O ensino e a aprendizagem da concordância verbo-nominal: concepções e práticas numa rede pública de ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Elza Campos De Oliveira, Raquel
Orientador(a): Gomes de Morais, Artur
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4743
Resumo: A maioria da população brasileira apresenta dificuldades no emprego das marcas prestigiadas de concordância verbo-nominal, constituindo esse subtópico da norma lingüística um dos aspectos mais estigmatizadores dos falantes brasileiros e uma fonte de preocupação para os professores no ensino de Língua Portuguesa. Diante disso, esta pesquisa teve por objetivo geral analisar o processo de ensino e de aprendizagem da concordância verbo-nominal (CVN), a partir do trabalho didático realizado numa rede pública de ensino, desvelando que fatores ajudariam ou dificultariam as crianças a se apropriarem das marcas de CVN de prestígio. Tomamos, para tanto, como referenciais teóricos principais a Teoria da Transposição Didática e do Contrato Didático, a noção de competência comunicativa aliada às atuais revisões conceituais sobre língua e gramática, assim como a pedagogia do "bidialetalismo transformador . Nossos sujeitos foram duas professoras e seus alunos, crianças de escolas públicas da rede municipal de Recife, pertencentes a duas turmas (uma, de 3ª série e uma, de 4 ª série). Nossa pesquisa envolveu dois estudos. O primeiro visou ao levantamento do rendimento gramatical dos alunos investigados quanto ao emprego das marcas de CVN a partir da reescrita de uma narrativa infantil. Nosso segundo estudo, de caráter etnográfico, se deteve no exame do saber efetivamente ensinado, particularmente no eixo de Análise Lingüística (AL) e no enfoque da CVN, tal como desenvolvido pelas duas docentes mencionadas. Os resultados apontaram que, de fato, as crianças de 3ª e de 4ª séries revelaram dificuldades na notação das marcas de CVN, típicas da gramática de prestígio, embora possamos ter identificado um melhor desempenho com o avanço daescolaridade. Além de reiterar evidências de estudos realizados com adultos, nos quais a marcação da CVN demonstrava ser influenciada por fatores como a posição de elementos lingüísticos na oração, encontramos peculiaridades no desempenho das crianças. Não só oscilavam bastante no uso, ou não, de marcas redundantes de número, como, também, apresentaram curiosos erros na marcação de gênero. A partir das entrevistas e das observações realizadas nas duas salas de aula pesquisadas, constatamos que, embora as professoras declarassem que o ensino de língua devia estar atrelado ao desenvolvimento constante da leitura e da produção textuais pelos alunos, continuavam realizando o ensino de gramática normativa tradicional. Utilizavam textos para extrair determinadas frases que contivessem os conteúdos gramaticais a serem focalizados, como a CVN. Mediante esse trabalho com frases isoladas, propunham atividades bastante tradicionais, como a passagem de verbos do singular para o plural e a conjugação dos tempos verbais. Em nenhum momento pudemos identificar um processo de ensino e de aprendizagem que tomasse o confronto entre as variedades dialetais como um meio relevante para a apropriação, pelas crianças, de diferentes formas de falar e de escrever, adequando o seu discurso ao grau de maior ou menor formalidade, requerido pelo contexto de produção discursiva. As mestras revelaram uma confusa noção a respeito do ensino das variedades dialetais, além da não-priorização, no tratamento didático efetuado, de atividades de reescrita de textos dos alunos. Interpretamos que isso indica o descompasso entre as necessidades infantis, reveladas no estudo I, e o ensino realizado pelas professoras no estudo II, dando-nos algumas pistas, portanto, para explicar, ainda que parcialmente, a ineficiência da escola no desenvolvimento da competência comunicativa dos aprendizes
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Diante disso, esta pesquisa teve por objetivo geral analisar o processo de ensino e de aprendizagem da concordância verbo-nominal (CVN), a partir do trabalho didático realizado numa rede pública de ensino, desvelando que fatores ajudariam ou dificultariam as crianças a se apropriarem das marcas de CVN de prestígio. Tomamos, para tanto, como referenciais teóricos principais a Teoria da Transposição Didática e do Contrato Didático, a noção de competência comunicativa aliada às atuais revisões conceituais sobre língua e gramática, assim como a pedagogia do "bidialetalismo transformador . Nossos sujeitos foram duas professoras e seus alunos, crianças de escolas públicas da rede municipal de Recife, pertencentes a duas turmas (uma, de 3ª série e uma, de 4 ª série). Nossa pesquisa envolveu dois estudos. O primeiro visou ao levantamento do rendimento gramatical dos alunos investigados quanto ao emprego das marcas de CVN a partir da reescrita de uma narrativa infantil. Nosso segundo estudo, de caráter etnográfico, se deteve no exame do saber efetivamente ensinado, particularmente no eixo de Análise Lingüística (AL) e no enfoque da CVN, tal como desenvolvido pelas duas docentes mencionadas. Os resultados apontaram que, de fato, as crianças de 3ª e de 4ª séries revelaram dificuldades na notação das marcas de CVN, típicas da gramática de prestígio, embora possamos ter identificado um melhor desempenho com o avanço daescolaridade. Além de reiterar evidências de estudos realizados com adultos, nos quais a marcação da CVN demonstrava ser influenciada por fatores como a posição de elementos lingüísticos na oração, encontramos peculiaridades no desempenho das crianças. Não só oscilavam bastante no uso, ou não, de marcas redundantes de número, como, também, apresentaram curiosos erros na marcação de gênero. A partir das entrevistas e das observações realizadas nas duas salas de aula pesquisadas, constatamos que, embora as professoras declarassem que o ensino de língua devia estar atrelado ao desenvolvimento constante da leitura e da produção textuais pelos alunos, continuavam realizando o ensino de gramática normativa tradicional. Utilizavam textos para extrair determinadas frases que contivessem os conteúdos gramaticais a serem focalizados, como a CVN. Mediante esse trabalho com frases isoladas, propunham atividades bastante tradicionais, como a passagem de verbos do singular para o plural e a conjugação dos tempos verbais. Em nenhum momento pudemos identificar um processo de ensino e de aprendizagem que tomasse o confronto entre as variedades dialetais como um meio relevante para a apropriação, pelas crianças, de diferentes formas de falar e de escrever, adequando o seu discurso ao grau de maior ou menor formalidade, requerido pelo contexto de produção discursiva. 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