Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
|
Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54331 |
Resumo: | O crescente aumento no consumo de psicotrópicos no Brasil revela um fenômeno que atinge diversas camadas da população, mas se faz mais acentuadamente presente entre as mulheres com Transtornos Mentais Comuns, quadros intrinsicamente associados as condições de vida, como sobrecarga doméstica e vulnerabilidade social, condições que se apresentam em maior percentual na população negra do Brasil. Esse trabalho se propõe investigar as histórias de vida e as experiências de mulheres negras de uma comunidade quilombola do sertão da Bahia que fazem ou fizeram uso de psicotrópicos. Sob a perspectiva dos feminismos negros e anticoloniais, a partir de uma pesquisa de método qualitativo que utiliza as narrativas das mulheres com o intuito de pesquisar a partir da voz de quem vivência essa experiência. As análises foram realizadas a partir dos eixos: Determinantes associados à prescrição, efeitos do uso de medicamentos e estratégias de resistência. Os resultados apontam as condições de vida, sobrecarga de trabalho, feridas coloniais e violências domésticas como motivadores associado a prescrição, entre os efeitos do uso de medicamentos estão melhoria na qualidade do sono, redução dos sintomas de ansiedade, mas também apatia, falta de motivação e amnésia. A coletividade, solidariedade entre as mulheres e os saberes ancestrais, como uso de ervas se apresentam como estratégias de resistência. Concluímos que a medicalização se apresenta como máscara para as iniquidades enfrentadas por mulheres quilombolas em contextos rurais e nos traz a necessidade de repensarmos políticas públicas de cuidado para as mulheres que considerem as singularidades e territorialidades. |
id |
UFRN_544d98f2005ff3a6dba598a06edce1fe |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/54331 |
network_acronym_str |
UFRN |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRN |
repository_id_str |
|
spelling |
Palma, Lusiane Mirandahttp://lattes.cnpq.br/1332506582189513http://lattes.cnpq.br/8181024208435709Martins, Catia ParanhosCosta, Maria da Graça Silveira Gomes dahttps://orcid.org/0000-0001-7875-2622http://lattes.cnpq.br/3303012346893524Dantas, Cândida Maria Bezerra2023-08-02T17:15:55Z2023-08-02T17:15:55Z2023-04-20PALMA, Lusiane Miranda. Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros. Orientador: Cândida Maria Bezerra Dantas. 2023. 112f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54331O crescente aumento no consumo de psicotrópicos no Brasil revela um fenômeno que atinge diversas camadas da população, mas se faz mais acentuadamente presente entre as mulheres com Transtornos Mentais Comuns, quadros intrinsicamente associados as condições de vida, como sobrecarga doméstica e vulnerabilidade social, condições que se apresentam em maior percentual na população negra do Brasil. Esse trabalho se propõe investigar as histórias de vida e as experiências de mulheres negras de uma comunidade quilombola do sertão da Bahia que fazem ou fizeram uso de psicotrópicos. Sob a perspectiva dos feminismos negros e anticoloniais, a partir de uma pesquisa de método qualitativo que utiliza as narrativas das mulheres com o intuito de pesquisar a partir da voz de quem vivência essa experiência. As análises foram realizadas a partir dos eixos: Determinantes associados à prescrição, efeitos do uso de medicamentos e estratégias de resistência. Os resultados apontam as condições de vida, sobrecarga de trabalho, feridas coloniais e violências domésticas como motivadores associado a prescrição, entre os efeitos do uso de medicamentos estão melhoria na qualidade do sono, redução dos sintomas de ansiedade, mas também apatia, falta de motivação e amnésia. A coletividade, solidariedade entre as mulheres e os saberes ancestrais, como uso de ervas se apresentam como estratégias de resistência. Concluímos que a medicalização se apresenta como máscara para as iniquidades enfrentadas por mulheres quilombolas em contextos rurais e nos traz a necessidade de repensarmos políticas públicas de cuidado para as mulheres que considerem as singularidades e territorialidades.The increasing use of psychotropic drugs in Brazil reveals a phenomenon that affects various layers of the population but is more pronounced among women with Common Mental Disorders, conditions intrinsically associated with living conditions such as domestic overload and social vulnerability, issues that are present in higher percentages among the Black population in Brazil. This study aims to investigate the life stories and experiences of Black women from a quilombo community in the backlands of Bahia who use or have used psychotropic drugs. This research was done from the perspective of Black and anti-colonial feminism, using a qualitative method that uses women's narratives to research from the voice of those who live this experience. The analyses were carried out based on the axes: determinants associated with prescriptions, effects of medication use, and resistance strategies. The results indicate living conditions, work overload, colonial wounds, and domestic violence as motivators associated with prescriptions. Among the effects of medication use are improved sleep quality, but also apathy, lack of motivation, and amnesia. Collectivity, solidarity among women, and ancestral knowledge, such as the use of herbs, are presented as resistance strategies. We conclude that medicalization presents itself as a mask for the inequities faced by quilombola women in rural contexts and brings us the need to rethink public care policies for women that consider their singularities and territorialities.Universidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIAMulheres negrasMulheres quilombolasSaúde mentalMedicalização da vidaMedicalização socialMulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negrosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALMulheresmedicalizacaosocial_Palma_2023.pdfapplication/pdf865752https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/54331/1/Mulheresmedicalizacaosocial_Palma_2023.pdfdf3c42ee82ea855f5f1aacc8eeb645c9MD51123456789/543312023-08-02 14:16:36.229oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/54331Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2023-08-02T17:16:36Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
title |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
spellingShingle |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros Palma, Lusiane Miranda CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA Mulheres negras Mulheres quilombolas Saúde mental Medicalização da vida Medicalização social |
title_short |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
title_full |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
title_fullStr |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
title_full_unstemmed |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
title_sort |
Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros |
author |
Palma, Lusiane Miranda |
author_facet |
Palma, Lusiane Miranda |
author_role |
author |
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1332506582189513 |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8181024208435709 |
dc.contributor.referees1.none.fl_str_mv |
Martins, Catia Paranhos |
dc.contributor.referees2.none.fl_str_mv |
Costa, Maria da Graça Silveira Gomes da |
dc.contributor.referees2ID.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0001-7875-2622 |
dc.contributor.referees2Lattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/3303012346893524 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Palma, Lusiane Miranda |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Dantas, Cândida Maria Bezerra |
contributor_str_mv |
Dantas, Cândida Maria Bezerra |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
topic |
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA Mulheres negras Mulheres quilombolas Saúde mental Medicalização da vida Medicalização social |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mulheres negras Mulheres quilombolas Saúde mental Medicalização da vida Medicalização social |
description |
O crescente aumento no consumo de psicotrópicos no Brasil revela um fenômeno que atinge diversas camadas da população, mas se faz mais acentuadamente presente entre as mulheres com Transtornos Mentais Comuns, quadros intrinsicamente associados as condições de vida, como sobrecarga doméstica e vulnerabilidade social, condições que se apresentam em maior percentual na população negra do Brasil. Esse trabalho se propõe investigar as histórias de vida e as experiências de mulheres negras de uma comunidade quilombola do sertão da Bahia que fazem ou fizeram uso de psicotrópicos. Sob a perspectiva dos feminismos negros e anticoloniais, a partir de uma pesquisa de método qualitativo que utiliza as narrativas das mulheres com o intuito de pesquisar a partir da voz de quem vivência essa experiência. As análises foram realizadas a partir dos eixos: Determinantes associados à prescrição, efeitos do uso de medicamentos e estratégias de resistência. Os resultados apontam as condições de vida, sobrecarga de trabalho, feridas coloniais e violências domésticas como motivadores associado a prescrição, entre os efeitos do uso de medicamentos estão melhoria na qualidade do sono, redução dos sintomas de ansiedade, mas também apatia, falta de motivação e amnésia. A coletividade, solidariedade entre as mulheres e os saberes ancestrais, como uso de ervas se apresentam como estratégias de resistência. Concluímos que a medicalização se apresenta como máscara para as iniquidades enfrentadas por mulheres quilombolas em contextos rurais e nos traz a necessidade de repensarmos políticas públicas de cuidado para as mulheres que considerem as singularidades e territorialidades. |
publishDate |
2023 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-08-02T17:15:55Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-08-02T17:15:55Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2023-04-20 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
PALMA, Lusiane Miranda. Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros. Orientador: Cândida Maria Bezerra Dantas. 2023. 112f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54331 |
identifier_str_mv |
PALMA, Lusiane Miranda. Mulheres e medicalização social: compreensões sobre a colonização de corpos negros. Orientador: Cândida Maria Bezerra Dantas. 2023. 112f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2023. |
url |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54331 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRN |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRN instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instacron:UFRN |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
instacron_str |
UFRN |
institution |
UFRN |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRN |
collection |
Repositório Institucional da UFRN |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/54331/1/Mulheresmedicalizacaosocial_Palma_2023.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
df3c42ee82ea855f5f1aacc8eeb645c9 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1797777710239449088 |