Grupos reflexivos com homens autores de violência doméstica contra a mulher: limites e potencialidades

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Scott, Juliano Beck
• Orientador(a): Oliveira, Isabel Maria Farias Fernandes de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Gênero; Grupos; Masculinidades; Violência doméstica
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26621

A presente tese aborda o atendimento para homens autores de violência (HAV) previsto na Lei 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, a qual foi criada para coibir os casos de violência doméstica contra a mulher e responsabilizar os HAV. Pensando nisso, o objetivo geral deste trabalho foi analisar os limites e as potencialidades de um grupo reflexivo com homens autores de violência doméstica contra a mulher na cidade do Natal. O lócus de pesquisa foi um núcleo de apoio a mulheres em situação de violência doméstica. A coleta de dados compreendeu o período de setembro a dezembro de 2017, sendo realizada em duas etapas: uma etapa documental, que consistiu na análise das fichas de atendimento dos participantes dos grupos reflexivos, desde a sua constituição, totalizando uma análise de 26 grupos. A outra etapa contou com observação participante e entrevistas individuais semiestruturadas. Os resultados da primeira etapa demonstraram o perfil dos homens autores de violência participantes dos grupos reflexivos. Sendo assim, constatou-se que a população de HAV é composta em sua maioria por adultos na faixa etária de 31 a 40 anos, pardos, de baixa renda e com baixa escolaridade. A maioria das situações de violência ocorreram durante o relacionamento do casal, destacando-se a violência física. Os resultados da segunda etapa, por sua vez, indicaram que ainda são necessárias melhorias que possibilitem utilizar de forma otimizada as potencialidades dos grupos, principalmente no que se refere à reflexão e responsabilização dos HAV. Além disso, defende-se que os grupos isoladamente não conseguem transformar as masculinidades violentas e a estrutura patriarcal-racista-capitalista. Sendo assim, mostra-se necessário um trabalho mais amplo de luta pela igualdade e superação da estrutura social vigente em busca de uma práxis verdadeiramente emancipatória.