Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Trevisan, Janaina Gaby
Orientador(a): Montenegro Gómez, Jorge Ramón, 1970-
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/1884/80354
Resumo: Orientador: Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro Gómez
id UFPR_71a3b63800a744426710a656cce96a86
oai_identifier_str oai:acervodigital.ufpr.br:1884/80354
network_acronym_str UFPR
network_name_str Repositório Institucional da UFPR
repository_id_str
spelling Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Programa de Pós-Graduação em GeografiaMontenegro Gómez, Jorge Ramón, 1970-Trevisan, Janaina Gaby2022-12-02T13:14:46Z2022-12-02T13:14:46Z2021https://hdl.handle.net/1884/80354Orientador: Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro GómezDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Defesa : Curitiba, 29/10/2021Inclui referências: p. 207-225Resumo: A conformação do território do Oeste Catarinense é marcada pelo processo de colonização que centralizou o discurso na figura do homem desbravador, que na história oficial supostamente trouxe "ordem, progresso e desenvolvimento" para a região. Com o machado em uma mão e com o louro da conquista na outra, escorre pelos dedos dessa narrativa o sangue de corpos que foram dizimados e a seiva de uma natureza explorada, como consequências de uma sociedade que se queria hegemônica, construída nos pilares patriarcais, racistas e capitalistas. Recusando-se a ocupar as margens da história - onde foram produzidas - as mulheres do assentamento Dom José Gomes irrompem com o discurso colonial e apostam em práticas que possam colocar a vida no centro. Nesse sentido, a presente dissertação tem por objetivo refletir como o cuidado enquanto prática de resistência, entre as mulheres assentadas, na defesa pela vida, pela terra e pela natureza, possibilita o processo de ressignificação do território e da conformação de outra narrativa na região. A partir disso, dialoga-se com a Reforma Agrária Popular, no intuito de investigar aspectos da luta pela terra que fazem relação com as práticas das mulheres do Assentamento Dom José Gomes. Historicamente exploradas, mulheres e natureza se veem diante de um processo que expropria seus corpos e que as submete única e exclusivamente ao sentido de reprodução da vida, em contextos de exploração e precarização. No confronto a essa subjugação, as mulheres Sem Terra têm organizado práticas populares de cuidado, permeadas de princípios de luta pela vida, através do território do corpo (pelas práticas integrativas, denominadas terapias coletivas) e do território da terra (pautadas por iniciativas da agroecologia no território onde essas mulheres plantam e colhem). No entendimento de que a relação com a natureza constitui-se enquanto extensão entre e com o próprio corpo, as mulheres apresentam possibilidades que se manifestam no território como reposicionamento da vida enquanto centralidade, destacando a importância destas práticas em uma região marcada pela hegemonia do modelo de desenvolvimento agrário capitalista. As premissas metodológicas da pesquisa estão construídas a partir da postura feminista e participante, envolvendo trabalhos de campo que se estendem em observação e participação dos encontros nas terapias coletivas, nas feiras agroecológicas e em rodas de conversas, por meio de entrevistas abertas com as companheiras, estabelecendo pontes de diálogo com a literatura consultada. Reflete-se que as densidades materiais e simbólicas, vivenciadas pelas mulheres nas práticas de cuidado, revelam-se como estratégias de resistência para ressignificação de territórios e também indicam caminho para polir um programa de Reforma Agrária Popular que possa discutir cada vez mais as questões de gênero e saúde em suas ações. Observa-se ainda, que a relação das práticas integrativas e das perspectivas da agroecologia no assentamento sinalizam para reflexões a partir de pressupostos teóricos ecofeministas apoiados pela ecologia política feminista, que denunciam a exploração perpetuada sobre os corpos das mulheres e da natureza. A dimensão ampliada das práticas de cuidado do território do corpo e da terra apresenta-se enquanto enfrentamento a essa herança colonial no Oeste Catarinense.Resumen: La formación territorial del Oeste Catarinense está marcada por el proceso de colonización que centralizó el discurso en la figura del hombre desbravador, que en la historia oficial supuestamente trajo "orden, progreso y desarrollo" a la región. Con el hacha en una mano y el laurel de la conquista en la otra, escurre entre los dedos de esta narrativa la sangre de los cuerpos que han sido diezmados y la savia de una naturaleza explorada, como consecuencia de una sociedad que se quería hegemónica, construida en los pilares patriarcales, racistas y capitalistas. Rehusándose a ocupar los márgenes de la historia, en las cuales se produjeron, las mujeres del asentamiento Dom José Gomes resisten al discurso colonial y apostan en prácticas que permiten poner la vida en el centro. En este sentido, el presente trabajo tiene el objetivo de reflexionar cómo el cuidado, en tanto práctica de resistencia entre las mujeres asentadas, en la defensa por la vida, la tierra y la naturaleza, permite el proceso de resignificación del territorio y de construcción de otra narrativa en la región. A partir de este punto, se dialoga con la Reforma Agraria Popular, con el objetivo de investigar aspectos de la lucha por la tierra que tienen relación con las prácticas de las mujeres del Asentamiento Dom José Gomes. Históricamente exploradas, mujeres y naturaleza se ven frete a un proceso que expropia sus cuerpos y las somete exclusivamente al sentido de reproducción de la vida, en contextos de exploración y precarización. Contra esa subyugación, las mujeres Sem Terra han organizado prácticas populares de cuidados, influenciadas por principios de lucha por la vida a través del territorio del cuerpo (terapias colectivas) y del territorio de la tierra (marcadas por iniciativas como la agroecología en el territorio en el que plantan y cosechan). En el entendimiento de que la relación con la naturaleza se constituye como extensión entre y con el propio cuerpo, las mujeres muestran posibilidades que se manifiestan en el territorio como re-posicionamiento de la vida como centralidad, destacando la importancia de estas prácticas en una región marcada por la hegemonía del modelo de desarrollo agrario capitalista. Las premisas metodológicas de la investigación están construidas a partir de una postura feminista y participante, con trabajos de campo dedicados a la observación y participación de los encuentros de/en las terapias colectivas, en las ferias agroecológicas y en círculos de diálogo, por medio de entrevistas abiertas con las compañeras, estableciendo puentes de reflexión con la literatura consultada. Para terminar, se considera que las densidades materiales y simbólicas se relevan como estrategias de resistencia para la resignificación de territorios y también indican camino para consolidar un Programa de Reforma Agraria Popular que pueda discutir cada vez más las cuestiones de género y salud en sus acciones. Se observa, además, que la relación de las prácticas integradoras de salud y de las perspectivas de la agroecología en el asentamiento apuntan hacia reflexiones propuestas desde los presupuestos teóricos ecofeministas, apoyados por la ecología política feminista, que denuncian la exploración perpetuada sobre los cuerpos de las mujeres y de la naturaleza. La dimensión ampliada de las prácticas de cuidado del territorio del cuerpo y de la tierra se presenta como enfrentamiento a esa herencia colonial en el Oeste Catarinense.1 recurso online : PDF.application/pdfAssentamentos humanosReforma agrariaVida ruralMulheres na agriculturaGeografiaPráticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popularinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisporreponame:Repositório Institucional da UFPRinstname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)instacron:UFPRinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALR - D - JANAINA GABY TREVISAN.pdfapplication/pdf3731841https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/80354/1/R%20-%20D%20-%20JANAINA%20GABY%20TREVISAN.pdf6ee40c6227b8aff924bf8c92d88724bbMD51open access1884/803542022-12-02 10:14:46.337open accessoai:acervodigital.ufpr.br:1884/80354Repositório de PublicaçõesPUBhttp://acervodigital.ufpr.br/oai/requestopendoar:3082022-12-02T13:14:46Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
title Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
spellingShingle Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
Trevisan, Janaina Gaby
Assentamentos humanos
Reforma agraria
Vida rural
Mulheres na agricultura
Geografia
title_short Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
title_full Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
title_fullStr Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
title_full_unstemmed Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
title_sort Práticas de cuidado e a vida como centralidade no assentamento Dom José Gomes em Chapecó/Santa Catarina : a escala do corpo na reforma agrária popular
author Trevisan, Janaina Gaby
author_facet Trevisan, Janaina Gaby
author_role author
dc.contributor.other.pt_BR.fl_str_mv Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Programa de Pós-Graduação em Geografia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Montenegro Gómez, Jorge Ramón, 1970-
dc.contributor.author.fl_str_mv Trevisan, Janaina Gaby
contributor_str_mv Montenegro Gómez, Jorge Ramón, 1970-
dc.subject.por.fl_str_mv Assentamentos humanos
Reforma agraria
Vida rural
Mulheres na agricultura
Geografia
topic Assentamentos humanos
Reforma agraria
Vida rural
Mulheres na agricultura
Geografia
description Orientador: Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro Gómez
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-12-02T13:14:46Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-12-02T13:14:46Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://hdl.handle.net/1884/80354
url https://hdl.handle.net/1884/80354
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 1 recurso online : PDF.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFPR
instname:Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron:UFPR
instname_str Universidade Federal do Paraná (UFPR)
instacron_str UFPR
institution UFPR
reponame_str Repositório Institucional da UFPR
collection Repositório Institucional da UFPR
bitstream.url.fl_str_mv https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/1884/80354/1/R%20-%20D%20-%20JANAINA%20GABY%20TREVISAN.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 6ee40c6227b8aff924bf8c92d88724bb
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFPR - Universidade Federal do Paraná (UFPR)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1797699557279137792