Os lugares da marinhagem : trabalho e associativismo em Manaus, 1905-1919

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Paião, Caio Giulliano de Souza, 1989
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: [s.n.]
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/20.500.12733/9418
Resumo: Orientador: Fernando Teixeira da Silva
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A separação dessas funções concebida pelo oficialato não se limitava à organização das tarefas de bordo, mas buscava ser expandida para interditar a autonomia da marinhagem fora dos navios. O porto de Manaus é o mundo desembarcado analisado aqui, transformado no início do século XX para atender a alta demanda pela borracha amazônica. A escolha dos marítimos pela matrícula em Manaus informa aspirações próprias de liberdade naquele espaço, cuja modernização implicava num apagamento da influência indígena e africana daquela vida portuária. O período estudado abarca o momento em que as associações de marítimos ressignificaram os lugares ocupados nos ofícios para galgar participação política no regime republicano, contrapondo-se à naturalização da inferioridade dos trabalhadores braçais e à exclusão de sua cidadania. O recorte temporal inicia-se com a criação da primeira associação por ofício, em 1905, abrange motins e greves no curso da Grande Guerra, e encerra-se em 1919, quando os marítimos amazonenses propuseram a inserção da categoria na legislação social. Até então, a marinha mercante estava sujeita à jurisdição militar e proibida de reivindicar direitos junto à classe trabalhadora. Esta tese problematiza a subordinação imposta à marinhagem por viés jurídico, profissional e associativo, considerando a imposição de lógicas de racialização dos anos seguintes ao fim da escravidão. E discute a agência dos marítimos em criarem seus próprios lugares nos espaços físicos, nos locais de trabalho e no associativismo. Veremos o papel desses lugares no "fazer-se" de uma categoria, revisitando temas da História Marítima, da "era das velas" e do tráfico atlântico, para perceber continuidades e mudanças na "era dos vapores" em uma região distante do litoralAbstract: The advent of steam navigation on the Amazon River, starting in 1853, was a project that intertwined notions of modernity and progress with a process of racialization of maritime work. In this case, racialization is a key element to discuss subordination places assigned to the occupants of the deck and fire, most of whom are of indigenous and African descent. The separation of these functions conceived by the officers was not limited to the organization of tasks on board, but sought to be expanded to prohibit the autonomy of seamen outside the ships. The port of Manaus is the disembarked world analyzed here, transformed at the beginning of the 20th century to meet the high demand for rubber. The choice of seafarers to enroll in Manaus informs aspirations of freedom in that space, whose modernization implied an erasure of the indigenous and african influence of that port life. The period studied encompasses the moment when seafarers' associations re-signified the positions occupied in trades to gain political participation in the republican regime, opposing the naturalization of the inferiority of manual workers and the exclusion of their citizenship. The backgrounds begins with the creation of the first association by trade, in 1905, encompasses riots and strikes during the Great War, and ends in 1919, when Amazonian seafarers proposed the inclusion of the category in social legislation. Until then, the merchant navy was subject to military jurisdiction and prohibited from claiming rights with the working class. This thesis problematizes the subordination imposed on mariners by legal, professional and associative bias, considering the imposition of racialization logics in the years following the end of slavery. And it discusses the agency of seafarers in creating their own places in physical spaces, in workplaces and in associations. We will see the role of these places in the making of a working class, revisiting themes from Maritime History, the "Age of Sail" and the Atlantic trade, to perceive continuities and changes in the "Age of Steamer" in a region far from the coastDoutoradoHistória SocialDoutor em HistóriaFAPESP2018/18252-0[s.n.]Silva, Fernando Teixeira da, 1963-Batalha, Claudio Henrique de MoraesPinheiro, Luís Balkar Sá PeixotoCastellucci, Aldrin Armstrong SilvaLacerda, David P.Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASPaião, Caio Giulliano de Souza, 198920222022-12-02T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (317 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/9418PAIÃO, Caio Giulliano de Souza. Os lugares da marinhagem: trabalho e associativismo em Manaus, 1905-1919. 2022. 1 recurso online (317 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/9418. 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