Caracterização estrutural e mineral do biofilme supragengival pigmentado de bovinos com periodontite
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/11449/181524 |
Resumo: | A periodontite é uma infecção multifatorial já descrita em diferentes espécies, dentre elas os ruminantes domésticos. Em bovinos, a doença relaciona-se, dentre outros fatores, a uma microbiota potencialmente patogênica que, em sua maioria, encontra-se alojada no biofilme bucal destes animais. Biofilmes são estruturas organizadas, nas quais os constituintes convivem em cooperativismo metabólico e oferecem benefícios para a sobrevivência da microbiota local. Estas formações podem ser classificadas em supragengivais ou subgengivais, e quando mineralizadas, resultam na formação do cálculo. O cálculo supragengival em bovinos é visualizado como um depósito fortemente aderido ao dente, pigmentado de marrom ou preto que no ser humano e em outras espécies já foi descrito como um fator predisponente às doenças periodontais. O objetivo do presente estudo foi caracterizar estrutural e quimicamente o biofilme supragengival de bovinos utilizando-se das técnicas de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de dispersão de energia (EDS), respectivamente, e relacionar os achados ao quadro clínico bucal dos animais (presença de periodontite). Foram coletados 11 dentes primeiro-molares de diferentes animais; cinco amostras sem pigmentação visível, e seis amostras pigmentadas de preto, que foram submetidas inicialmente a MEV, e posteriormente, foram selecionadas três áreas aleatórias para realização da EDS. Os resultados da MEV revelaram formações estruturais com presença de áreas irregulares, possivelmente oriundas de depósitos minerais. Os resultados da EDS apontaram associações entre a presença de ferro (p<0,014) e magnésio (p<0,001) com a ocorrência de periodontite. Com relação à pigmentação, carbono (p<0,039), manganês (p<0,007) e ferro (p<0,015) foram os elementos estatisticamente significantes. Os resultados de associação entre os elementos, independente de condição periodontal ou pigmentação, demonstraram associações entre cálcio e fósforo, e entre ferro e silício. As associações do elemento ferro com periodontite e pigmentação, sugerem possível presença de micro-organismos periodontopatogênicos nestas formações, uma vez que este elemento está intimamente relacionado ao metabolismo bacteriano. Os resultados inéditos do presente trabalho comprovam tratar-se de um biofilme verdadeiro os depósitos pigmentados que se formam na coroa dos dentes de bovinos, e indicam que a presença de biofilme pode atuar como um fator predisponente para etiologia das doenças periodontais. |
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Caracterização estrutural e mineral do biofilme supragengival pigmentado de bovinos com periodontiteStructural and mineral characterization of black pigmented supragingival biofilm of bovines with periodontitisBiofilme dentárioBovinosEspectroscopia de raios X por dispersão de energiaMicroscopia eletrônica de varreduraPeriodontiteDental biofilmBovineEnergy dispersive X-ray spectroscopyScanning electron microscopyPeriodontitisA periodontite é uma infecção multifatorial já descrita em diferentes espécies, dentre elas os ruminantes domésticos. Em bovinos, a doença relaciona-se, dentre outros fatores, a uma microbiota potencialmente patogênica que, em sua maioria, encontra-se alojada no biofilme bucal destes animais. Biofilmes são estruturas organizadas, nas quais os constituintes convivem em cooperativismo metabólico e oferecem benefícios para a sobrevivência da microbiota local. Estas formações podem ser classificadas em supragengivais ou subgengivais, e quando mineralizadas, resultam na formação do cálculo. O cálculo supragengival em bovinos é visualizado como um depósito fortemente aderido ao dente, pigmentado de marrom ou preto que no ser humano e em outras espécies já foi descrito como um fator predisponente às doenças periodontais. O objetivo do presente estudo foi caracterizar estrutural e quimicamente o biofilme supragengival de bovinos utilizando-se das técnicas de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de dispersão de energia (EDS), respectivamente, e relacionar os achados ao quadro clínico bucal dos animais (presença de periodontite). Foram coletados 11 dentes primeiro-molares de diferentes animais; cinco amostras sem pigmentação visível, e seis amostras pigmentadas de preto, que foram submetidas inicialmente a MEV, e posteriormente, foram selecionadas três áreas aleatórias para realização da EDS. Os resultados da MEV revelaram formações estruturais com presença de áreas irregulares, possivelmente oriundas de depósitos minerais. Os resultados da EDS apontaram associações entre a presença de ferro (p<0,014) e magnésio (p<0,001) com a ocorrência de periodontite. Com relação à pigmentação, carbono (p<0,039), manganês (p<0,007) e ferro (p<0,015) foram os elementos estatisticamente significantes. Os resultados de associação entre os elementos, independente de condição periodontal ou pigmentação, demonstraram associações entre cálcio e fósforo, e entre ferro e silício. As associações do elemento ferro com periodontite e pigmentação, sugerem possível presença de micro-organismos periodontopatogênicos nestas formações, uma vez que este elemento está intimamente relacionado ao metabolismo bacteriano. Os resultados inéditos do presente trabalho comprovam tratar-se de um biofilme verdadeiro os depósitos pigmentados que se formam na coroa dos dentes de bovinos, e indicam que a presença de biofilme pode atuar como um fator predisponente para etiologia das doenças periodontais.Periodontitis is a multifactorial infection already existing in different species, among them domestic ruminants. In bovines, this disease is related, among other factors, to a potentially pathogenic microbiota that, for the most part, is housed in the oral biofilm of the animals. Biofilms are organized structures that favor the survival of the local microbiota. Biofilms can be classified as supragingival or subgingival, and when mineralized, they form the dental calculus. The supragingival calculus in bovines is visualized as pigmented brown or black deposit, already described in humans as a predisposing factor to periodontal diseases. The aim of this study was to characterize the structural and chemical the supragingival biofilm of bovines using scanning electron microscopy (SEM) and energy dispersive spectroscopy (EDS), respectively, and to relate them to the clinical status of the animals (periodontitis). Eleven premolars teeth were collected; five non-pigmented samples, and six black pigmented samples, were initially submitted to SEM and, subsequently, to EDS. SEM images revealed irregular structures similar to mineral deposits. The EDS results showed a relation between the presence of iron (p<0,014) and magnesium (p<0,001) with the occurrence of periodontitis. Regarding pigmentation, carbon (p<0,039), manganese (p<0,007) and iron (p<0,015) were the statistically significant elements. The results of the comparison between the elements, regardless of the periodontal condition or pigmentation, demonstrated the combinations of calcium and phosphorus, and between iron and silicon dioxide. Associations of the iron element with periodontitis and pigmentation indicate the presence of periodontopathogenic microorganisms in these structures, since this element is closely related to bacterial metabolism. The unpublished results of the present work demonstrate that the biofilm is a true biofilm of the pigmented deposits that form in the crown of the teeth of cattle, and indicate that the presence of biofilm can act as a predisposing factor for the etiology of periodontal diseases.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)001Universidade Estadual Paulista (Unesp)Dutra, Iveraldo dos Santos [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Saraiva, Júlia Rebecca [UNESP]2019-04-15T14:45:59Z2019-04-15T14:45:59Z2019-02-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18152400091512733004102072P9porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-05T13:47:28Zoai:repositorio.unesp.br:11449/181524Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:40:05.741705Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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A periodontite é uma infecção multifatorial já descrita em diferentes espécies, dentre elas os ruminantes domésticos. Em bovinos, a doença relaciona-se, dentre outros fatores, a uma microbiota potencialmente patogênica que, em sua maioria, encontra-se alojada no biofilme bucal destes animais. Biofilmes são estruturas organizadas, nas quais os constituintes convivem em cooperativismo metabólico e oferecem benefícios para a sobrevivência da microbiota local. Estas formações podem ser classificadas em supragengivais ou subgengivais, e quando mineralizadas, resultam na formação do cálculo. O cálculo supragengival em bovinos é visualizado como um depósito fortemente aderido ao dente, pigmentado de marrom ou preto que no ser humano e em outras espécies já foi descrito como um fator predisponente às doenças periodontais. O objetivo do presente estudo foi caracterizar estrutural e quimicamente o biofilme supragengival de bovinos utilizando-se das técnicas de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de dispersão de energia (EDS), respectivamente, e relacionar os achados ao quadro clínico bucal dos animais (presença de periodontite). Foram coletados 11 dentes primeiro-molares de diferentes animais; cinco amostras sem pigmentação visível, e seis amostras pigmentadas de preto, que foram submetidas inicialmente a MEV, e posteriormente, foram selecionadas três áreas aleatórias para realização da EDS. Os resultados da MEV revelaram formações estruturais com presença de áreas irregulares, possivelmente oriundas de depósitos minerais. Os resultados da EDS apontaram associações entre a presença de ferro (p<0,014) e magnésio (p<0,001) com a ocorrência de periodontite. Com relação à pigmentação, carbono (p<0,039), manganês (p<0,007) e ferro (p<0,015) foram os elementos estatisticamente significantes. Os resultados de associação entre os elementos, independente de condição periodontal ou pigmentação, demonstraram associações entre cálcio e fósforo, e entre ferro e silício. As associações do elemento ferro com periodontite e pigmentação, sugerem possível presença de micro-organismos periodontopatogênicos nestas formações, uma vez que este elemento está intimamente relacionado ao metabolismo bacteriano. Os resultados inéditos do presente trabalho comprovam tratar-se de um biofilme verdadeiro os depósitos pigmentados que se formam na coroa dos dentes de bovinos, e indicam que a presença de biofilme pode atuar como um fator predisponente para etiologia das doenças periodontais. |
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