Impacto do estado da saúde bucal na qualidade de vida em pacientes com doença renal crônica

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: CARVALHO, Sérgio Henrique Gonçalves de
• Orientador(a): GODOY, Gustavo Pina
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso embargado
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Odontologia
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Saúde bucal; Insuficiência renal; Qualidade de vida
• Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51339

A doença renal crônica (DRC) pode causar alterações bucais que impactam na qualidade de vida do paciente, principalmente, no estágio de falência renal. O impacto da saúde bucal na qualidade de vida dos indivíduos pode ser avaliado por meio do questionário Oral Health Impact Profile (OHIP-14), que avalia fatores, como: limitação funcional, dor/desconforto físico, impactos psicológico e comportamental. Assim, o estudo objetivou avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de pacientes renais crônicos previamente ao transplante renal. Foi realizado um estudo descritivo analítico do tipo observacional, transversal, envolvendo pacientes com DRC, anteriormente ao transplante renal. As informações foram coletadas a partir de dados sócio-econômico-demográficos, hábitos nocivos, informações médicas, histórico odontológico, avaliação da saúde bucal e do preenchimento do questionário (OHIP-14). A amostra foi representada, em sua maioria, por mulheres (53,8%), casadas (71,3%), brancas (38,8%), com renda familiar entre um e três salários mínimos (63,8%) e ensino médio completo (35%). A média de idade dos participantes foi de 43,21 anos. A maioria dos pacientes ingeriu álcool (62,5%) e tive experiência com o cigarro (31,2%). A hemodiálise foi a principal terapia renal substitutiva (TRS) adotada (95,9%) e a hipertensão foi a principal doença de base desencadeante da falência renal (28,8%). As principais co-morbidades identificadas foram diabetes e anemia. A maioria dos pacientes apresentou CPO-D elevado e IPC alterado e 68,8% não tinham conhecimento da necessidade de tratamento odontológico anterior ao transplante. Apenas 25% haviam recebido tratamento odontológico prévio. As principais alterações identificadas no OHIP-14 foram relacionadas à timidez decorrente dos problemas bucais, desconforto durante a alimentação e sintomatologia dolorosa. O conhecimento sobre a necessidade de tratamento odontológico antes do transplante sugere influência no resultado do OHIP-14, assim como valores de CPO-D e IPC elevados. Observou-se um impacto negativo na qualidade de vida dos participantes homens, pardos e pretos, viúvos, com baixa renda, menor tempo de estudos e em TRS, com histórico de tabagismo e etilismo. Em relação à associação das variáveis com o OHIP-14, foram observados valores significativos para participantes com até nove anos de escolaridade (p-0,027) e em TRS (p- 0,030). Contudo, pacientes pardos, pretos, pacientes que relataram tratamento odontológico prévio ao transplante ou que tinham conhecimento desta necessidade apresentaram diferenças importantes dos valores do OHIP-14, porém sem significância estatística. Variáveis como sexo, raça, renda, instrução e terapia substitutiva apresentaram significância estatística em relação aos anos de estudo e TRS e impactaram negativamente no OHIP-14. Assim, foi possível concluir que a maioria dos pacientes apresentou saúde bucal deficiente e baixa qualidade de vida relacionada à saúde bucal, sendo esta influenciada por fatores psicológicos e físicos.