISH, 1995; MELHUISH et al, 2000; 2001; 2002; MELHUISH, 2004a; 2004b; SLOT, LERKKANEN, MARJA-KRISTIINA, LESEMAN, 2015; MELHUISH, EREKY-STEVENS, et al, 2015; NICHD, 2002; SLOT, et al, 2015; SYLVA, et al, 2008) - tendência ainda incipiente no Brasil. Teve como objetivo analisar as práticas engendradas no cotidiano escolar que buscam a construção social do aluno (BURGOS, 2014), tendo por referência um ideário de “bom aluno” presente na cultura escolar. Um segundo objetivo busca relacionar as práticas de construção social do aluno com as expectativas institucionais sobre as crianças da Educação Infantil, nas duas turmas foco do estudo. A pesquisa foi realizada em duas escolas da Rede Municipal de Belo Horizonte, situadas na Zona Norte do município, que se diferenciam pelo nível socioeconômico de suas respectivas regiões censitárias de localização e que atendem, simultaneamente, turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Caracteriza-se por pesquisa qualitativa, com utilização de ferramentas para coleta de dados: 1) observação de aulas com crianças na faixa etária de cinco anos (uma turma em cada escola); 2) entrevistas semiestruturadas com professoras das turmas e coordenadoras pedagógicas da Educação Infantil, em ambas as escolas. Também foram utilizadas algumas ferramentas de coleta de dados comuns em pesquisas quantitativas, a saber, a utilização de dados secundários do Censo Escolar 2018 e Censo 2010, com fins de caracterização das escolas. A análise dos resultados obtidos indicou elementos que se associam à construção social do aluno, ou seja, um conjunto de práticas intraescolares que se engendram num movimento de conversão da criança em aluno; movimento esse que parece ser o principal orientador da ação pedagógica desenvolvida em relação às duas turmas, a qual se mostra, então, como um “artesanato” cotidiano da cultura escolar. Nesse “artesanato”, as expectativas institucionais voltam-se mais para comportamentos esperados do que, necessariamente, para aquisições cognitivas; e elementos ligados a marcadores como gênero, religião, território de localização da escola ou de residência da família das crianças são acionados de modo a enfatizar os comportamentos valorizados na cultura escolar.