Padrões estruturais e sucessionais na vegetação do Cerrado acessados por sensoriamento remoto

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Gonçalves, Rogério Victor Soares
• Orientador(a): Oliveira, Denis Coelho de
• Banca de defesa: Silveira, Fernando Augusto de Oliveira e, Pinheiro, Marcelo Henrique Ongaro
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: eng
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Uberlândia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: dinâmica de vegetação; sensoriamento remoto; fogo; cerrado; vereda; invasão de plantas lenhosas; vegetation dynamics; remote sensing; fire; Cerrado; wetland; woody plant encroachment
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA
• Link de acesso: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32711; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.379

A vegetação do Cerrado é caracterizada por ser heterogênea e dinâmica tanto em escala temporal quanto espacial, variando de fisionomias campestres até florestais. Entender o funcionamento dos diversos sistemas que compões a vegetação do Cerrado é de extrema importância para garantir sua conservação. Desta forma, dividimos o presente estudo em 3 capítulos, em que analisamos (1) a dinâmica das fitofisionomias ao longo dos anos na Estação Ecológica do Panga (EEP), (2) a influência do fogo sobre áreas de floresta, savana e vereda na EEP e (3) as variáveis que mais afetam a distribuição das veredas no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. No primeiro capítulo observamos que o fenômeno de woody plant encroachment (i.e., invasão de plantas lenhosas; WPE) ocorre de maneira generalizada na EEP, de forma que as fisionomias mais abertas estão perdendo espaço para fisionomias mais fechadas, além disso, há uma redução nas áreas de veredas de 1987 para 2018. Sabendo que não há manejo de fogo previsto no plano de manejo da EEP, no segundo capítulo abordamos a influência da frequência e intensidade fogo na cobertura vegetal e na taxa de recuperação das vegetações florestais, savânicas e úmidas (i.e., veredas) da reserva, onde observamos que o fogo atua de maneira distinta nas três formações, sendo que ele diminuiu a cobertura vegetal no período logo após a queimada para formações florestais, mas que para as demais formações ele aumentou a cobertura vegetal no primeiro fogo e diminuiu no segundo. Além disso, observamos uma relação positiva entre frequência do fogo e cobertura vegetal para florestas, e nenhuma relação para savana e veredas, apesar da taxa de recuperação não ter diferido entre as formações vegetais. Por fim, nesse capítulo ainda observamos que a severidade do fogo tem um efeito negativo em relação à taxa de recuperação da vegetação de floresta e veredas e nenhum efeito para savana. No último capítulo observamos que diversas variáveis climáticas, topográficas e edáficas são responsáveis por direcionar a presença de veredas para o oeste do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e que, em geral, as matrizes de entorno dessas áreas estão ligadas à agricultura. Finalmente, observamos a presença marcante de formações florestais dentro de veredas, indicando o processo de WPE. Os resultados desses capítulos são úteis para a melhoria de planos de manejo de reservas e para auxiliar a conservação de áreas úmidas, como as veredas, que são sistemas importantes para recarga dos lençóis freáticos e manutenção de fluxo hídrico para importantes bacias da América Latina.