“Desquite”, relações de gênero e sexualidade na narrativa de mulheres do Recife/PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTANA, Inês Helena Batista de
Orientador(a): NASCIMENTO, Luís Felipe Rios do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Psicologia
Separação - Direito
Marido – Mulher
Casamento – Família
Mulheres – Comportamento sexual
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39446
Resumo: NASCIMENTO, Luís Felipe Rios do, também é conhecido em citações bibliográficas por: RIOS, Luís Felipe
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spelling SANTANA, Inês Helena Batista dehttp://lattes.cnpq.br/8876975240507439http://lattes.cnpq.br/9817218308880476NASCIMENTO, Luís Felipe Rios do2021-03-23T14:12:14Z2021-03-23T14:12:14Z2019-02-27SANTANA, Inês Helena Batista de. “Desquite”, relações de gênero e sexualidade na narrativa de mulheres do Recife/PE. 2019. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39446NASCIMENTO, Luís Felipe Rios do, também é conhecido em citações bibliográficas por: RIOS, Luís FelipeO estudo se propôs a compreender a sexualidade de mulheres da cidade do Recife/PE, que passaram pela experiência do desquite. O desquite, instituído em 1942, consistia em uma modalidade de separação do casal e dos seus bens materiais sem romper o vínculo conjugal, o que impedia novos casamentos. Naquele período histórico, o comando da família era outorgado ao homem, sendo a mulher colocada na posição de “colaboradora dos encargos da família”. Assim, com o casamento, a mulher perdia sua plena capacidade, tornando-se relativamente capaz. Nesse contexto, observamos que, o desquite liberta para o exercício da sexualidade, na medida em que as pessoas estão legalmente separadas; ao mesmo tempo em que a sociedade da época, marcadamente conservadora e patriarcal, cerceava a liberdade sexual das mulheres. A investigação se desenvolveu na condição de uma pesquisa de abordagem clínica, enfatizando a singularidade das mulheres abordadas, bem como a análise da minha implicação como pesquisadora nas situações e narrativas confrontadas e analisadas. A pesquisa foi conduzida a partir de um marco teórico que considera o sexual como uma construção social, e que se encontra articulado com outros marcadores sociais da diferença, tais como, gênero, classe, religião, raça, nacionalidade e idade/geração. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual foi utilizado como recurso metodológico as narrativas de história de vida. Realizei entrevistas em profundidade, com três mulheres com 57, 67 e 73 anos de idade, residentes na cidade do Recife/PE. Foi constatado que, embora nenhuma das entrevistadas tenham efetivado judicialmente a dissolução do casamento pelo desquite, mas através da separação ou do divórcio, a ideia de desquite se afigurou como carregada de sentidos para elas. Foi feita a análise hermenêutica das narrativas, à luz das teorias construcionistas sociais da sexualidade, bem como dos aportes teóricos de gênero. A pesquisa foi norteada pelos princípios e recomendações das “Normas para pesquisa envolvendo seres humanos – Resolução CNS 196/96 e outras”; e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). As aproximações analíticas das narrativas das interlocutoras apontaram para o fato de que contextos de subjetivação dessas como: a configuração da família de origem, a escolarização e a inserção no mercado de trabalho parecem ter fomentado e oportunizado movimentos no sentido da autonomia nessas mulheres. Outro aspecto observado foi que as mulheres participantes utilizaram estratégias de resistência, na perspectiva de Foucault (1986), para vivenciarem as experiências sexuais, a despeito da discriminação e das dificuldades enfrentadas por elas, à época, na condição de mulheres separadas.This study aims to understand the sexuality of women from the city of Recife/PE who experienced legal separation. Legal separation first took place in 1942 and consisted in a way of separation of both, couple and their material possessions, without breaking the marital bond, which prevented new marriages. In that historical period, the man was the chief of the family. The woman, however, was in the position of “collaborator of the burden of the family”. Thus, after marriage, the woman lost her full capacity, becoming relatively capable. In this context, we noted that the legal separation law freed to the exercise of sexuality, as far as people were separated. At the same time, the society of the time, markedly conservative and patriarchal, restricted the sexual freedom of women. I developed the research as a clinical approach research. Emphasizing the uniqueness of the women addressed, as well as the analysis of my involvement as a woman and researcher in the situations and narratives I confronted and analyzed. I conducted the research from a theoretical framework that considers sexual as a social construct, and is articulated with other social markers of difference, such as gender, class, religion, race, nationality and age/generation. It is a qualitative research, in which I used narratives of life history as the methodological resource. I conducted in-depth interviews with three women of 57, 67 and 73 years old, living in the city of Recife/PE. I found that, although none of the interviewees had made a judicial decision on the dissolution of the marriage through legal separation itself, but through separation or divorce, the idea of legal separation seemed to be loaded with sense for them. A hermeneutical analysis of the narratives was done in light of constructional social theories of sexuality, as well as the theoretical contributions of gender. I guided the research by the principles and recommendations of the “Normas para pesquisa envolvendo seres humanos – Resolução CNS 196/96 e outras”. The Research Ethics Committee of Federal University of Pernambuco (UFPE) approved the research. The analytical approximations of the interlocutors’ narratives pointed to the fact that subjectivation contexts such as the configurations of the origin family, schooling and insertion in the labor market seem to have fostered and promoted the development of autonomy in these women. Another aspect I observed was that the participants women used strategies of resistance, from the perspective of Foucault (1986), to undergo sexual experiences, despite discrimination and challenges faced by them as separated women in that time.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em PsicologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessPsicologiaSeparação - DireitoMarido – MulherCasamento – FamíliaMulheres – Comportamento sexual“Desquite”, relações de gênero e sexualidade na narrativa de mulheres do Recife/PEinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPEORIGINALTESE Inês Helena Batista de Santana.pdfTESE Inês Helena Batista de Santana.pdfapplication/pdf3130948https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/39446/1/TESE%20In%c3%aas%20Helena%20Batista%20de%20Santana.pdf516e88dfe6961cd3270fb5701da59da0MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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