Competência em informação e pessoas em situação de rua: um estudo de caso em bibliotecas públicas de Campo Grande (MS)

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Brito, Tânia Regina de
• Orientador(a): Belluzzo, Regina Célia Baptista
• Banca de defesa: Guaraldo, Tamara Souza Brandão , Vitoriano, Marcia Cristina de Carvalho Pazin , Simeão, Elmira Luzia Melo Soares , Bassetto, Clemilton Luís
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
• Departamento: Universidade Estadual Paulista
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Competência em informação; Pessoas em situação de rua; Diretrizes para bibliotecas públicas; Vulnerabilidade social; Information literacy; Homeless people; Public library guidelines; Social vulnerability; Alfabetización informacional; Personas en situación de calle; Directrices para bibliotecas públicas; Vulnerabilidad social
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::CIENCIA DA INFORMACAO; CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::CIENCIA DA INFORMACAO::BIBLIOTECONOMIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/6037; https://repositorio.unesp.br/handle/11449/242837?show=full

Buscou-se, de modo geral, identificar e analisar a relação de acesso e uso da informação por parte da população em situação de rua da cidade de Campo Grande – MS, a partir de foco de atenção centrado em bibliotecas públicas e um centro de acolhimento, os quais compuseram o universo de pesquisa. Além disso, efetuou-se também, especificamente, uma análise dos preceitos da Competência em Informação na literatura nacional e internacional existente, procurando-se também identificar o perfil sociodemográfico/ econômico das pessoas em situação de rua, bem como suas percepções e práticas decorrentes quando frequentam as bibliotecas públicas para o acesso e uso da informação, sob a ótica das suas necessidades informacionais em inter-relação com as dimensões, padrões e indicadores de Competência em Informação. A pesquisa desenvolvida para a consecução desta tese está caracterizada como sendo de natureza aplicada, qualitativa, exploratória e descritiva. Trata-se de um estudo de caso que usou como técnicas de coleta de dados, a revisão bibliográfica como apoio à construção de referencial teórico, o questionário com pessoas em situação de rua e a entrevista estruturada com gestores de bibliotecas e centro de acolhimento. Assim, identificou-se que os motivos mais citados como motivação para rua são dependência química (30,4%), problemas com familiares (26,1%) e desemprego (17,4%). A maioria (81,8%) frequenta ou frequentou bibliotecas públicas em Campo Grande, MS, indo em busca de notícias em jornais ou revistas (40%), informações sobre cursos (28%) e emprego (12%). Para o tratamento dos dados foi aplicada a análise de conteúdo, e efetuada uma triangulação entre os resultados. Em decorrência, foram elaboradas e são apresentadas diretrizes para o desenvolvimento de um projeto de Competência em Informação, baseadas em modelo fundamentado em princípios de Aprendizagem e Serviço (ApS) e aplicável às bibliotecas públicas. Conclui-se que a miséria informacional é naturalizada e admitida pela sociedade, mas que a Competência em Informação ao lado de uma mediação informacional acolhedora, pode minimizar em algum grau, a escassez física, material, de saúde, a falta de acesso a moradias, a dependência de substâncias químicas, e outras mazelas decorrentes da falta de informação ou inabilidade em questões de acesso e uso dessas informações. A Competência em Informação tem função social ao ser considerada sob uma perspectiva antirracista, de interseccionalidade, bem como no combate à aporofobia. Espera-se que as diretrizes apresentadas nesta tese sirvam de norte e incentivo para a elaboração de projetos de Competência em Informação voltados à população em situação de rua. E que sirvam de apoio às bibliotecas públicas no seu papel fundamental no combate à pobreza informacional, ao resgate da cidadania, à preservação da democracia. Que possam ser aprimoradas e colocadas em prática para serem testadas e servir para subsidiar políticas públicas voltadas à esta população como um todo, e compreendidas como um mecanismo na colaboração com a Agenda 2030 da ONU não deixando ninguém para trás.