M?os e p?s na terra: an?lise dos silenciamentos nos diagn?sticos sobre o Jequitinhonha

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Souza, Lauanda Lopes de
• Orientador(a): Sulzbacher, Aline Weber
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: UFVJM
• Link de acesso: http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/handle/1/2994
• topic: Vale do Jequitinhonha; Racismo; Pobreza; Interseccionalidade; Regionaliza??o; Silenciamento; Jequitinhonha`s Valley; Racism; Poverty; Intersectionality; Regionalization; Silencing

A presente disserta??o trata do discurso hegem?nico constru?do sobre o Vale do Jequitinhonha no interior do processo de cria??o e consolida??o dessa regi?o de planejamento e interven??o estatal. Foram analisados os planos de desenvolvimento para o Vale do Jequitinhonha, escritos entre as d?cadas de 1950 e 1980, per?odo hist?rico em que se criou e difundiu uma vis?o estigmatizada sobre essa localidade e de suas comunidades. A pesquisa assumiu a interseccionalidade como perspectiva de an?lise, considerando a articula??o das opress?es de g?nero, ra?a e classe como elemento central para a compreens?o da realidade. Buscou-se identificar como o silenciamento e a nega??o de uma diversidade ?tnica dos sujeitos e comunidades, em nome da constru??o da identidade regional/nacional revelam tamb?m o ocultamento da explora??o hist?rica a que esses sujeitos foram submetidos. Realizou-se um levantamento hist?rico sobre a regi?o, desde a sua forma??o at? o processo de regionaliza??o, buscando identificar os interesses ocultos em determinados discursos e estigmas e o papel do Estado nesse processo. Posteriormente, foram identificados os elementos da din?mica social dos territ?rios da bacia do rio Jequitinhonha que foram negados e/ou silenciados no interior dos planos desenvolvimentistas que criaram a regi?o ?Vale do Jequitinhonha?. Como resultado, foi poss?vel identificar que, desde o per?odo colonial at? o processo de regionaliza??o, a invisibilidade e silenciamento em torno da realidade social e ?tnica da localidade funcionaram enquanto estrat?gia para uma cont?nua explora??o e mutilamentos de sujeitos e comunidades do rio Jequitinhonha. Observa-se que algumas categorias como ?pobreza? e ?Homem do Jequitinhonha? se produzem diretamente da dimens?o racial, ocultando um processo de domestica??o dos corpos dos sujeitos em prol dos interesses do sistema capitalista. Dessa forma, al?m da expropria??o do territ?rio, essa localidade tem se tornado um polo exportador de for?a de trabalho negra e barata para outras regi?es, bem como de seus recursos naturais como a minera??o.