Avaliação da espessura médio-intimal da carótida e fatores associados à doença cardiovascular em crianças e adolescentes com doença renal crônica

• Ano de defesa: 2017
• Autor(a) principal: Lopes, Renata [UNIFESP]
• Orientador(a): Morais, Mauro Batista de [UNIFESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
• Palavras-chave em Português: Insuficiência renal crônica; Doenças cardiovasculares; Espessura ínitma-média carotídea; Crianças; Adolescentes
• Palavras-chave em Inglês: Chronic renal failure; Cardiovascular diseases; Carotid intima-media thickness; Adolescents; Children
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5477300; http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50380

Introdução: As complicações cardiovasculares constituem a principal causa de morte nos pacientes com doença renal crônica (DRC). A medida da espessura médio-intimal da carótida (EMIC) é uma ferramenta não-invasiva para a detecção precoce de lesão arterial nesses pacientes. O presente estudo teve como objetivo avaliar a espessura médio-intimal da carótida e os fatores associados à doença cardiovascular em crianças e adolescentes com DRC. Material e Métodos: Estudo observacional transversal com 55 pacientes (60% do sexo masculino), com mediana de idade 11,9 anos (I25-I75: 9,2 - 14,8 anos). Dos 55 pacientes, 43 estavam em tratamento conservador e 12 em terapia dialítica. Foram avaliados os parâmetros laboratoriais séricos (creatinina, ácido úrico, proteína C-reativa, colesterol total e frações e triglicérides), estado nutricional (escore z de índice de massa corpórea, escore z de estatura/idade), gordura corporal (percentual de gordura e circunferência abdominal) e pressão arterial. A medida da EMIC foi avaliada por único ultrassonografista e comparada com percentis estabelecidos de acordo com o sexo e estatura. A coleta de dados foi realizada entre maio de 2015 à março de 2016. Resultados: 74,5% (IC95%: 61,0; 85,3) das crianças e adolescentes com DRC apresentaram aumento (acima do percentil 95) da EMIC. Nos pacientes com hipertensão arterial estágio I e II, 90,9% apresentaram aumento da EMIC. O estado nutricional e a gordura corporal não apresentaram associação com o aumento da EMIC. Quanto aos exames laboratoriais, proteína C-reativa e ácido úrico estavam elevados em 54,5% e 45,5% dos pacientes com DRC, respectivamente, ambos não tiveram associação com o aumento da EMIC. Após ajuste multivariado apenas a puberdade (RP=1,30; p=0,037) e a hipertensão arterial estágios I e II (RP=1,42; p=0,011) mostraram-se independentemente associados com a alteração da EMIC. Conclusão: A prevalência do aumento da espessura da carótida foi elevada em crianças e adolescentes com DRC. A puberdade e a hipertensão arterial mostraram-se independentemente associados com o aumento da EMIC. Os demais fatores relacionados à doença cardiovascular em pacientes com DRC não se mostraram associados com alteração da artéria carótida na avaliação ultrassonográfica. Os fatores de risco estudados desempenham um papel importante na morbi-mortalidade associada à DCV em crianças com DRC. A avaliação precoce e de rotina destes fatores, juntamente com a intervenção adequada, são importantes para prevenir a progressão da DCV e mortalidade nesses pacientes.