Treinamento auditivo acusticamente controlado com vozes em dueto: desenvolvimento e eficácia

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Picinini, Tais De Azevedo [UNIFESP]
• Orientador(a): Pereira, Liliane Desgualdo [UNIFESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
• Palavras-chave em Português: Transtornos Da Audição; Música; Percepção Auditiva; Eletrofisiologia
• Palavras-chave em Inglês: Transtornos Da Audição; Música; Percepção Auditiva; Eletrofisiologia
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7657587; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/59672

Objetivo: Desenvolver um programa de TAAC com vozes em dueto e avaliar a sua eficácia e aplicabilidade clínica. Métodos: Trata-se de um estudo intervencional, do tipo ensaio clínico, longitudinal, prospectivo, não controlado. Para a criação do programa denominado Treinamento Auditivo com Vozes em Dueto, abreviado TAVD, foram utilizados estímulos com vozes cantada a capella, considerando-se a variação de frequência sonora com quatro vozes femininas apresentadas isoladas e combinadas em dueto, utilizando-se uma cantiga de domínio público. Cada voz foi gravada em um canal do Compact Disc (CD) para ser apresentada em diferentes relações entre os níveis sonoros de +20 até -20. A resposta solicitada foi a de ilustrar graficamente numa folha de registro a cada sílaba ouvida se a sílaba posterior ficava mais aguda, mais grave ou permanecia igual à sílaba anterior. Participaram 10 indivíduos (sete mulheres) de 19 a 36 anos, destros, com alteração do processamento auditivo e limiares audiométricos normais, atendidos no serviço de neuroaudiologia. Foram excluídos os que apresentassem experiência musical, duas faltas durante o programa e avaliações incompletas. As habilidades avaliadas foram fechamento, figura-fundo em escuta dicótica com sílabas, ordenação de sons breves e sucessivos que variaram quanto a frequência, e resolução temporal entre tons puros. As medidas eletrofisiológicas utilizadas foram o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência com estímulo clique e de fala (FFR). Esses procedimentos foram repetidos em três momentos: pré, pós e três meses após o encerramento da intervenção. Resultados: Foi criada uma ferramenta de terapia, TAVD, cujos estímulos foram vozes gravadas da música “Peixe Vivo” no tom de Sol maior (G3) em quatro vozes. Esses estímulos foram mixados e masterizados no programa protools e registrados em um compact disc (CD) composto por cinco faixas, apresentado via computador acoplado ao audiômetro de dois canais em 10 indivíduos para verificação da eficácia do seu uso. No final do programa foi possível verificar mudanças comportamentais e eletrofisiológicas com significância estatística. Destaca-se a habilidade de figura-fundo em escuta dicótica com sílabas que melhorou e normalizou na maioria dos indivíduos na atenção livre e se manteve três meses após o TAVD, e diminuiu o número de erros na escuta direcionada à esquerda; a habilidade de ordenação temporal de sons breves e sucessivos de frequências diferentes que melhorou e normalizou nas tarefas de humming e nomeação ao final do programa e se manteve após três meses; o PEATE com estímulo clique que mostrou diminuição da latência interpico I-III à orelha esquerda e diminuição do número de alterados e essa mudança se manteve após 3 meses e na orelha direita diminui o interpico I-V e III-V e se manteve após três meses e o P300 que aumentou a amplitude da orelha esquerda e se manteve. No FFR a latência da onda E diminuiu no momento pós treino, porém não se manteve após 3 meses de finalizado o programa. Conclusão: Um programa de treinamento auditivo com vozes em dueto foi criado e verificado sua eficácia após no máximo 15h de intervenção e a sua manutenção após três meses. Ocorreu melhora das habilidades auditivas de ordenação temporal, figura-fundo e fechamento com evidências nos potenciais evocados auditivos e também nos resultados dos testes comportamentais com manutenção após três meses. Para uso futuro recomenda-se uso de algoritmos (software) para auxiliar na aplicação do programa.