Padrões de herbivoria e efeitos na sobrevivência de plantas lenhosas jovens em uma Savana Neotropical

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Raupp, Paola Pisetta
• Orientador(a): Costa, Alan Nilo da
• Banca de defesa: Cornelissen, Tatiana Garabini , Oliveira, Denis Coelho de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso embargado
• Idioma: eng
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Ecologia; Cerrado; Dano foliar; Estabelecimento de plantas; Formigas-cortadeiras; Guilda de insetos; Herbivoria; Mudas; herbivory; insect feeding guild; leaf-cutter ants; leaf damage; plant establishment; saplings
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32971; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.402

As folhas frequentemente apresentam danos causados por insetos herbívoros nos ecossistemas terrestres. No primeiro ano de desenvolvimento das plantas, a herbivoria é considerada o principal estressor biótico responsável pela redução na sua sobrevivência. Nesse sentido, os herbívoros podem modificar a abundância e distribuição das espécies vegetais e, consequentemente, moldar a estrutura de comunidades. Entender o funcionamento e o papel da herbivoria durante os primeiros estágios de vida das plantas representa a linha de base para desenvolver estratégias de conservação, o que é, particularmente, importante para a savana brasileira, considerada a savana tropical mais rica em biodiversidade do mundo. No primeiro capítulo desse estudo, nós caracterizamos e comparamos a herbivoria foliar de acordo com a frequência e nível de dano em plantas jovens lenhosas, distinguindo-se os danos entre seis guildas de insetos (minadores, galhadores, sugadores, raspadores, mastigadores e cortadores) em formações vegetais de savana aberta e fechada. Nós encontramos que a frequência de folhas atacadas por herbívoros variou de acordo com a formação vegetal e guilda de herbívoro, sendo maior para cortadores em savana fechada e para raspadores e mastigadores em savana aberta. A comunidade de plantas na savana fechada teve um nível de herbivoria foliar 1.4 vezes maior que na savana aberta, principalmente devido a guilda dos cortadores. Essa guilda foi responsável pela maior redução de área foliar (~ 95%), incluindo a remoção da parte aérea das mudas através de um corte ao nível do hipocótilo feito pelas formigas-cortadeiras-de-folha, registro até então nunca contabilizado. No segundo capítulo, nós avaliamos a sobrevivência e a capacidade de rebrota de 1520 mudas de 10 espécies arbóreas com diferentes tamanhos de sementes após simular quatro níveis de herbivoria experimental de insetos mastigadores (0%, 50%, 100% e 100% mais hipocótilo) em formação vegetal de savana aberta e fechada. Nós encontramos que a sobrevivência de mudas variou de acordo com a espécie, formação vegetal e intensidade de herbivoria. Desfolhas até 50% não afetaram a sobrevivência das mudas em nenhuma formação vegetal. Alternativamente, altos níveis de herbivoria (100% e 100% mais hipocótilo) reduziram a sobrevivência das mudas. As mudas em formação vegetal aberta tiveram menor sobrevivência para todos os níveis de herbivoria. Além disso, as características intrínsecas das espécies, como o tamanho da semente e a capacidade de rebrota das mudas, foram positivamente relacionadas com o aumento na sobrevivência das mudas. No geral, os resultados encontrados nos dois estudos ilustram o papel dos insetos herbívoros em moldar as comunidades de plantas em diferentes formações vegetais. Mais que isso, fornecem informações importantes para o desenvolvimento de planos de restauração e conservação da savana brasileira, principalmente para ambientes com alta incidência de herbívoros, como formigas-cortadeiras-de-folha.