O funk como elemento de transformação na cultura sexual brasileira: coisificação e/ou empoderamento nas letras musicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Batista, Pamela Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236778
Resumo: O trabalho proposto aborda o tema do empoderamento feminino através das letras de funk e a oposição disso para com uma objetificação e desumanização da mulher que também são marcadas nesse estilo musical, pelo menos em sua origem. Ao analisar o problema do empoderamento vs. Coisificação da mulher faremos uma análise de letras de músicas de funk de várias épocas e que mostram essas duas tendências contraditórias coexistindo dentro do movimento do funk, pois este apresenta uma vertente, cantada particularmente por mulheres, que buscam tomar para si seus corpos, configurando um funk que pode ser chamado de feminista – apesar do embate dentro do movimento feminista sobre isso -, e uma outra vertente, essa já cantada tanto por homens quanto mulheres, que continua a objetificar e desumanizar as mulheres em sua letras. Além disso, também é importante que abordemos que o funk aqui tratado, por mais que o recorte da pesquisa se limite ao funk carioca, também enfrenta um processo de “embranquecimento” que ameaça não apenas o afastar de suas origens como uma expressão da periferia, mas também sujeita os corpos dessas mulheres que cantam o funk aos padrões de beleza brancos. Para tal debate, nos apoiaremos na análise documental, tratando com conteúdo das letras dessas músicas, assim como colocado por Bardin (1977), que foram selecionadas por conveniência para que fosse possível abordar as nuances aqui propostas de forma mais completa, sob a égide de autores que já se debruçam também sobre o tema das mulheres no funk. Além de apontarmos para a falta de trabalhos sobre esse também, também foi possível notar que apesar de o funk ainda objetificar a mulher, e essa, a mulher preta, sofrer também com o processo de imposição de um “embranquecimento” tanto cultural quanto estético, cada vez mais é possível notar uma emancipação feminina dentro desse movimento do funk que empodera não apenas as cantoras, mas também aquelas mulheres que escutam suas músicas.
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Ao analisar o problema do empoderamento vs. Coisificação da mulher faremos uma análise de letras de músicas de funk de várias épocas e que mostram essas duas tendências contraditórias coexistindo dentro do movimento do funk, pois este apresenta uma vertente, cantada particularmente por mulheres, que buscam tomar para si seus corpos, configurando um funk que pode ser chamado de feminista – apesar do embate dentro do movimento feminista sobre isso -, e uma outra vertente, essa já cantada tanto por homens quanto mulheres, que continua a objetificar e desumanizar as mulheres em sua letras. Além disso, também é importante que abordemos que o funk aqui tratado, por mais que o recorte da pesquisa se limite ao funk carioca, também enfrenta um processo de “embranquecimento” que ameaça não apenas o afastar de suas origens como uma expressão da periferia, mas também sujeita os corpos dessas mulheres que cantam o funk aos padrões de beleza brancos. Para tal debate, nos apoiaremos na análise documental, tratando com conteúdo das letras dessas músicas, assim como colocado por Bardin (1977), que foram selecionadas por conveniência para que fosse possível abordar as nuances aqui propostas de forma mais completa, sob a égide de autores que já se debruçam também sobre o tema das mulheres no funk. Além de apontarmos para a falta de trabalhos sobre esse também, também foi possível notar que apesar de o funk ainda objetificar a mulher, e essa, a mulher preta, sofrer também com o processo de imposição de um “embranquecimento” tanto cultural quanto estético, cada vez mais é possível notar uma emancipação feminina dentro desse movimento do funk que empodera não apenas as cantoras, mas também aquelas mulheres que escutam suas músicas.The work proposes to address the issue of female empowerment through funk lyrics and the opposition of this to an objectification and dehumanization of women that are also marked in this musical style, at least in its origin. In analyzing the problem of empowerment vs. the objectification of women, we will analyze the lyrics of funk songs from various eras and that show these two contradictory tendencies coexisting within the funk movement, because it presents a side, sung particularly by women, who seek to take charge of their bodies, configuring a funk that can be called feminist - despite the clash within the feminist movement about this - and another side, this one already sung by both men and women, which continues to objectify and dehumanize women in their lyrics. In addition, it is also important that we address the fact that funk, as much as the research is limited to the carioca funk, also faces a process of "whitening" that threatens not only to remove it from its origins as an expression of the periphery, but also subjects the bodies of these women who sing funk to white standards of beauty. For such a debate, we will rely on documental analysis, dealing with the content of the lyrics of these songs, as put by Bardin (1977), which were selected for convenience so that it would be possible to address the nuances proposed here in a more complete way, under the aegis of authors who have also addressed the issue of women in funk. Besides pointing to the lack of work on this topic, it was also possible to notice that despite funk still objectifies women, and that black women also suffer with the process of the " whitening" imposition, both cultural and aesthetic, it is increasingly possible to notice a feminine emancipation within this funk movement that empowers not only the singers, but also those women who listen to their music.L'œuvre proposée aborde le thème de l'autonomisation des femmes à travers des paroles funk et l'opposition de celle-ci à une objectivation et une déshumanisation des femmes qui sont également marquées dans ce style musical, du moins à son origine. En analysant la question de l'empowerment vs. L'objectivation des femmes sera une analyse des paroles de chansons funk de différentes époques et qui montrent ces deux tendances contradictoires coexistant au sein du mouvement funk, car il présente un courant, chanté notamment par des femmes, qui cherchent à s'approprier leur corps, configurant un funk que l'on peut qualifier de féministe - malgré le clash au sein du mouvement féministe à ce sujet -, et un autre volet, celui-ci déjà chanté aussi bien par des hommes que par des femmes, qui continue d'objectiver et de déshumaniser les femmes dans ses paroles. En outre, il est également important que nous abordions le fait que le funk discuté ici, même si la portée de la recherche est limitée au funk carioca, fait également face à un processus de « blanchiment » qui menace non seulement de l'éloigner de ses origines en tant que expression de la périphérie, mais elle soumet aussi les corps de ces femmes qui chantent du funk aux standards de la beauté blanche. Pour ce débat, nous nous appuierons sur l'analyse documentaire, portant sur le contenu des paroles de ces chansons, comme l'affirme Bardin (1977), qui ont été choisies par commodité pour permettre d'approfondir les nuances proposées ici, sous sous l'égide d'auteurs qui ont également abordé le sujet des femmes dans le funk. En plus de pointer le manque de travaux là-dessus également, il a également été possible de constater que bien que le funk objective encore la femme, et celle-ci, la femme noire, souffre également du processus d'imposition d'un « blanchiment » culturel et esthétique, il est de plus en plus possible de constater une émancipation féminine au sein de ce mouvement funk qui responsabilise non seulement les chanteuses, mais aussi celles qui écoutent leur musique.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ribeiro, Paulo Rennes Marçal [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Batista, Pamela Alves2022-09-30T18:53:20Z2022-09-30T18:53:20Z2022-07-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/23677833004030083P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-01-05T06:25:08Zoai:repositorio.unesp.br:11449/236778Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-01-05T06:25:08Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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