Análise de mutações no fragmento do gene que expressa a proteína transmembrana de canal de sódio (Kdr) e da suscetibilidade a inseticidas em populações de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Piccoli, Carla Fernanda
Orientador(a): Silva, Mario Antonio Navarro da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1884/24930
Resumo: Resumo: O uso continuado de inseticidas químicos ocasiona uma intensa pressão de seleção, acarretando problemas para os programas de controle de vetores. O termo “Knockdown Resistance” (kdr) é aplicado a insetos que perdem sua coordenação imediatamente após a exposição ao inseticida, recuperando-se após o seu efeito; sendo frequentemente causado por mutações de caráter recessivo Val1016Ile no canal de sódio voltagem dependente. Este trabalho teve como objetivos levantar dados e avaliar a suscetibilidade de larvas de 3° instar final e 4° inicial ao inseticida temephos, e verificar a presença da mutação Val1016Ile, que confere a resistência a adulticidas piretróides, em populações do Estado do PR. Foram recebidos ovos de 12 municípios paranaenses (Cianorte, Floraí, Guaíra, Ibaiti, Iguatu, Ivaiporã, Loanda, Londrina, Maringá, Nova Londrina, Paranavaí e Pitanga). Bioensaios para verificar a suscetibilidade ao temephos, estimando os valores das CL50, CL95, RR50 e RR95 foram realizados apenas para as populações de Aedes aegypti de Cianorte, Maringá e Paranavaí. A partir da calibração com a linhagem suscetível Rockefeller, foram estabelecidas oito concentrações do organofosforado, com quatro réplicas, tanto para as populações avaliadas como para o controle. A presença da mutação no códon 1016 foi verificada nos municípios de Floraí, Loanda, Londrina, Paranavaí e Foz do Iguaçu, sendo o último dividido em cinco regiões (Norte, Sul, Leste, Oeste e Central) devido a sua localização em área de tríplice fronteira. Para análises moleculares foram utilizados três iniciadores na técnica PCR alelo específico: um para o alelo mutante, um para o selvagem, e um terceiro específico da região conservada e comum a ambos. A verificação da amplificação foi realizada com eletroforese em gel de poliacrilamida, no qual a presença de uma banda 98bp indica homozigoto mutante (resistente), a presença de uma banda 78bp indica homozigoto selvagem (suscetível) e a presença de duas bandas indica heterozigoto (suscetível). A criação em laboratório resultou em 5857 adultos, sendo 4267 Aedes aegypti e 1586 Aedes albopictus. O número de paletas positivas variou de 2,0% a 100% e a taxa de eclosão oscilou entre 0 e 87,5%. A relação entre sexos aproximou-se do esperado (1:1) em todas as localidades para ambas as espécies. Os resultados a partir da concentração diagnóstico indicam que a amostra de Cianorte está com a suscetibilidade alterada, enquanto Maringá e Paranavaí estão resistentes. As razões de resistência (RR95) foram 3,56; 7,18 e 3,97; respectivamente. A presença da mutação Val1016Ile em todos os municípios avaliados sugere que o uso de piretróides está expondo as populações a intensas pressões de seleção. O predomínio de heterozigotos, observado em quase todas as regiões, pode elevar a frequência de indivíduos mutantes (resistentes) nas próximas gerações. O acompanhamento das populações deve ser feito de modo contínuo, a fim de detectar prontamente qualquer alteração no status de suscetibilidade e aumento na frequência da mutação. Informação a respeito da resistência é imprescindível para auxiliar nos programas de controle de vetores, podendo ser utilizada na indicação de metodologias alternativas, visando manter e restaurar a eficácia dos inseticidas químicos.
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Foram recebidos ovos de 12 municípios paranaenses (Cianorte, Floraí, Guaíra, Ibaiti, Iguatu, Ivaiporã, Loanda, Londrina, Maringá, Nova Londrina, Paranavaí e Pitanga). Bioensaios para verificar a suscetibilidade ao temephos, estimando os valores das CL50, CL95, RR50 e RR95 foram realizados apenas para as populações de Aedes aegypti de Cianorte, Maringá e Paranavaí. A partir da calibração com a linhagem suscetível Rockefeller, foram estabelecidas oito concentrações do organofosforado, com quatro réplicas, tanto para as populações avaliadas como para o controle. A presença da mutação no códon 1016 foi verificada nos municípios de Floraí, Loanda, Londrina, Paranavaí e Foz do Iguaçu, sendo o último dividido em cinco regiões (Norte, Sul, Leste, Oeste e Central) devido a sua localização em área de tríplice fronteira. Para análises moleculares foram utilizados três iniciadores na técnica PCR alelo específico: um para o alelo mutante, um para o selvagem, e um terceiro específico da região conservada e comum a ambos. A verificação da amplificação foi realizada com eletroforese em gel de poliacrilamida, no qual a presença de uma banda 98bp indica homozigoto mutante (resistente), a presença de uma banda 78bp indica homozigoto selvagem (suscetível) e a presença de duas bandas indica heterozigoto (suscetível). A criação em laboratório resultou em 5857 adultos, sendo 4267 Aedes aegypti e 1586 Aedes albopictus. O número de paletas positivas variou de 2,0% a 100% e a taxa de eclosão oscilou entre 0 e 87,5%. A relação entre sexos aproximou-se do esperado (1:1) em todas as localidades para ambas as espécies. Os resultados a partir da concentração diagnóstico indicam que a amostra de Cianorte está com a suscetibilidade alterada, enquanto Maringá e Paranavaí estão resistentes. As razões de resistência (RR95) foram 3,56; 7,18 e 3,97; respectivamente. A presença da mutação Val1016Ile em todos os municípios avaliados sugere que o uso de piretróides está expondo as populações a intensas pressões de seleção. O predomínio de heterozigotos, observado em quase todas as regiões, pode elevar a frequência de indivíduos mutantes (resistentes) nas próximas gerações. O acompanhamento das populações deve ser feito de modo contínuo, a fim de detectar prontamente qualquer alteração no status de suscetibilidade e aumento na frequência da mutação. 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