Consumo alimentar e depressão em adultos brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013
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Resumo: | Introdução: Recentemente, tem havido grande interesse acerca do efeito da dieta em questões relacionadas à saúde mental. Resultados indicam papel preventivo de alimentos como frutas e hortaliças na ocorrência da depressão, enquanto alimentos ricos em açúcares e gorduras aumentariam o risco da doença. Apesar disso, os estudos ainda são escassos e os resultados controversos. Objetivo: Avaliar a associação entre consumo alimentar e depressão em adultos brasileiros. Material e Métodos: Estudo transversal utilizando dados dos 46.785 adultos entrevistados na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. O consumo regular (>=5 vezes por semana) de frutas, hortaliças, refrigerantes, doces e a substituição de refeições por lanches foram as exposições de interesse. A depressão maior e a depressão menor, avaliadas pelo instrumento Patient Health Questionnaire - 9, foram os desfechos. Foram calculadas as prevalências e os intervalos de confiança 95% da depressão em função de co-variáveis socioeconômicas, demográficas e marcadores de consumo alimentar. Modelos de regressão multinomial simples e múltiplos, ajustados por variáveis de confusão, foram realizados para obtenção dos odds ratios (OR) bruto e OR ajustados, respectivamente. Resultados: Indivíduos com consumo regular de doces tiveram probabilidade de 42,0% maior de apresentar depressão maior (OR=1,42; IC95%=1,24-1,62). O consumo de doces se associou à depressão maior para ambos os sexos (homens: OR =1,47; IC95%=1,12-1,93; mulheres: OR=1,40; IC95%=1,19-1,63), enquanto o consumo regular de refrigerantes e a substituição regular de refeições por lanches se associou à depressão maior somente entre mulheres (OR=1,17; IC95%=1,01-1,63 e OR=1,28; IC95%=1,01-1,64, respectivamente). Aqueles que consumiam feijão regularmente tiveram probabilidade 18% menor de apresentar depressão maior na população geral (OR=0,82; IC95%=0,73-0,93) e entre as mulheres. Entre os homens, aqueles que consumiam regularmente hortaliças tiveram probabilidade 27% menor de apresentar depressão maior (OR=0,73; IC95%=0,57-0,93). Conclusão: Há indicação de um possível papel da alimentação na depressão, sendo o consumo regular de doces e a substituição regular das refeições por lanches associados à maior probabilidade de depressão e o consumo regular de feijão associado à menor probabilidade. Estudos longitudinais e que explorem os mecanismos dessas associações são necessários antes que sejam realizadas recomendações em saúde pública. |
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2018-05-22T19:16:37Z2018-05-22T19:16:37Z2018-02-22SOUSA, Kamilla Tavares de. Consumo alimentar e depressão em adultos brasileiros: resultados da pesquisa nacional de saúde de 2013. 45 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018.https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/21424http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2018.212Introdução: Recentemente, tem havido grande interesse acerca do efeito da dieta em questões relacionadas à saúde mental. Resultados indicam papel preventivo de alimentos como frutas e hortaliças na ocorrência da depressão, enquanto alimentos ricos em açúcares e gorduras aumentariam o risco da doença. Apesar disso, os estudos ainda são escassos e os resultados controversos. Objetivo: Avaliar a associação entre consumo alimentar e depressão em adultos brasileiros. Material e Métodos: Estudo transversal utilizando dados dos 46.785 adultos entrevistados na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. O consumo regular (>=5 vezes por semana) de frutas, hortaliças, refrigerantes, doces e a substituição de refeições por lanches foram as exposições de interesse. A depressão maior e a depressão menor, avaliadas pelo instrumento Patient Health Questionnaire - 9, foram os desfechos. Foram calculadas as prevalências e os intervalos de confiança 95% da depressão em função de co-variáveis socioeconômicas, demográficas e marcadores de consumo alimentar. Modelos de regressão multinomial simples e múltiplos, ajustados por variáveis de confusão, foram realizados para obtenção dos odds ratios (OR) bruto e OR ajustados, respectivamente. Resultados: Indivíduos com consumo regular de doces tiveram probabilidade de 42,0% maior de apresentar depressão maior (OR=1,42; IC95%=1,24-1,62). O consumo de doces se associou à depressão maior para ambos os sexos (homens: OR =1,47; IC95%=1,12-1,93; mulheres: OR=1,40; IC95%=1,19-1,63), enquanto o consumo regular de refrigerantes e a substituição regular de refeições por lanches se associou à depressão maior somente entre mulheres (OR=1,17; IC95%=1,01-1,63 e OR=1,28; IC95%=1,01-1,64, respectivamente). Aqueles que consumiam feijão regularmente tiveram probabilidade 18% menor de apresentar depressão maior na população geral (OR=0,82; IC95%=0,73-0,93) e entre as mulheres. Entre os homens, aqueles que consumiam regularmente hortaliças tiveram probabilidade 27% menor de apresentar depressão maior (OR=0,73; IC95%=0,57-0,93). Conclusão: Há indicação de um possível papel da alimentação na depressão, sendo o consumo regular de doces e a substituição regular das refeições por lanches associados à maior probabilidade de depressão e o consumo regular de feijão associado à menor probabilidade. Estudos longitudinais e que explorem os mecanismos dessas associações são necessários antes que sejam realizadas recomendações em saúde pública.Introduction: Recently, there has been great interest in the effect of diet on mental health issues. Results indicate the preventive role of foods such as fruits and vegetables in the occurrence of depression, while foods high in sugars and fats would increase the risk of disease. Despite this, studies are still scarce and controversial results. Objective: Evaluating the association between dietary intake and depression in Brazilian adults. Material and Methods: A cross-sectional study using data from 46.785 adults interviewed in the National Health Survey in 2013. The regular consumption (≥5x/week) of fruits, vegetables, soft drinks, sweets and the meal for snack replacement were the exhibitions of interest. The Major depression and minor depression, as measured by the Patient Health Questionnaire – 9 instrument, were the outcomes. The prevalence and 95% confidence intervals of depression were calculated as a function of socioeconomic, demographic and food consumption markers. Simple and multiple multinomial regression models, adjusted for confounding variables, were performed to obtain adjusted odds ratios (OR) and adjusted OR, respectively. Results: Individuals with regular sweets consumption were 42.0% more likely to present major depression (OR=1.42; 95% CI=1.24-1.62). The sweets consumption was associated with major depression for both genders (men: OR=1.47; 95% CI=1.12-1.93; women: OR=1.40; 95% CI=1.19-1.63); While to the soft drinks regular consumption and regular replacement of meals for snacks, was associated with major depression only among women (OR=1.17; 95% CI=1.01-1.63 and OR=1.28; 95% CI=1.01-1.64, respectively). Those who consumed beans regularly had likely 18% less to present major depression in the general population (OR=0.82; 95% CI=0.73-0.93) and among women. Among men, those who regularly consumed vegetables, had 27% lower probability of presenting major depression (OR=0.73; 95% CI=0.57-0.93). Conclusion: There is an indication of a possible role of food in depression: being regular sweets consumption and regular replacement of meals for snacks associated with higher probability of depression, and regular consumption of beans associated with less probability. Longitudinal studies exploring the mechanisms of these associations are necessary before recommendations are made in public health.UFU - Universidade Federal de UberlândiaDissertação (Mestrado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em Ciências da SaúdeBrasilCNPQ::CIENCIAS DA SAUDEDepressãoDepressionConsumo alimentarFood consumptionEpidemiologiaEpidemiologyEpidemiologia nutricionalNutritional epidemiologyConsumo alimentar e depressão em adultos brasileiros: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013Food consumption and depression in brazilian adults - Results of the National Health Research of 2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisMarques, Emanuele Souzahttp://lattes.cnpq.br/5021045979559515Azeredo, Catarina Machadohttp://lattes.cnpq.br/2317284338521807Levy, Renata Bertazzihttp://lattes.cnpq.br/4630038671114897Rinaldi, Ana Eliza Madalenahttp://lattes.cnpq.br/9256988624383740http://lattes.cnpq.br/0397713726741265Sousa, Kamilla Tavares de42publicado no crossref antes da rotina xmlinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUORIGINALConsumoAlimentarDepressao.pdfConsumoAlimentarDepressao.pdfapplication/pdf1176991https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/21424/3/ConsumoAlimentarDepressao.pdf718ce5c10f47a618fe96840b4fa21affMD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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Introdução: Recentemente, tem havido grande interesse acerca do efeito da dieta em questões relacionadas à saúde mental. Resultados indicam papel preventivo de alimentos como frutas e hortaliças na ocorrência da depressão, enquanto alimentos ricos em açúcares e gorduras aumentariam o risco da doença. Apesar disso, os estudos ainda são escassos e os resultados controversos. Objetivo: Avaliar a associação entre consumo alimentar e depressão em adultos brasileiros. Material e Métodos: Estudo transversal utilizando dados dos 46.785 adultos entrevistados na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. O consumo regular (>=5 vezes por semana) de frutas, hortaliças, refrigerantes, doces e a substituição de refeições por lanches foram as exposições de interesse. A depressão maior e a depressão menor, avaliadas pelo instrumento Patient Health Questionnaire - 9, foram os desfechos. Foram calculadas as prevalências e os intervalos de confiança 95% da depressão em função de co-variáveis socioeconômicas, demográficas e marcadores de consumo alimentar. Modelos de regressão multinomial simples e múltiplos, ajustados por variáveis de confusão, foram realizados para obtenção dos odds ratios (OR) bruto e OR ajustados, respectivamente. Resultados: Indivíduos com consumo regular de doces tiveram probabilidade de 42,0% maior de apresentar depressão maior (OR=1,42; IC95%=1,24-1,62). O consumo de doces se associou à depressão maior para ambos os sexos (homens: OR =1,47; IC95%=1,12-1,93; mulheres: OR=1,40; IC95%=1,19-1,63), enquanto o consumo regular de refrigerantes e a substituição regular de refeições por lanches se associou à depressão maior somente entre mulheres (OR=1,17; IC95%=1,01-1,63 e OR=1,28; IC95%=1,01-1,64, respectivamente). Aqueles que consumiam feijão regularmente tiveram probabilidade 18% menor de apresentar depressão maior na população geral (OR=0,82; IC95%=0,73-0,93) e entre as mulheres. Entre os homens, aqueles que consumiam regularmente hortaliças tiveram probabilidade 27% menor de apresentar depressão maior (OR=0,73; IC95%=0,57-0,93). Conclusão: Há indicação de um possível papel da alimentação na depressão, sendo o consumo regular de doces e a substituição regular das refeições por lanches associados à maior probabilidade de depressão e o consumo regular de feijão associado à menor probabilidade. Estudos longitudinais e que explorem os mecanismos dessas associações são necessários antes que sejam realizadas recomendações em saúde pública. |
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