Cultura da beleza: corpo ideal, cirurgia estética e a promoção da saúde de jovens universitários

• Ano de defesa: 2007
• Autor(a) principal: Leal, Virginia Costa Lima Verde
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Cirurgia plástica; Beleza física; Promoção da saúde
• Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/79978

A cirurgia estética, que tem como objetivo o embelezamento, popularizou-se e deixou de ser um procedimento restrito à classe alta em virtude de preços mais acessíveis, progressos tecnológicos, mas também pela valorização de padrões estéticos de um corpo idealizado. O corpo, na cultura ocidental, por muitos séculos, foi rechaçado, temido e desvalorizado; hoje, diferentemente, é supervalorizado e tornou-se um bem precioso, por este motivo é cuidado e modelado, pois a ele são atribuídos os sucessos e as virtudes do indivíduo contemporâneo. Por este motivo, um corpo belo, magro e jovem, para muitos, transformou-se em mandamentos da atualidade, adquirindo o caráter de um novo arquétipo da felicidade e do bem-estar. Na busca de um corpo ideal, muitos, procuram por cirurgias estéticas como solução de insatisfações, e melhoria da auto-estima. Contudo, algumas pessoas, na busca de se enquadrar aos padrões estabelecidos pela cultura da beleza, acabam prejudicando a saúde no lugar de promovê-la. Diante do exposto, esta pesquisa procurou compreender a relação da cirurgia estética com a promoção da saúde, por meio de um estudo qualitativo, com os objetivos de compreender as crenças, as atitudes, as percepções e os processos culturais subjacentes às narrativas das universitárias, submetidas à cirurgia estética e dos cirurgiões plásticos, a partir da perspectiva da promoção da saúde, e, descrever os critérios empregados pelos médicos e suas clientes na decisão de realizar a cirurgia estética, e as percepções sobre os resultados, segundo expectativas. Os relatos foram analisados a partir de três enfoques: a cirurgia estética no contexto da saúde coletiva, o corpo como uma construção simbólica e a promoção da saúde como processo de trabalho da saúde coletiva. De acordo com os participantes da pesquisa, a cirurgia estética pode promover saúde, contudo os cirurgiões entrevistados ressaltam que este procedimento, dependendo da situação, pode trazer problemas em vez de solucioná-los. Os resultados demonstram que o corpo deve ser entendido como algo mais complexo do que o corpo físico e visível, pois muitos que buscam a cirurgia estética continuam insatisfeitos, visto que suas insatisfações atribuídas ao físico são também da alma. Todavia a cirurgia pode contribuir para uma vida mais saudável e bem-estar como descreveram as jovens e os médicos entrevistados. Concluímos que o fato do procedimento ser promotor da saúde ou de doenças depende do que se busca com a cirurgia; para isso, uma avaliação sobre as motivações e expectativas do paciente demonstrou ser um recurso de fundamental importância.