Luta por reconhecimento da escola hospitalar

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Cascao, Isabela Lemos De Lima [UNIFESP]
• Orientador(a): Covic, Amalia Neide [UNIFESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
• Palavras-chave em Português: Educação E Saúde; Educação De Grupos Atípicos; Retorno Escolar; Classe Hospitalar; Aluno Enfermo; Docência
• Palavras-chave em Inglês: Education And Health; Atypical Groups Education; School Return; Hospital Class; Severely Ill Student; Teaching
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9427326; https://repositorio.unifesp.br/xmlui/handle/11600/64734

Nas últimas décadas, houve grande evolução nas pesquisas oncológico-pediátricas, de uma realidade na qual a maioria da população infantil ou jovem morria, para uma em que a população sobrevive à doença e ao tratamento. Os estudos voltados à essa área sugerem esquemas terapêuticos que, além das questões de saúde, atendam às necessidades psicossociais de crianças e adolescentes com câncer. A continuidade da vida escolar, enquanto em tratamento de neoplasias, é uma das recomendações para além da manutenção da qualidade de vida do enfermo e aponta para o atendimento integral à saúde, pois auxilia o processo de formação de identidade do aluno-paciente, contribuindo com a redução da exclusão social e do fracasso escolar. Em São Paulo, no hospital do GRAACC, existe um setor que atende aos pacientes em idade escolar da Educação Básica e que, há 20 anos, vem desenvolvendo atendimento educacional. Entretanto, a não tradição de alunos cronicamente enfermos frequentarem escolas regulares de ensino, por vezes deixa uma lacuna entre o trabalho desenvolvido nessa escola do hospital e a escola de origem dos alunos-pacientes atendidos. Nesta pesquisa de doutoramento, tínhamos como objetivo investigar como se dá o processo de comunicação entre a escola hospitalar do GRAACC e as escolas de origem dos alunos em tratamento. Assim, foi reconstruída a história da escola hospitalar, sempre sob o enfoque do desenvolvimento das formas de comunicação entre as escolas: a hospitalar e escolas de origem. Visamos responder ao problema de pesquisa: “Existe reconhecimento pedagógico nas comunicações enviadas da escola hospitalar à escola regular?”. O estudo seguiu predominantemente a metodologia da pesquisa documental, com análise de conteúdo dos registros arquivados no sistema de banco de dados da escola hospitalar, quando esses possuíam conteúdos relacionados às comunicações e interações realizadas entre os agentes escolares das duas modalidades de ensino. Entrevistamos uma voluntária que esteve atuante no início da atividade da escola e coordenadores que estão em atividade nos tempos atuais. Toda a análise foi realizada sob à luz da teoria da Luta por Reconhecimento, de Axel Honneth, e a categorização das análises de conteúdo foi baseada na estruturação das relações sociais de reconhecimento, desenvolvida por esse autor, abordando as esferas da Dedicação Emotiva (amor), Respeito Cognitivo (direitos) e Estima Social (solidariedade). Concluiu-se que a história dessa escola hospitalar destoa da história das demais escolas de mesma modalidade no Brasil, pelo comprometimento de formação e profissionalização dos professores com desenvolvimento contínuo de pesquisas na área. Por fim, compreendemos que há potencial evolutivo do reconhecimento das ações pedagógicas realizadas pela escola hospitalar investigada, visto que, nas comunicações analisadas, identificamos o reconhecimento dos sujeitos - objeto dos registros analisados - e a forma como eles são afetados pelo atendimento educacional oferecido pela escola hospitalar estudada.