O (NOVO) DESENVOLVIMENTISMO BRASILEIRO - do 'novo' pacto do poder à manutenção do discurso econômico durante os dois governos Lula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: LIRA, Bruno Ferreira Freire Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16511
Resumo: A pesquisa que trata esta dissertação de mestrado em Sociologia centra-se em uma crítica desconstrucionista a uma ideologia de desenvolvimento recente, denominada de (novo) desenvolvimentismo brasileiro (NDB), que foi alçada como uma alternativa as políticas neoliberais e ao nacional-desenvolvimentismo. Elaborada por intelectuais, principalmente economistas mais comprometidos com a construção de uma via heterodoxa da modernização brasileira, o (novo) desenvolvimentismo inspirou o projeto nacional petista, sendo parte integrante dos dois governos Lula (2003-2006; 2007-2010). Para viabilizarmos esta crítica desconstrucionista do discurso heterodoxo, decidimos analisar as contribuições de intelectuais colaboradores da Revista de Economia Política (REP), editada em São Paulo desde os anos oitenta, além de outros artigos e documentos sobre os governos Lula. Partimos, então, da hipótese de que essa alternativa não se propõe a um rompimento com o discurso economicista em voga, apenas idealiza um conjunto de políticas desenvolvimentistas que sugere a recuperação da capacidade gerencial do Estado alinhado com os preceitos mercadológicos. Aqui, a perspectiva decolonial é utilizada como arcabouço teórico-metodológico, permitindo compreender a dimensão mítica do crescimento econômico, principalmente em sociedades periféricas como a brasileira. Á luz da relação entre capitalismo e colonialidade é sugerido metodologicamente quatro marcadores decoloniais do desenvolvimento como parâmetros explicativos da realidade social: variáveis econômicas; crescimento econômico; mercado; e a questão nacional. A partir da abordagem decolonial, aprofundaremos o método da análise crítica do discurso (ACD) que possibilita enfatizar o ‗lugar de fala‘ do intelectual e a relação de poder e hegemonia entre dominantes e dominados. A análise metodológica ocorre em dois momentos: o primeiro restrito aos artigos da REP e a conformação do (novo) desenvolvimentismo; e o segundo ampliando o escopo de intelectuais, inclusive aqueles vinculados ao governo, identificando os contornos do NDB e sua participação nos dois governos Lula. Uma crítica de natureza sociológica deste debate ―heterodoxo‖ é fundamental para revelar como a leitura excessivamente abstrata que os economistas fazem da realidade social termina influindo negativamente sobre os rumos dos acontecimentos, desvirtuando as políticas públicas e desorientando a opinião pública.
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Para viabilizarmos esta crítica desconstrucionista do discurso heterodoxo, decidimos analisar as contribuições de intelectuais colaboradores da Revista de Economia Política (REP), editada em São Paulo desde os anos oitenta, além de outros artigos e documentos sobre os governos Lula. Partimos, então, da hipótese de que essa alternativa não se propõe a um rompimento com o discurso economicista em voga, apenas idealiza um conjunto de políticas desenvolvimentistas que sugere a recuperação da capacidade gerencial do Estado alinhado com os preceitos mercadológicos. Aqui, a perspectiva decolonial é utilizada como arcabouço teórico-metodológico, permitindo compreender a dimensão mítica do crescimento econômico, principalmente em sociedades periféricas como a brasileira. Á luz da relação entre capitalismo e colonialidade é sugerido metodologicamente quatro marcadores decoloniais do desenvolvimento como parâmetros explicativos da realidade social: variáveis econômicas; crescimento econômico; mercado; e a questão nacional. A partir da abordagem decolonial, aprofundaremos o método da análise crítica do discurso (ACD) que possibilita enfatizar o ‗lugar de fala‘ do intelectual e a relação de poder e hegemonia entre dominantes e dominados. A análise metodológica ocorre em dois momentos: o primeiro restrito aos artigos da REP e a conformação do (novo) desenvolvimentismo; e o segundo ampliando o escopo de intelectuais, inclusive aqueles vinculados ao governo, identificando os contornos do NDB e sua participação nos dois governos Lula. Uma crítica de natureza sociológica deste debate ―heterodoxo‖ é fundamental para revelar como a leitura excessivamente abstrata que os economistas fazem da realidade social termina influindo negativamente sobre os rumos dos acontecimentos, desvirtuando as políticas públicas e desorientando a opinião pública.CapesThe research mentioned in this dissertation in Sociology focuses on a deconstructionist criticism of a recently developed ideology, called (new) Brazilian developmentalism (NDB), which was raised as an alternative to the neoliberal and nationalist developmentalism policies. It was elaborated by intellectuals, mainly economists, who are more committed to building an unorthodox way of Brazilian modernization, the (new) developmentalism inspired PT national project, which was part of both Lula‘s governments (2003-2006; 2007-2010). To enable this deconstructionist criticism of unorthodox speech, we decided to analyze the contributions of Political Economy Magazine (REP) intellectuals, published in São Paulo since the eighties, as well as other articles and documents about the Lula government. We start with the hypothesis that this alternative does not propose a break with the economistic discourse in vogue, only idealizes a set of development policies suggesting the recovery of the State's management capacity aligned with market principles. Here, the decolonial perspective is used as a theoretical and methodological framework, allowing us to understand the mythic dimension of economic growth, especially in peripheral societies like the Brazilian one. In light of the relationship between capitalism and colonialism we've suggested methodologically four decolonial developmental markers as explanatory parameters of social reality: economic variables; economic growth; market; and the national question. From the colonialist approach, we deepen the method of critical discourse analysis (CDA) that makes it possible to emphasize the 'place of speech' of the intellectual and the relationship of power and hegemony between dominant and dominated. The methodological analysis occurs in two stages: the first restricted to REP articles and the conformation of the (new) developmentalism; and the second extending the intellectual scope, including those linked to the government, identifying the NDB contours and their participation in the two Lula governments. A critique of the sociological nature of this "unorthodox" debate is fundamental to revealing as too abstract the reading that economists make of social reality having a negative influence on the course of events, distorting public policy and disorienting public opinion.Universidade Federal de PernambucoUFPEBrasilPrograma de Pos Graduacao em SociologiaALBUQUERQUE, Paulo Henrique Novaes Martins deLIRA, Bruno Ferreira Freire Andrade2016-04-12T18:18:01Z2016-04-12T18:18:01Z2015-08-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16511ark:/64986/001300000frm4porAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPE2019-10-25T23:06:32Zoai:repositorio.ufpe.br:123456789/16511Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T23:06:32Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false
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