Determinação do potencial silvicultural de espécies do gênero Cecropia na flona do Tapajós – PA.

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: PEREIRA, Paulo Cezar Gomes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UFRA - Campus Belém
• Palavras-chave em Português: Embaúba; Espécie pioneira; Manejo florestal; Dinâmica florestal; Silvicultura; Forest management; Forest dynamics; Pioneer species
• Link de acesso: http://repositorio.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/1901

Classificadas como pioneiras no processo de sucessão florestal, as espécies do gênero Cecropia, pertencente à família Urticaceae, popularmente conhecidas como embaúba, têm como características ocupar rapidamente clareiras abertas naturalmente, pela exploração florestal ou formações secundárias provenientes de atividades agropecuárias abandonadas. Parâmetros como o rápido crescimento, a ampla distribuição espacial e elevada abundância, associados às propriedades tecnológicas da madeira favoráveis para utilização na indústria, colocam o gênero em destaque diante da necessidade de introduzir novas espécies no mercado visando compor colheitas futuras. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o potencial silvicultural das espécies do gênero Cecropia através da estrutura horizontal, dinâmica populacional e a caracterização do potencial produtivo madeireiro pós-colheita florestal. O experimento está localizado na FLONA Tapajós, município de Belterra-PA, onde em 1979 foi realizada a exploração florestal. Em 1981 foram instaladas ao acaso 36 Parcelas Permanentes, sendo inventariados todos os indivíduos com DAP ≥ 5 cm. As medições foram realizadas em nove cronossequêcias (1981, 1982, 1983, 1985, 1987, 1992, 1997, 2007 e 2012) em 33 anos após exploração florestal. Parcelas testemunhas também foram instaladas próximas a área experimental. Foram identificadas em destaque na área, duas espécies do gênero: Cecropia distachya e Cecropia sciadophylla. Foi observado um aumento considerável na densidade, atingindo um máximo em quatro anos após a exploração (82,3 árvores/ha) e posterior decréscimo até atingir, após 28 anos, valores similares à área não explorada. Cecropia apresentou, em termos de dominância e volume, acréscimo significativo aos 13 anos póscolheita (1,7 m².ha-1); 15,6 m³.ha-1), com uma produtividade máxima levemente superior em volume aos 18 anos (16,4 m³.ha-1), tendo a partir deste momento um rápido declínio. As taxas de ingresso foram muito superiores as de mortalidade 3 anos após a exploração. A partir do terceiro período, 6 anos após exploração (1985), houve balaço negativo até o final do monitoramento. Cecropia spp. mostrou altos incrementos logo após a exploração florestal, sendo que C. sciadophylla mostrou maior crescimento considerando todo período (1981- 2012). Conclui-se que as espécies do gênero Cecropia apresentam alto potencial silvicultural para a produção de madeira após exploração florestal em menor tempo do que o ciclo de corte estabelecido na legislação, que é de 35 anos, o que sugere um manejo diferenciado por apresentarem dinâmica de curta duração.