Vamos tirar a educação do quadro negro em que ela está: a nucleação escolar como proposta da reorganização e modernização na educação rural de Uberlândia/MG (1980 a 1990)

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Silveira, Tânia Cristina da
• Orientador(a): Lima, Sandra Cristina Fagundes de
• Banca de defesa: Soares, Beatriz Ribeiro , Sousa, Sauloéber Társio de , Barros, Josemir Almeida , Almeida, Dóris Bittencourt
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: História da Escolarização Rural; Educação-História da Escola Rural; Educação Rural Uberlândia(MG) - Escolas Rurais; Nucleação das Escolas Rurais; História - Escolas Rurais Democracia; Democracia Participativa; Uberlândia
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/27052; http://dx.doi.org/10.14393/ufu.te.2019.931

A pesquisa tem como tema a história da escolarização rural no município de Uberlândia/MG, com ênfase no processo de nucleação das escolas rurais principiado em 1984. O recorte temporal inicia-se em 1980 e termina em 1990; esse início decorre da necessidade de averiguar os antecedentes que justificaram a nucleação, e o término é estabelecido devido ao encerramento do referido processo. A fundamentação teórica utilizada está embasada nos pressupostos da História Cultural e da Geografia Humanista. Enquanto o objetivo geral do estudo é o de compreender como a nucleação das escolas rurais de Uberlândia foi gestada no âmbito da Democracia Participativa; entender a atuação do poder público (e se houve) e qual foi a participação da comunidade rural no que se refere à efetivação dessa medida nos estabelecimentos educacionais rurais. A tese perscrutada refere-se à questão de que, não obstante os discursos oficiais anunciarem a finalidade da nucleação escolar como possibilidade de “modernizar” as instituições rurais, desde a estrutura física aos aspectos administrativos e pedagógicos, espelhando-se no modelo urbano de escolarização primária, as escolas rurais após a nucleação não foram dotadas de meios suficientes para se equipararem às escolas urbanas. Ainda, de acordo com esse mesmo discurso, tal processo pressupunha a participação da comunidade rural, contudo, sua ocorrência não fora efetiva, uma vez que ficava a cargo do poder público municipal o consenso a respeito de sua validação. Para atingir o objetivo almejado, usamos a metodologia de pesquisa documental e bibliográfica com o emprego dos seguintes documentos: legislações federais, estaduais e municipais; programas de ensino; orçamentos municipais; livros de atas do Poder Legislativo do período de 1980-1990; censos e dados estatísticos educacionais; imprensa periódica, sobretudo jornais; iconografia (fotografias e mapas) e história oral por meio de oito entrevistas realizadas com ex-prefeito, ex-coordenadora pedagógica, ex-assessor pedagógico, ex-professoras, ex-aluna e mãe de ex-aluna. Na gestão do prefeito Zaire Rezende (1983-1988), a participação da comunidade rural no processo de nucleação ocorreu na medida proposta pela referida administração, porém, suscitou uma “tímida experiência” de organização democrática dentre a população campesina. O período se pautou principalmente pelo desenvolvimento da infraestrutura física necessária para essa mudança nos estabelecimentos municipais rurais, bem como na organização de transporte escolar, condições imprescindíveis para a realização desse projeto. A gestão Virgílio Galassi (1989-1992) deu continuidade e terminalidade ao processo, apresentando maior demanda com relação à organização dos aspectos administrativo e pedagógico das escolas núcleos. A oferta de transporte escolar foi a representação instituída pelas comunidades rurais quanto à nucleação; já as escolas núcleos, seriadas e pluridocentes não foram rememoradas, diferentemente da escola isolada, representada como lugar de socialização dos habitantes das comunidades campesinas. No espaço rural, lugar de escola, as instituições isoladas foram designadas na imagem mental das comunidades com atributos de legibilidade, identidade, estrutura e significado, haja vista também a presença de resistência na efetivação da integração de uma escola municipal rural, a Tenda.