Semiótica e contextualismo ontológico em Ser e Tempo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ribeiro, Silvio Carlos Marinho, 1978-
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: [s.n.]
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Fenomenologia
Ontologia
Contextualismo (Filosofia)
Semiótica
Pragmática
Phenomenology
Ontology
Contextualism (Philosophy)
Semiotics
Pragmatics
Link de acesso: https://hdl.handle.net/20.500.12733/10921
Resumo: Orientador: Rafael Rodrigues Garcia
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spelling Semiótica e contextualismo ontológico em Ser e TempoSemiotics and contextualism ontological in Being and TimeFenomenologiaOntologiaContextualismo (Filosofia)SemióticaPragmáticaPhenomenologyOntologyContextualism (Philosophy)SemioticsPragmaticsOrientador: Rafael Rodrigues GarciaTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: Na presente tese, busco defender que a analítica de Heidegger na obra Ser e Tempo pressupõe que a descoberta do ser é dependente de contexto situacional do Dasein, o que implica um contextualismo ontológico. Esta visão, sobretudo, supõe que a semântica (relação entre signo e significado) é fundada na pragmática (relação intérprete, interpretante e signo). Esta tese é justificada com base fato de que o significado de um signo varia e depende de elementos como intenção, propósitos, ambiente, tempo etc. que são interpretados como fenômenos contextuais. Supondo-se uma correlação entre ser e significado, e signo e ente, podemos supor um contextualismo ontológico, se a descoberta do ser for dependente de fenômenos contextuais. Se a resposta à questão sobre o sentido do ser depende de uma analítica existencial, e esta é condição de possibilidade de todas as ontologias, podemos concluir que o modo como Heidegger desenvolve as teses de Ser e Tempo pressupõe um contextualismo e uma pragmática. Defendemos, na presente tese, que, interpretando-se Ser e Tempo à luz da teoria dos signos de Morris e das Investigações Lógicas de Husserl, pode-se afirmar que o contexto situacional do Dasein, no qual o ente vem de encontro, articula e restringe o horizonte modal e temporal, ou seja, o ser, e, assim, torna possível e/ou atual o comportamento para com o ente. Mas, para tanto, o intérprete deve ser pragmaticamente competente, ou seja, deve estar familiarizado com o contexto situacional, o que implica que deve ter uma prévia compreensão do contexto no qual se encontra. Em Heidegger, a pré-compreensão constitui a abertura ao ser, o aí (Da) do Dasein. A familiaridade e a prévia compreensão são fenômenos contextuais em razão de serem relativos ao intérprete, ou seja, ao Dasein. Heidegger também supõe que a abertura ao ser, ou seja, à recepção e acesso livre ao ser, é equiprimordialmente constituída pelo encontrar-se (sob uma tonalidade afetiva), o compreender e o discurso. A ideia de contextualismo ontológico nos permite uma explicação mais clara sobre a tese de que o discurso é o fundamento ontológico existencial da linguagem. O conceito de discurso (Rede) é explicitado como articulação relativa à significação da compreensibilidade do encontrar-se (sob uma tonalidade afetiva) no ser-no-mundo. O que implica que o ser da fala e da linguagem é fundado na existência. Se "ser" designa a unidade simples de estruturas modais e temporais do ente, e linguagem, palavra e fala são entes, a estrutura modal e temporal desses entes é fundada no modo de ser da existência e, portanto, é essencialmente dependente de contexto existencial. O discurso articula o sentido, ou seja, opera disjunções e conjunções na estrutura da compreensibilidade prévia e gera uma totalidade de significações que fundam a interpretação e o enunciado. Considerando que a interpretação é uma elaboração e explicitação da compreensibilidade prévia, o discurso torna possível tal elaboração e explicitação a partir de disjunções e conjunções. O discurso constitui a abertura e, por conseguinte, é uma estrutura pragmática e contextual. Em função disso, embora o discurso seja o fundamento da linguagem e da fala, não pode ser confundido com elas. A tese de que a significação vai ao encontro da palavra e que a palavra nasce da significação pressupõe que o significado de uma palavra é dependente de contexto. Esta tese reflete a tese ontológica de que a descoberta do ser do ente é articulada e restringida pelo contexto situacional da abertura e, por conseguinte, depende do ser-no-mundo, o que nos permite concluir que a analítica existencial se compromete com um contextualismo ontológico na medida em que a pragmática ontológica condiciona a descoberta do serAbstract: In this thesis, I seek to defend that Heidegger's analysis in Being and Time presupposes that the discovery of being is dependent on Dasein's situational context, which implies an ontological contextualism. This view, above all, assumes that semantics (relationship between sign and meaning) is based on pragmatics (relationship interpreter, interpreter and sign). This thesis is justified on the basis of the fact that the meaning of a sign varies and depends on elements such as intention, purposes, environment, time, etc. that are interpreted as contextual phenomena. Assuming a correlation between being and meaning, and sign and entity, we can admit an ontological contextualism if the discovery of being is dependent on contextual phenomena. If the answer to the question about the meaning of being depends on an existential analysis, and this is a condition for the possibility of all ontologies, we can conclude that the way in which Heidegger develops the theses of Being and Time presupposes a contextualism and a pragmatics. In this thesis, we defend that, interpreting Being and Time in the light of Morris's theory of signs and Husserl's Logical Investigations, it can be stated that the situational context of Dasein, in which the entity comes against, articulates and restricts the modal and temporal horizon, that is, the being, and, thus, makes possible and/or current the behavior towards the entity.. But, for that, the interpreter must be pragmatically competent, that is, he must be familiar with the situational context, which implies that he must have a prior understanding of the context in which he finds himself. In Heidegger, pre-understanding constitutes the opening to being, the there (Da) of Dasein. Familiarity and prior understanding are contextual phenomena because they are related to the interpreter, that is, to Dasein. Heidegger also assumes that openness to being, that is, to reception and free access to being, is equiprimordially constituted by finding oneself (under an affective tonality) and discourse. The idea of ontological contextualism allows us a clearer explanation of the thesis that discourse is the existential ontological foundation of language. The concept of discourse (Rede) is explained as an articulation related to the meaning of the comprehensibility of finding oneself (under an affective tone) in being-in-the-world. Which implies that the being of speech and language is grounded in existence. If "being" designates the simple unit of modal and temporal structures of the being, and that language, word and speech are entities, the modal and temporal structure of these entities is founded on the mode of being of existence and, therefore, is essentially context dependent existential. Discourse articulates meaning, that is, it operates disjunctions and conjunctions in the structure of prior comprehensibility and a totality of meanings that found interpretation and utterance. Considering that interpretation is an elaboration and explanation of previous comprehensibility, discourse makes such elaboration and explanation possible based on disjunctions and conjunctions. The discourse constitutes the opening and, therefore, is a pragmatic and contextual structure. As a result, although discourse is the foundation of language and speech, it cannot be confused with them. The thesis that meaning goes to the word and that the word is born from meaning presupposes that the meaning of a word is context dependent. This thesis reflects the ontological thesis that the discovery of the being of the entity is articulated and restricted by the situational context of the opening and, therefore, depends on the being-in-the-world, which allows us to conclude that existential analytics is committed to a contextualism ontological insofar as ontological pragmatics conditions the discovery of beingDoutoradoFilosofiaDoutor em Filosofia[s.n.]Garcia, Rafael Rodrigues, 1982-Mergulhão, Adriano RicardoLyra Netto, Edgar de BritoSeneda, Marcos CesarMattos, Fernando CostaUniversidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASRibeiro, Silvio Carlos Marinho, 1978-20232023-05-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (303 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/10921RIBEIRO, Silvio Carlos Marinho. Semiótica e contextualismo ontológico em Ser e Tempo. 2023. 1 recurso online (303 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/10921. Acesso em: 15 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1342390porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-07-12T14:28:52Zoai::1342390Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2023-07-12T14:28:52Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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