Territorialidades da intolerância religiosa: resistência cultural e o preconceito contra a Umbanda e o Candomblé em Ituiutaba - Minas Gerais

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Souza, Leonardo Sebastião Delfino de
• Orientador(a): Portuguez, Anderson Pereira
• Banca de defesa: Almeida, Emerson Gervásio de , Santos, Rosselvelt José
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Geografia (Pontal)
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Intolerância religiosa; Umbanda; Candomblé; Ituiutaba; Minas Gerais; Território; Geografia; Afro-brasileira; Religious intolerance.; Umbanda and Candomblé; Territory
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS; CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA; CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA HUMANA
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/33453; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.238

A diversidade religiosa no Brasil possibilita-nos conviver com uma multiplicidade de crenças e credos com características distintas entre si. Embora o Brasil seja um país predominantemente cristão, diversas outras religiões coexistem no mesmo espaço, sendo necessário o mútuo respeito e a tolerância religiosa com todas as denominações. Todavia, em diversas circunstâncias, percebemos atos de preconceito e intolerância atrelados à questão religiosa. A presente pesquisa justifica-se pela contribuição que dá ao tema, em especial à Geografia, e às lideranças de matriz africana, sendo destacada a necessidade de políticas públicas visando a efetivação de direitos inerentes à liberdade de crença das religiões de matriz afro-brasileira. Ademais, a pesquisa oportuniza aos praticantes de referidas religiões a chance de serem ouvidos, de relatarem todo o processo de preconceito e discriminação do qual tem sido vítimas durante longo período. Neste sentido, esta investigação teve o intuito de compreender o fenômeno da intolerância contra as religiões de origem afro-brasileira, especificadamente a Umbanda e o Candomblé, em Ituiutaba - MG. Objetivou-se ainda discutir os conceitos acadêmicos sobre a liberdade de crença e a intolerância religiosa no Brasil; analisar a formação de comunidades de terreiro de matriz afro-brasileira em Ituiutaba; averiguar a existência de casos de preconceito religioso contra as comunidades de terreiro; e verificar como as autoridades (políticas, jurídicas e policiais) lidam com os possíveis registros de intolerância religiosa em Ituiutaba. Nesse ínterim, a metodologia adotada foi pautada em revisão de literatura, análise documental e trabalho de campo, com abordagem qualitativa. Quanto ao tratamento de dados, o mesmo se deu por meio de busca de literatura que subsidiou o estudo, atrelado à elaboração de gráficos, tabelas e mapas provindos de dados coletados nas entrevistas realizadas junto aos sacerdotes de Umbanda e Candomblé em Ituiutaba. Com os referidos dados, e após posterior análise dos mesmos, procedeu-se a elaboração de mapa contendo a localização geográfica dos templos religiosos pesquisados no trabalho de campo, bem como dos fatos de intolerância religiosa narrados pelos sacerdotes. Por meio das análises das entrevistas, constatou-se a existência de casos de intolerância e preconceito religioso relacionados às religiões objeto do presente estudo, sendo as mesmas consubstanciadas por meio de agressões verbais e psicológicas contra os fiéis de Umbanda e Candomblé. Inobstante os casos noticiados de discriminação religiosa, não foi constatado qualquer tipo de agressão física ou patrimonial contra umbandistas e candomblecistas, nem ataques a terreiros de axé. Em síntese, constatou-se que, embora haja narrativa de fatos de intolerância religiosa nos casos relatados, os terreiros de Umbanda e Candomblé permanecem ativos, resistindo culturalmente às investidas de indivíduos intolerantes e preconceituosos.