Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BUARQUE, Cristina Maria
Orientador(a): ALBERNAZ, Lady Selma Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29319
Resumo: Este trabalho referencia-se nas mulheres da Zona Canavieira Pernambucana e objetiva proceder a uma leitura antropológico-feminista sobre a presença do feminino patriarcal e do Feminismo nessa região, relacionando-os ao passado e ao presente, ou seja: às razões do Feminismo e ao Projeto Chapéu de Palha Mulher. Resultado de uma trajetória de pesquisa, gestão pública e militância feminista de um sujeito implicado na produção de conhecimento e transformação da realidade, expõe a conexão entre experiência e construção de conhecimento científico (Sandra Harding). Metodologicamente, dialoga com múltiplos instrumentos: (i) levantamento de memórias; (ii) interpretação de documentos e textos históricos e antropológicos; (iii) releitura da gênese do Feminismo e da Zona Canavieira; (iv) reinterpretação de obras da formação brasileira; (v) estabelecimento de diálogo sobre o Chapéu de Palha Mulher com antropólogos, movimentos sociais, ONG feministas e agentes governamentais; (vi) análise de relatórios e avaliações. O distanciamento dos padrões patriarcais de análise, sem prejuízo da racionalidade sociocientífica, aponta como principais resultados: (1) Inquisição Moderna como uma das razões do Feminismo; (2) coincidência cronológica entre “generocídio” na Europa e genocídio na América como um significado histórico que ressalta o patriarcado como o ponto comum entre a “Caça às bruxas” europeias e o extermínio dos ameríndios; (3) Revolução Francesa como berço do Feminismo muito mais pelas restrições políticas impostas às mulheres que por um clima de liberdade, igualdade e fraternidade; (4) Zona Canavieira como um espaço exemplar da socialização patriarcal, no qual a assertiva do colonizador de “adequar” indígenas e africanos à cultura ocidental cristã emerge como o centro do sucesso da colônia; (5) inadequação das propostas de planejamento atuais presas às dimensões de produção, trabalho e renda para a transformação da região; (6) feminino no Brasil como um construto cultural formado pela igualação das mulheres por meio de sua subordinação aos homens, independentemente de raça e classe, e pela diferenciação de papéis específicos para as mulheres de cada uma das raças. Ao focar o Chapéu de Palha Mulher, os resultados são: a) ineditismo no enfrentamento do patriarcado no histórico ambiente da produção açucareira; b) condição de espaço diferenciado na relação entre sociedade e Estado e entre este, o feminino e o Feminismo; c) propriedade de garantir às canavieiras um canal direto com o governo estadual e para além das demandas de classe; d) condição de estratégia formulada a partir das demandas das mulheres rurais, executada por ONG feministas e monitorada pelos setores de mulheres dos movimentos sociais do campo, revelando as mulheres como beneficiárias diretas e protagonistas na formulação, execução e avaliação dessa política pública, o que responde à 2.ª Onda feminista e, por consequência, cria questões teóricas e práticas para emergência da 3.ª Onda na América Latina. Concluindo, os conteúdos tratados fortalecem a perspectiva da Antropologia Feminista, portanto, a pertinência da releitura de interpretações sobre o Brasil apoiadas em uma análise de gênero. Todo esse processo virtuoso evidencia a necessidade de articular gênero, raça e classe na abordagem da formação brasileira.
id UFPE_37823597f84f8ca90d074ef317e14712
oai_identifier_str oai:repositorio.ufpe.br:123456789/29319
network_acronym_str UFPE
network_name_str Repositório Institucional da UFPE
repository_id_str
spelling BUARQUE, Cristina Mariahttp://lattes.cnpq.br/2915903611198784http://lattes.cnpq.br/8047232872332201ALBERNAZ, Lady Selma FerreiraQUADROS, Marion Teodósio de2019-02-20T18:01:56Z2019-02-20T18:01:56Z2018-01-22https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29319Este trabalho referencia-se nas mulheres da Zona Canavieira Pernambucana e objetiva proceder a uma leitura antropológico-feminista sobre a presença do feminino patriarcal e do Feminismo nessa região, relacionando-os ao passado e ao presente, ou seja: às razões do Feminismo e ao Projeto Chapéu de Palha Mulher. Resultado de uma trajetória de pesquisa, gestão pública e militância feminista de um sujeito implicado na produção de conhecimento e transformação da realidade, expõe a conexão entre experiência e construção de conhecimento científico (Sandra Harding). Metodologicamente, dialoga com múltiplos instrumentos: (i) levantamento de memórias; (ii) interpretação de documentos e textos históricos e antropológicos; (iii) releitura da gênese do Feminismo e da Zona Canavieira; (iv) reinterpretação de obras da formação brasileira; (v) estabelecimento de diálogo sobre o Chapéu de Palha Mulher com antropólogos, movimentos sociais, ONG feministas e agentes governamentais; (vi) análise de relatórios e avaliações. O distanciamento dos padrões patriarcais de análise, sem prejuízo da racionalidade sociocientífica, aponta como principais resultados: (1) Inquisição Moderna como uma das razões do Feminismo; (2) coincidência cronológica entre “generocídio” na Europa e genocídio na América como um significado histórico que ressalta o patriarcado como o ponto comum entre a “Caça às bruxas” europeias e o extermínio dos ameríndios; (3) Revolução Francesa como berço do Feminismo muito mais pelas restrições políticas impostas às mulheres que por um clima de liberdade, igualdade e fraternidade; (4) Zona Canavieira como um espaço exemplar da socialização patriarcal, no qual a assertiva do colonizador de “adequar” indígenas e africanos à cultura ocidental cristã emerge como o centro do sucesso da colônia; (5) inadequação das propostas de planejamento atuais presas às dimensões de produção, trabalho e renda para a transformação da região; (6) feminino no Brasil como um construto cultural formado pela igualação das mulheres por meio de sua subordinação aos homens, independentemente de raça e classe, e pela diferenciação de papéis específicos para as mulheres de cada uma das raças. Ao focar o Chapéu de Palha Mulher, os resultados são: a) ineditismo no enfrentamento do patriarcado no histórico ambiente da produção açucareira; b) condição de espaço diferenciado na relação entre sociedade e Estado e entre este, o feminino e o Feminismo; c) propriedade de garantir às canavieiras um canal direto com o governo estadual e para além das demandas de classe; d) condição de estratégia formulada a partir das demandas das mulheres rurais, executada por ONG feministas e monitorada pelos setores de mulheres dos movimentos sociais do campo, revelando as mulheres como beneficiárias diretas e protagonistas na formulação, execução e avaliação dessa política pública, o que responde à 2.ª Onda feminista e, por consequência, cria questões teóricas e práticas para emergência da 3.ª Onda na América Latina. Concluindo, os conteúdos tratados fortalecem a perspectiva da Antropologia Feminista, portanto, a pertinência da releitura de interpretações sobre o Brasil apoiadas em uma análise de gênero. Todo esse processo virtuoso evidencia a necessidade de articular gênero, raça e classe na abordagem da formação brasileira.This work is referenced in the women of the sugarcane plantations zone of Pernambuco and aims to proceed to an anthropological-feminist reading on the presence of the feminine patriarchal and the Feminism in this region, relating them to the past and present both, that is: to the reasons of the Feminism and to the Project Chapéu de Palha Mulher. Result of a trajectory of research, public administration and feminist militancy of a subject involved in the production of knowledge and transformation of reality, it exposes the connection between experience and the construction of scientific knowledge (Sandra Harding). Methodologically, it dialogues with multiple instruments: (i) survey of memories; (II) interpretation of historical and antropological documents and texts; (III) re-reading of the genesis of the Feminism and the sugarcane plantation zone; (IV) a reinterpretation of works of the Brazilian formation; (v) establishment of dialogue on the Chapéu de Palha Mulher with anthropologists, social movements, feminists non- governmental organisations and government agents; (vi) analysis of reports and evaluations. The distance of the patriarchals standards of analysis, without prejudice of the social and scientific rationality, points as main results: (1) Modern Inquisition as one of the reasons of the Feminism; (2) chronological coincidence between “gendercide” in Europe and genocide in America as a historical significance that stresses the patriarchate as the common point beetween the european "Witchhunt" and the extermination of the amerindians; (3)the French Revolution as the cradle of the Feminism, much more for the political restrictions imposed to the women, than for the atmosphere of freedom , equality and fraternity; (4) the Sugarcane zone as an exemplary space of the patriarchal socialization, in which the assertive of the colonizer “to adjust” indians and Africans to the Christian occidental culture emerges as the center of the success of the colony; (5) inadequacy of the current planning proposals tied to the dimensions of production, work and income for the transformation of the region; (6) feminine in Brazil as a cultural construct formed by the equalization of the women through their subordination to men, regardless of race and social status, and for the differentiation of specific roles for the women of each race. When focusing on Chapéu de Palha Mulher, the results are: a) unprecedentedness in confronting the patriarchate in the historical setting of sugar production; b) condition of differentiated space in the relation between society and State and between the State,Feminine and Feminism; c) property to guarantee to the sugarcane plantation workers a direct channel with the state government and beyond class demands; d) condition of strategy formulated from demands of the rural women, executed by feminist NGOs and monitored by the sectors of women of the social movements of the country, revealing women as direct beneficiaries and protagonists in the formulation, execution and evaluation of these public politics, which responds to the 2.a feminist wave and, consequently, creates theoretical and practical questions for the emergence of the 3.a wave in Latin America. In conclusion, the contents dealt with in here strengthen the perspective of the Feminist Anthropology, therefore, the relevancy of the re-reading of interpretations of Brazil supported by a gender analysis. All this virtuous process highlights the need to articulate gender, race and social status in the approach to the Brazilian formation.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em AntropologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAntropologiaPatriarcadoFemininoFeminismoMulheres do campoCana-de-açúcarTrabalhadores das plantaçõesChapéu de Palha MulherZona canavieiraFeminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambucoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Cristina Maria Buarque.pdf.jpgTESE Cristina Maria Buarque.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1236https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/5/TESE%20Cristina%20Maria%20Buarque.pdf.jpga241a6f5451bf557ed4708ea86c6bf2aMD55ORIGINALTESE Cristina Maria Buarque.pdfTESE Cristina Maria Buarque.pdfapplication/pdf4265016https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/1/TESE%20Cristina%20Maria%20Buarque.pdf1d5f349f648a83b2408e2914f5daff34MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/2/license_rdfe39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82311https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/3/license.txt4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08MD53TEXTTESE Cristina Maria Buarque.pdf.txtTESE Cristina Maria Buarque.pdf.txtExtracted texttext/plain1365849https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/4/TESE%20Cristina%20Maria%20Buarque.pdf.txtf52a1a2b59c8b87d05c5761f4edfc0c1MD54123456789/293192019-10-25 08:34:54.036oai:repositorio.ufpe.br:123456789/29319TGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKClRvZG8gZGVwb3NpdGFudGUgZGUgbWF0ZXJpYWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgKFJJKSBkZXZlIGNvbmNlZGVyLCDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBQZXJuYW1idWNvIChVRlBFKSwgdW1hIExpY2Vuw6dhIGRlIERpc3RyaWJ1acOnw6NvIE7Do28gRXhjbHVzaXZhIHBhcmEgbWFudGVyIGUgdG9ybmFyIGFjZXNzw612ZWlzIG9zIHNldXMgZG9jdW1lbnRvcywgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsLCBuZXN0ZSByZXBvc2l0w7NyaW8uCgpDb20gYSBjb25jZXNzw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBvIGRlcG9zaXRhbnRlIG1hbnTDqW0gdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IuCl9fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fX19fXwoKTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjbyBFeGNsdXNpdmEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBjb20gZXN0YSBsaWNlbsOnYSBlIGFjZWl0w6EtbGEsIHZvY8OqIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMpOgoKYSkgRGVjbGFyYSBxdWUgY29uaGVjZSBhIHBvbMOtdGljYSBkZSBjb3B5cmlnaHQgZGEgZWRpdG9yYSBkbyBzZXUgZG9jdW1lbnRvOwpiKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGUgYWNlaXRhIGFzIERpcmV0cml6ZXMgcGFyYSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGUEU7CmMpIENvbmNlZGUgw6AgVUZQRSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZGUgYXJxdWl2YXIsIHJlcHJvZHV6aXIsIGNvbnZlcnRlciAoY29tbyBkZWZpbmlkbyBhIHNlZ3VpciksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIsIG5vIFJJLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgcG9yIG91dHJvIG1laW87CmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgVUZQRSBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgcGFyYSBxdWFscXVlciBmb3JtYXRvIGRlIGZpY2hlaXJvLCBtZWlvIG91IHN1cG9ydGUsIHBhcmEgZWZlaXRvcyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBwcmVzZXJ2YcOnw6NvIChiYWNrdXApIGUgYWNlc3NvOwplKSBEZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRvY3VtZW50byBzdWJtZXRpZG8gw6kgbyBzZXUgdHJhYmFsaG8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2Ugb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgb3V0cmEgcGVzc29hIG91IGVudGlkYWRlOwpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlCmF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gcmVzcGVjdGl2byBkZXRlbnRvciBkZXNzZXMgZGlyZWl0b3MgcGFyYSBjZWRlciDDoApVRlBFIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgTGljZW7Dp2EgZSBhdXRvcml6YXIgYSB1bml2ZXJzaWRhZGUgYSB1dGlsaXrDoS1sb3MgbGVnYWxtZW50ZS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGN1am9zIGRpcmVpdG9zIHPDo28gZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZTsKZykgU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVRlBFLMKgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUEUgaWRlbnRpZmljYXLDoSBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBhdXRvciAoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBwYXJhIGFsw6ltIGRvIHByZXZpc3RvIG5hIGFsw61uZWEgYykuCg==Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T11:34:54Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
title Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
spellingShingle Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
BUARQUE, Cristina Maria
Antropologia
Patriarcado
Feminino
Feminismo
Mulheres do campo
Cana-de-açúcar
Trabalhadores das plantações
Chapéu de Palha Mulher
Zona canavieira
title_short Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
title_full Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
title_fullStr Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
title_full_unstemmed Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
title_sort Feminino e feminismo na Zona Canavieira: uma releitura antropológica das desigualdades de gênero em Pernambuco
author BUARQUE, Cristina Maria
author_facet BUARQUE, Cristina Maria
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/2915903611198784
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/8047232872332201
dc.contributor.author.fl_str_mv BUARQUE, Cristina Maria
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv ALBERNAZ, Lady Selma Ferreira
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv QUADROS, Marion Teodósio de
contributor_str_mv ALBERNAZ, Lady Selma Ferreira
QUADROS, Marion Teodósio de
dc.subject.por.fl_str_mv Antropologia
Patriarcado
Feminino
Feminismo
Mulheres do campo
Cana-de-açúcar
Trabalhadores das plantações
Chapéu de Palha Mulher
Zona canavieira
topic Antropologia
Patriarcado
Feminino
Feminismo
Mulheres do campo
Cana-de-açúcar
Trabalhadores das plantações
Chapéu de Palha Mulher
Zona canavieira
description Este trabalho referencia-se nas mulheres da Zona Canavieira Pernambucana e objetiva proceder a uma leitura antropológico-feminista sobre a presença do feminino patriarcal e do Feminismo nessa região, relacionando-os ao passado e ao presente, ou seja: às razões do Feminismo e ao Projeto Chapéu de Palha Mulher. Resultado de uma trajetória de pesquisa, gestão pública e militância feminista de um sujeito implicado na produção de conhecimento e transformação da realidade, expõe a conexão entre experiência e construção de conhecimento científico (Sandra Harding). Metodologicamente, dialoga com múltiplos instrumentos: (i) levantamento de memórias; (ii) interpretação de documentos e textos históricos e antropológicos; (iii) releitura da gênese do Feminismo e da Zona Canavieira; (iv) reinterpretação de obras da formação brasileira; (v) estabelecimento de diálogo sobre o Chapéu de Palha Mulher com antropólogos, movimentos sociais, ONG feministas e agentes governamentais; (vi) análise de relatórios e avaliações. O distanciamento dos padrões patriarcais de análise, sem prejuízo da racionalidade sociocientífica, aponta como principais resultados: (1) Inquisição Moderna como uma das razões do Feminismo; (2) coincidência cronológica entre “generocídio” na Europa e genocídio na América como um significado histórico que ressalta o patriarcado como o ponto comum entre a “Caça às bruxas” europeias e o extermínio dos ameríndios; (3) Revolução Francesa como berço do Feminismo muito mais pelas restrições políticas impostas às mulheres que por um clima de liberdade, igualdade e fraternidade; (4) Zona Canavieira como um espaço exemplar da socialização patriarcal, no qual a assertiva do colonizador de “adequar” indígenas e africanos à cultura ocidental cristã emerge como o centro do sucesso da colônia; (5) inadequação das propostas de planejamento atuais presas às dimensões de produção, trabalho e renda para a transformação da região; (6) feminino no Brasil como um construto cultural formado pela igualação das mulheres por meio de sua subordinação aos homens, independentemente de raça e classe, e pela diferenciação de papéis específicos para as mulheres de cada uma das raças. Ao focar o Chapéu de Palha Mulher, os resultados são: a) ineditismo no enfrentamento do patriarcado no histórico ambiente da produção açucareira; b) condição de espaço diferenciado na relação entre sociedade e Estado e entre este, o feminino e o Feminismo; c) propriedade de garantir às canavieiras um canal direto com o governo estadual e para além das demandas de classe; d) condição de estratégia formulada a partir das demandas das mulheres rurais, executada por ONG feministas e monitorada pelos setores de mulheres dos movimentos sociais do campo, revelando as mulheres como beneficiárias diretas e protagonistas na formulação, execução e avaliação dessa política pública, o que responde à 2.ª Onda feminista e, por consequência, cria questões teóricas e práticas para emergência da 3.ª Onda na América Latina. Concluindo, os conteúdos tratados fortalecem a perspectiva da Antropologia Feminista, portanto, a pertinência da releitura de interpretações sobre o Brasil apoiadas em uma análise de gênero. Todo esse processo virtuoso evidencia a necessidade de articular gênero, raça e classe na abordagem da formação brasileira.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018-01-22
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-02-20T18:01:56Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-02-20T18:01:56Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29319
url https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29319
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pos Graduacao em Antropologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFPE
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Pernambuco
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPE
instname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron:UFPE
instname_str Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
instacron_str UFPE
institution UFPE
reponame_str Repositório Institucional da UFPE
collection Repositório Institucional da UFPE
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/5/TESE%20Cristina%20Maria%20Buarque.pdf.jpg
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/1/TESE%20Cristina%20Maria%20Buarque.pdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/2/license_rdf
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/3/license.txt
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/29319/4/TESE%20Cristina%20Maria%20Buarque.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a241a6f5451bf557ed4708ea86c6bf2a
1d5f349f648a83b2408e2914f5daff34
e39d27027a6cc9cb039ad269a5db8e34
4b8a02c7f2818eaf00dcf2260dd5eb08
f52a1a2b59c8b87d05c5761f4edfc0c1
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
repository.mail.fl_str_mv attena@ufpe.br
_version_ 1801858395519582208