Terapia interdisciplinar com uso de ferramentas digitais na obesidade: associação entre potencial inflamatório da alimentação, leptina e adiponectina em mulheres adultas

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Godoi, Viviane Luise Moura de [UNIFESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
• Palavras-chave em Português: Obesidade; Marcadores inflamatórios; Alimentação; Terapia Interdisciplinar; Intervenções baseadas na internet; Obesity; Inflammatory markers; Diet; Interdisciplinary therapy; Internetbased interventions
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9891494; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/60073

Introdução: Nos últimos 13 anos, a obesidade sofreu um crescimento de 72% no Brasil. É considerada uma doença multifatorial, poligênica e também caracterizada por um baixo grau de inflamação crônica no TAB – Tecido Adiposo Branco. Um grande conjunto de evidências indica que a dieta desempenha um papel central na regulação desta inflamação, e o trabalho interdisciplinar em promoção da saúde constitui uma estratégia promissora para o enfrentamento desta doença. Objetivo: Avaliar o efeito de uma terapia interdisciplinar com uso de ferramentas digitais no índice inflamatório da dieta e nos marcadores inflamatórios adiponectina e leptina de um grupo de mulheres obesas. Métodos: Estudo clínico de caráter longitudinal com mulheres obesas (n=13), idade entre 20-45 anos, IMC: 30-39,9 kg/m2. Utilizou-se o Registro Alimentar de 3 dias e o software DietSmart® para determinar as variáveis dietéticas e IID (Shivappa et al, 2015) para avaliar o perfil inflamatório da dieta. Índice de massa corporal (IMC), perímetro abdominal (PA), quadril (PQ) e pescoço (PP), e composição corporal por impedância bioelétrica para determinação de adiposidade corporal. Amostras de sangue coletadas das voluntárias para análise dos marcadores inflamatórios. A terapia contou com mensagens educativas disponibilizadas através de aplicativos relacionados a celulares android, e intervenções interdisciplinares presenciais. Para avaliar os efeitos da terapia sobre os parâmetros analisados realizou-se teste t-Student para variáveis paramétricas e teste de Wilcoxon para as variáveis não paramétricas. Aplicou-se Teste de correlação de Pearson ou Spearman para verificar possível correlação entre as variáveis estudadas. Resultados: Houve uma redução significativa no perímetro abdominal (-1,6%; p= 0,05) e do pescoço (-1,1%; p=0,03). Quanto ao consumo alimentar, houve redução do DII da dieta (5,56 ± 2,10 para 4,08 ± 2,21; p=0,016), do consumo de calorias (1891,97 ± 417,25 para 1426,49 ±232,71; p=0,002), carboidratos (223,18 ± 61,19 para 162,99 ± 39,17; p=0,003), lipídeos (75,41 ± 21,26 para 51,63 ± 16,87; p=0,003), foi verificado aumento do consumo de proteínas (17,88 ± 3,39 para 22,3 ± 6,15; p=0,007). Não foi observada mudança significativa nas concentrações séricas basal e final de Leptina e Adiponectina. Conclusões: A terapia interdisciplinar com uso de ferramentas digitais demonstrou efeito positivo no DII da dieta, bem como redução das medidas antropométricas PA e PP, do consumo de calorias, lipídeos e carboidratos associado a um aumento do consumo de proteínas. O que confirma a importância da terapia interdisciplinar para o tratamento da obesidade.