Potencial antimicrobiano da lectina da sarcotesta de Punica granatum (PgTeL) contra patógenos humanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Pollyanna Michelle da
Orientador(a): NAPOLEÃO, Thiago Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34392
Resumo: O aumento no número de microrganismos resistentes e a elevada toxicidade das drogas atualmente utilizadas torna necessária a busca por novos agentes com ação antimicrobiana. Lectinas são proteínas que se ligam de forma seletiva e reversível a carboidratos, apresentando diversas atividades biológicas, incluindo atividade antimicrobiana. A sarcotesta das sementes de romã (Punica granatum) contém uma lectina ligadora de quitina denominada PgTeL, já descrita como agente antibacteriano. A presente tese investigou a atividade antimicrobiana de PgTeL contra fungos do gênero Candida e isolados clínicos bacterianos de Staphylococcus aureus (não-resistente e resistente à meticilina, MRSA) e Escherichia coli (produtores de β-lactamases das famílias CTX-M, CMY e metalo-β-lactamases). Adicionalmente, foi investigada a toxicidade para células mononucleares de sangue periférico (PBMCs) humano. Atividade antifúngica de PgTeL foi detectada contra Candida albicans (concentração mínima inibitória, CMI: 25 μg/mL; concentração mínima fungicida, CMF: 50 μg/mL) e Candida krusei (CMI e CMF de 12,5 μg/mL). O tratamento das leveduras com PgTeL, mesmo em concentrações sub-inibitórias (½CMI e ¼CMI), resultou na diminuição do conteúdo de ATP intracelular e induziu peroxidação lipídica. Além disso, PgTeL danificou a integridade da parede celular de ambas as espécies, com efeitos mais pronunciados em C. krusei. Por fim, a lectina mostrou atividade antibiofilme contra C. albicans. Com relação aos efeitos sobre S. aureus, PgTeL apresentou atividade antibacteriana contra os isolados 8325-4 (não-resistente) e LAC USA300 (MRSA), interferindo tanto no crescimento (CMI de 6,25 e 12,5 μg/mL, respectivamente) quanto na sobrevivência (concentração mínima bactericida, CMB, de 25,0 e 50,0 μg/mL, respectivamente). O crescimento das culturas começou apenas na nona (8325-4) e na décima (LAC USA300) horas na presença de PgTeL na CMI, enquanto foi detectado desde a primeira hora no controle. A lectina causou alterações na morfologia celular como alongamento, enrugamento, perfurações, aumento no tamaho e lise celular, apresentou efeito anti-agregação e exibiu atividade antibiofilme contra ambos os isolados de S.aureus. Por outro lado, a lectina não interferiu com a atividade hemolítica de LAC USA300e na expressão dos genes hla e rnaIII que codificam hemolisina e RNAIII (efetor do sistema), respectivamente. PgTeL também não ativou a expressão de spa que codifica a proteína A. Os genes hla, rnaIII e spa estão ligados ao sistema de virulência Agr. Para os isolados de E. coli PgTeL apresentou tanto ação bacteriostática (CMI: 12,5 a 50 μg/mL) quanto bactericida (CMB: 25 a 100 μg/mL). A incubação com PgTeL atrasou o início da replicação das culturas em no mínimo 10 horas. Na CMI, a lectina causou alterações no tamanho, forma e estrutura das células de E. coli. A combinação PgTeL-ceftazidima apresentou efeito sinérgico com todos os isolados; efeito sinérgico também foi detectado com carbenicilina, cefotaxima, cefalexina e cefuroxima para um ou mais isolados de E. coli. Ainda, PgTeL apresentou ação antibiofilme contra todos os isolados. Quanto à citotoxicidade para células humanas PgTeL não interferiu na viabilidade das PBMCs quando testada nas concentrações de 1, 10 e 100 μg/mL. Em conclusão, PgTeL é uma molécula com potencial para tratamento de infecções fúngicas e bacterianas, inclusive contra isolados multirresistentes.
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A presente tese investigou a atividade antimicrobiana de PgTeL contra fungos do gênero Candida e isolados clínicos bacterianos de Staphylococcus aureus (não-resistente e resistente à meticilina, MRSA) e Escherichia coli (produtores de β-lactamases das famílias CTX-M, CMY e metalo-β-lactamases). Adicionalmente, foi investigada a toxicidade para células mononucleares de sangue periférico (PBMCs) humano. Atividade antifúngica de PgTeL foi detectada contra Candida albicans (concentração mínima inibitória, CMI: 25 μg/mL; concentração mínima fungicida, CMF: 50 μg/mL) e Candida krusei (CMI e CMF de 12,5 μg/mL). O tratamento das leveduras com PgTeL, mesmo em concentrações sub-inibitórias (½CMI e ¼CMI), resultou na diminuição do conteúdo de ATP intracelular e induziu peroxidação lipídica. Além disso, PgTeL danificou a integridade da parede celular de ambas as espécies, com efeitos mais pronunciados em C. krusei. Por fim, a lectina mostrou atividade antibiofilme contra C. albicans. 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Em conclusão, PgTeL é uma molécula com potencial para tratamento de infecções fúngicas e bacterianas, inclusive contra isolados multirresistentes.FACEPEThe increase in the number of resistant microorganisms and the high toxicity of the currently used drugs makes necessary the search for new agents with antimicrobial action. Lectins are proteins that bind selectively and reversibly to carbohydrates, presenting several biological activities, including antimicrobial activity. The sarcotesta of pomegranate (Punica granatum L.) seeds contains a chitin-binding lectin called PgTeL, already described as antibacterial agent. The present thesis investigated the antimicrobial activity of PgTeL against fungi of Candida genus and bacterial clinical isolates of Staphylococcus aureus (non-resistant and methicillin resistant, MRSA) and Escherichia coli (producers of β-lactamases from the CTX-M, CMY and metallo-β-lactamases families). Additionally, toxicity to human peripheral blood mononuclear cells (PBMCs) was investigated. Antifungal activity of PgTeL was detected against Candida albicans (minimum inhibitory concentration, MIC: 25 μg/mL, minimal fungicidal concentration, MFC: 50 μg/mL) and Candida krusei (MIC and MFC of 12.5 μg/mL). Treatment of yeasts with PgTeL, even at subinhibitory concentrations (½MIC and ¼MIC), resulted in a decrease in intracellular ATP content and induced lipid peroxidation. In addition, PgTeL damaged the cell wall integrity of both species, with more pronounced effects on C. krusei. Finally, the lectin showed antibiofilm activity against C. albicans. In respect to the effects on S. aureus, PgTeL presented antibacterial activity against the isolates 8325-4 (non-resistant) and LAC USA300 (MRSA), interfering in both growth (MIC of 6.25 and 12.5 μg/mL, respectively) and survival (minimum bactericidal concentration, MBC, 25.0 and 50.0 μg/mL, respectively). Growth of the cultures started only at the ninth (8325-4) and tenth (LAC USA300) hours in the presence of PgTeL at MIC, while it was detected since the first hour in the control. The lectin caused changes in cell morphology such as stretching, wrinkling, perforations, increase in size and cellular lysis, showed anti-aggregation effect and exhibited antibiofilm activity against both S. aureus isolates. On the other hand, the lectin did not interfere with the hemolytic activity of LAC USA300 and the expression of hla and rnaIII genes encoding hemolysin and RNAIII. PgTeL also did not activate expression of spa encoding protein A. The hla, rnaIII and spa genes are linked to the Agr virulence system. For E. coli isolates, PgTeL presented both bacteriostatic (MIC: 12.5 to 50 μg/mL) and bactericidal (MBC: 25 to 100 μg/mL) activities. Incubation with PgTeL delayed the start of culture replication in at least 10 hours. At the CMI, the lectin caused changes in the size, shape, and structure of E. coli cells. The PgTeL-ceftazidime combination showed synergistic effect with all isolates; synergistic effect was also detected with carbenicillin, cefotaxime, cephalexin and cefuroxime for one or more E. coli isolates. In addition, PgTeL presented antibiofilm action against all the isolates. In regard to the cytotoxicity to human cells, PgTeL did not interfere with the viability of PBMCs when tested at concentrations of 1, 10 and 100 μg/mL. In conclusion, PgTeL is a molecule with potential for the treatment of fungal and bacterial infections, including against multiresistant isolates.porUniversidade Federal de PernambucoPrograma de Pos Graduacao em Bioquimica e FisiologiaUFPEBrasilAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessRomãAtividade antibacterianaAtividade antifúngicaPotencial antimicrobiano da lectina da sarcotesta de Punica granatum (PgTeL) contra patógenos humanosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisdoutoradoreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPETHUMBNAILTESE Pollyanna Michelle da Silva.pdf.jpgTESE Pollyanna Michelle da Silva.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1187https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34392/5/TESE%20Pollyanna%20Michelle%20da%20Silva.pdf.jpg88e5f2c400ce966bc731daaaed334594MD55ORIGINALTESE Pollyanna Michelle da Silva.pdfTESE Pollyanna Michelle da Silva.pdfapplication/pdf9883890https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/34392/1/TESE%20Pollyanna%20Michelle%20da%20Silva.pdf7d26fb34d7ac1a256f8989845429be18MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; 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