Avaliação da capacidade adaptativa de comunidades camponesas do semiárido brasileiro às mudanças climáticas e à pandemia da COVID-19
Ano de defesa: | 2021 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46895 |
Resumo: | As mudanças climáticas globais estão provocando alterações em muitos sistemas físicos e biológicos em diversas escalas, sendo também refletidas nos meios de vida locais. Em regiões semiáridas os efeitos das mudanças climáticas estão associados a aumentos consideráveis nos níveis de aridez, frequência e intensidade das secas. Este cenário representa grande desafio para as populações humanas que dependem do ambiente natural para a realização de atividades de agricultura e pecuária. Recentemente, o choque representado pela pandemia da COVID-19, aliada às rápidas mudanças ambientais que estão ocorrendo em escalas locais e globais, podem aumentar a vulnerabilidade dos meios de vida locais e, consequentemente, reduzir sua resiliência. Assim, o objetivo deste estudo é compreender a resiliência dos meios de vida das comunidades de campesinos do semiárido em face aos impactos provocados pelas mudanças climáticas globais e pela recente pandemia da COVID-19. Buscamos entender como a capacidade adaptativa varia em função da resiliência dos meios de vida (livelihood resilience) bem como em função do modelo agrícola empregado e das estratégias adaptativas adotadas para lidar com os choques. Realizamos entrevistas semiestruturadas com famílias campesinas residentes em três assentamentos rurais do Rio Grande do Norte, nas quais quantificamos a resiliência dos meios de vida, a renda familiar e o grau de transição agroecológica. Utilizamos modelos de equações estruturadas e modelos lineares generalizados para testar nossas hipóteses. De modo geral, tanto a resiliência dos meios de vida, quanto o grau de transição agroecológica foram baixos. Nossos resultados mostraram um efeito positivo da resiliência dos meios de vida sobre a capacidade adaptativa no cenário das mudanças climáticas. A transição agroecológica e as estratégias adaptativas não tiveram um efeito significativo na capacidade adaptativa relacionada às mudanças climáticas. Para o choque da COVID – 19, nenhum dos preditores estudados tiveram efeito significativo sobre a capacidade adaptativa. Encontramos um efeito positivo da atividade de fruticultura e tamanho da área cultivada sobre a capacidade adaptativa no cenário das mudanças climáticas, entretanto o mesmo não foi verdade para o choque da COVID – 19. Nossos resultados poderão servir de base para ações visando o aumento da resiliência dos sistemas socioecológicos em regiões semiáridas, bem como para o estabelecimento de métricas de monitoramento e avaliação de intervenções relacionadas aos estressores estudados. |
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Este cenário representa grande desafio para as populações humanas que dependem do ambiente natural para a realização de atividades de agricultura e pecuária. Recentemente, o choque representado pela pandemia da COVID-19, aliada às rápidas mudanças ambientais que estão ocorrendo em escalas locais e globais, podem aumentar a vulnerabilidade dos meios de vida locais e, consequentemente, reduzir sua resiliência. Assim, o objetivo deste estudo é compreender a resiliência dos meios de vida das comunidades de campesinos do semiárido em face aos impactos provocados pelas mudanças climáticas globais e pela recente pandemia da COVID-19. Buscamos entender como a capacidade adaptativa varia em função da resiliência dos meios de vida (livelihood resilience) bem como em função do modelo agrícola empregado e das estratégias adaptativas adotadas para lidar com os choques. Realizamos entrevistas semiestruturadas com famílias campesinas residentes em três assentamentos rurais do Rio Grande do Norte, nas quais quantificamos a resiliência dos meios de vida, a renda familiar e o grau de transição agroecológica. Utilizamos modelos de equações estruturadas e modelos lineares generalizados para testar nossas hipóteses. De modo geral, tanto a resiliência dos meios de vida, quanto o grau de transição agroecológica foram baixos. Nossos resultados mostraram um efeito positivo da resiliência dos meios de vida sobre a capacidade adaptativa no cenário das mudanças climáticas. A transição agroecológica e as estratégias adaptativas não tiveram um efeito significativo na capacidade adaptativa relacionada às mudanças climáticas. Para o choque da COVID – 19, nenhum dos preditores estudados tiveram efeito significativo sobre a capacidade adaptativa. Encontramos um efeito positivo da atividade de fruticultura e tamanho da área cultivada sobre a capacidade adaptativa no cenário das mudanças climáticas, entretanto o mesmo não foi verdade para o choque da COVID – 19. Nossos resultados poderão servir de base para ações visando o aumento da resiliência dos sistemas socioecológicos em regiões semiáridas, bem como para o estabelecimento de métricas de monitoramento e avaliação de intervenções relacionadas aos estressores estudados.Global climate change is causing changes in many physical and biological systems at various scales and is also reflected in local livelihoods. In semiarid regions, the effects of climate change are associated with considerable increases in the levels of aridity, frequency and intensity of droughts. This scenario represents a great challenge for human populations that depend on the natural environment to carry out agricultural and livestock activities. Recently, the shock posed by the COVID-19 pandemic, combined with the rapid environmental changes that are taking place at local and global scales, may increase the vulnerability of local livelihoods and, consequently, reduce their resilience. Thus, the aim of this study is to understand the resilience of the livelihoods of semi-arid peasant communities in the face of impacts caused by global climate change and the recent COVID-19 pandemic. We seek to understand how adaptive capacity varies as a function of livelihood resilience as well as the agricultural model employed and the adaptive strategies adopted to deal with shocks. We conducted semi-structured interviews with peasant families residing in three rural settlements in Rio Grande do Norte in which we quantified the livelihood resilience, the family income, and the degree of agroecological transition. We use structured equation models and generalized linear models to test our hypotheses. Overall, both the resilience of livelihoods and the degree of agroecological transition were low. Our results showed a positive effect of livelihood resilience on adaptive capacity in the climate change scenario. The agroecological transition and adaptive strategies did not have a significant effect on adaptive capacity related to climate change. For the COVID – 19 scenario, none of the studied predictors had a significant effect on adaptive capacity. We also found a positive effect of the fruit growing activity and the size of the cultivated area on the adaptive capacity in the climate change scenario, however the same was not true for the COVID – 19 scenario. Our results may serve as a basis for actions aimed at increasing the resilience of socio-ecological systems in semiarid regions, as well as for the establishment of metrics for monitoring and evaluating interventions related to the stressors studied.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIAUFRNBrasilCampesinatoCapacidade adaptativaResiliência dos meios de vidaSistemas socioecológicosTransição agroecológicaAvaliação da capacidade adaptativa de comunidades camponesas do semiárido brasileiro às mudanças climáticas e à pandemia da COVID-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALAvaliacaocapacidadeadaptativa_Brito_2021.pdfapplication/pdf1919274https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/46895/1/Avaliacaocapacidadeadaptativa_Brito_2021.pdf06f3c32776c8569a62fa642da5312481MD51123456789/468952022-05-02 12:22:27.994oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/46895Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-05-02T15:22:27Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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As mudanças climáticas globais estão provocando alterações em muitos sistemas físicos e biológicos em diversas escalas, sendo também refletidas nos meios de vida locais. Em regiões semiáridas os efeitos das mudanças climáticas estão associados a aumentos consideráveis nos níveis de aridez, frequência e intensidade das secas. Este cenário representa grande desafio para as populações humanas que dependem do ambiente natural para a realização de atividades de agricultura e pecuária. Recentemente, o choque representado pela pandemia da COVID-19, aliada às rápidas mudanças ambientais que estão ocorrendo em escalas locais e globais, podem aumentar a vulnerabilidade dos meios de vida locais e, consequentemente, reduzir sua resiliência. Assim, o objetivo deste estudo é compreender a resiliência dos meios de vida das comunidades de campesinos do semiárido em face aos impactos provocados pelas mudanças climáticas globais e pela recente pandemia da COVID-19. Buscamos entender como a capacidade adaptativa varia em função da resiliência dos meios de vida (livelihood resilience) bem como em função do modelo agrícola empregado e das estratégias adaptativas adotadas para lidar com os choques. Realizamos entrevistas semiestruturadas com famílias campesinas residentes em três assentamentos rurais do Rio Grande do Norte, nas quais quantificamos a resiliência dos meios de vida, a renda familiar e o grau de transição agroecológica. Utilizamos modelos de equações estruturadas e modelos lineares generalizados para testar nossas hipóteses. De modo geral, tanto a resiliência dos meios de vida, quanto o grau de transição agroecológica foram baixos. Nossos resultados mostraram um efeito positivo da resiliência dos meios de vida sobre a capacidade adaptativa no cenário das mudanças climáticas. A transição agroecológica e as estratégias adaptativas não tiveram um efeito significativo na capacidade adaptativa relacionada às mudanças climáticas. Para o choque da COVID – 19, nenhum dos preditores estudados tiveram efeito significativo sobre a capacidade adaptativa. Encontramos um efeito positivo da atividade de fruticultura e tamanho da área cultivada sobre a capacidade adaptativa no cenário das mudanças climáticas, entretanto o mesmo não foi verdade para o choque da COVID – 19. Nossos resultados poderão servir de base para ações visando o aumento da resiliência dos sistemas socioecológicos em regiões semiáridas, bem como para o estabelecimento de métricas de monitoramento e avaliação de intervenções relacionadas aos estressores estudados. |
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