Competitividade das exportações brasileiras de celulose: uma análise do Custo Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Radicchi, Caio César
Orientador(a): Teixeira, Erly Cardoso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9016
Resumo: O Brasil tem enfrentado dificuldades para aumentar sua competitividade no mercado internacional devido à combinação de um conjunto de fatores estruturais específicos denominado "Custo Brasil". Este estudo identifica tais problemas e analisa seus efeitos sobre a produção de celulose no país. Por meio da exportação de celulose extraída do eucalipto, esse segmento econômico contribuiu com cerca de US$ 2,2 bilhões para o aumento do saldo da balança comercial brasileira em 2002. Neste estudo, parâmetros comparativos são utilizados na análise do impacto do Custo Brasil na produção de celulose nacional, no período de 2000 a 2002. Os parâmetros são os custos resultantes de tributação, encargos trabalhistas, custos administrativos, despesas financeiras, variação cambial, frete interno e despesas portuárias pagas pela indústria exportadora de celulose. Os custos para a indústria nacional de celulose, resultantes desses parâmetros, foram individualmente comparados com os similares, presentes nas indústrias de produção de celulose de Portugal, Espanha, Estados Unidos e Canadá. Métodos empíricos foram utilizados na criação de duas medidas para quantificar os efeitos do Custo Brasil. Uma medida, a taxa de proteção nominal (TPN), considera a relação entre os preços finais de mercado. Pelo resultado da TPN, compara-se a margem nos preços, recebida pelo produtor nacional, com a recebida pelos concorrentes externos. A outra medida, a taxa de proteção efetiva (TPE), está focada no efeito de todos os parâmetros componentes do Custo Brasil estudados sobre o valor adicionado do produtor. O estudo concluiu que o valor de -37,30% da TPN indica que o produtor nacional de celulose recebe 37% menos por seu produto do que os competidores externos. A TPE negativa de 35,26% baseou-se nos sete parâmetros estudados e aprofunda o problema. O Custo Brasil reduziu o valor adicionado do produto brasileiro em 35%. Devido aos problemas estruturais, os produtores brasileiros de celulose estão operando sob desvantagem competitiva no mercado internacional de celulose. Apesar disso, ainda são capazes de competir com sucesso no mercado externo. Isto é resultado do baixo custo de produção, decorrente do emprego de avançada capacidade tecnológica desde o cultivo do eucalipto até o uso de técnicas produtivas e da variação cambial no período estudado, que apresentou vantagem relativa de 40% para os exportadores nacionais. Conforme demonstrado, os componentes do Custo Brasil, como tributos, administração, trabalho, custo financeiro, frete interno e despesas portuárias, não superaram benefícios introduzidos pelo conhecimento tecnológico e pelo ganho cambial. Para enfrentar os problemas estruturais ainda existentes, a classe empresarial e o setor público precisam agir em conjunto para sanar as deficiências. Apesar de os padrões de produção da celulose brasileira serem considerados eficientes, os gargalos que impedem a competitividade brasileira no mercado internacional precisam ser enfocados para assegurar continuada expansão da capacidade de exportação da celulose nacional.
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Neste estudo, parâmetros comparativos são utilizados na análise do impacto do Custo Brasil na produção de celulose nacional, no período de 2000 a 2002. Os parâmetros são os custos resultantes de tributação, encargos trabalhistas, custos administrativos, despesas financeiras, variação cambial, frete interno e despesas portuárias pagas pela indústria exportadora de celulose. Os custos para a indústria nacional de celulose, resultantes desses parâmetros, foram individualmente comparados com os similares, presentes nas indústrias de produção de celulose de Portugal, Espanha, Estados Unidos e Canadá. Métodos empíricos foram utilizados na criação de duas medidas para quantificar os efeitos do Custo Brasil. Uma medida, a taxa de proteção nominal (TPN), considera a relação entre os preços finais de mercado. Pelo resultado da TPN, compara-se a margem nos preços, recebida pelo produtor nacional, com a recebida pelos concorrentes externos. A outra medida, a taxa de proteção efetiva (TPE), está focada no efeito de todos os parâmetros componentes do Custo Brasil estudados sobre o valor adicionado do produtor. O estudo concluiu que o valor de -37,30% da TPN indica que o produtor nacional de celulose recebe 37% menos por seu produto do que os competidores externos. A TPE negativa de 35,26% baseou-se nos sete parâmetros estudados e aprofunda o problema. O Custo Brasil reduziu o valor adicionado do produto brasileiro em 35%. Devido aos problemas estruturais, os produtores brasileiros de celulose estão operando sob desvantagem competitiva no mercado internacional de celulose. Apesar disso, ainda são capazes de competir com sucesso no mercado externo. Isto é resultado do baixo custo de produção, decorrente do emprego de avançada capacidade tecnológica desde o cultivo do eucalipto até o uso de técnicas produtivas e da variação cambial no período estudado, que apresentou vantagem relativa de 40% para os exportadores nacionais. Conforme demonstrado, os componentes do Custo Brasil, como tributos, administração, trabalho, custo financeiro, frete interno e despesas portuárias, não superaram benefícios introduzidos pelo conhecimento tecnológico e pelo ganho cambial. Para enfrentar os problemas estruturais ainda existentes, a classe empresarial e o setor público precisam agir em conjunto para sanar as deficiências. Apesar de os padrões de produção da celulose brasileira serem considerados eficientes, os gargalos que impedem a competitividade brasileira no mercado internacional precisam ser enfocados para assegurar continuada expansão da capacidade de exportação da celulose nacional.Brazil has encountered difficulties improving its competitiveness in the international marketplace due to a combination of country specific structural problems: the “Brazil costs.” The present study identifies several of these costs and analyzes their effect on the country’s cellulose pulp industry. Through the export of cellulose mainly from eucalyptus, this economic segment contributed about US$ 2.2 billion to improve Brazil’s trade balance in 2002. In this study, comparative parameters are used to analyze the impact of the Brazil costs on the country’s cellulose industry’s competitiveness from 2000 through 2002. The parameters are the costs resulting from taxation, labor, management, finance, currency fluctuations, internal freight, and port charges paid by cellulose industry exporters. The costs to the Brazilian cellulose pulp industry resulting from these parameters are individually compared with parallel costs born by the cellulose pulp industries in Portugal, Spain, the United States, and Canada. Empiric methods are used to create two measures to quantify the Brazil costs’ effect. One measure, the nominal rate of protection (NRP), is dependent on final market prices. The NRP value is the result of an analysis that compares actual revenue received by Brazilian cellulose pulp producers with revenue received by non-Brazilian pulp producers. The other measure, the effective rate of protection (ERP), focuses on the effect of each parameter on producer value added. The value of ERP represents the difference between the parameter's cost to value added by Brazilian cellulose pulp producers and the parameter's cost to value added by non-Brazilian cellulose pulp producers. The study found that the NPR value was -37.30%, which indicates that Brazilian cellulose pulp producers receive 37% less than their foreign competitors for the same product. The ERP value was found to be -35,26% with ERP calculations using the seven parameters resulting in negative values. Brazilian costs reduced the value added by Brazilian cellulose producers 35% relative to producers in the other studied countries. Due to Brazilian structural problems, the country’s cellulose pulp producers are shown to be working under a competitive disadvantage in the international cellulose market. Even in the presence of the noted structural problems, Brazilian cellulose pulp producers are able to compete successfully in the international marketplace. This is a result of low production costs derived from advanced production technology up from eucalyptus culture to production facilities and a favourable exchange rate devaluation of 40% for local exporters in the period. Despite of negatives NRP and ERP, the costs for Brazilian taxes, administration, labor, financing, inland freight and port use do not outweigh the benefits sustained by advanced production technology and the exchange devaluation. In order to remedy the remaining structural problems, the entrepreneurial class and the public sector must act together to solve said deficiencies. Although Brazilian cellulose production facilities were found to be efficient, the bottlenecks impeding Brazilian competitiveness in the international marketplace must be addressed to insure the expansion of cellulose pulp exportation.porUniversidade Federal de ViçosaProdução de celuloseMercado internacionalCiências Sociais AplicadasCompetitividade das exportações brasileiras de celulose: uma análise do Custo BrasilBrazilian cellulose pulp export competitiveness: a brazilian costs effects researchinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de EconomiaMestre em Economia AplicadaViçosa - MG2004-04-29Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf228539https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9016/1/texto%20completo.pdfb31d0fb525ceb136a455b0be8117aae4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9016/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3660https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9016/3/texto%20completo.pdf.jpg63eef1e0eab08166fc43e5af8d008b2eMD53123456789/90162016-11-03 22:00:22.59oai:locus.ufv.br:123456789/9016Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-11-04T01:00:22LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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