Mediação de conflitos e aprendizagem de práticas morais: estratégias de prevenção em uma escola pública do Estado de São Paulo

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: MENDES, Natalie Perez
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Oeste Paulista; Mestrado em Educação; Brasil; UNOESTE
• Palavras-chave em Português: Violência escolar; Mediação de conflitos; Práticas morais; Ensinos Fundamental II e Médio; Mediation of conflicts; Moral practices; Primary and Secondary Education; School violence; CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/jspui/1326

Esta dissertação foi apresentada e defendida no Programa de Mestrado em Educação da Universidade do Oeste Paulista - Área de concentração: Instituição Educacional e Formação do Educador (UNOESTE). A violência tem sido considerada foco preponderante quando as discussões giram em torno dos conflitos recorrentes do âmbito escolar. Foi inserida no Estado de São Paulo, a função do Professor Mediador Escolar e Comunitário (PMEC). Suas atribuições consistem precipuamente em caráter preventivo. Entretanto, observei que devido, a enorme demanda de ocorrências cotidianas, suas intervenções tem sido, em sua maioria, em caráter curativo, ou seja, intervindo para apaziguar, um conflito já iniciado. Alterada pelas SE 74/2016 e 02/2017, a função passa a ser exercida em alguns casos, pelo vice-diretor ou em parceria dele. O objetivo geral da pesquisa foi analisar práticas de mediação de conflitos desenvolvidas em uma Escola da Rede Estadual de Ensino, com vistas à prevenção. Assumiu-se como objetivos específicos: identificar e analisar práticas dos agentes escolares (Diretor, Vice-diretor, Coordenadores Pedagógicos e PMEC) em relação ao modo como cada um pensa o seu papel na mediação de conflitos e prevenção da violência na escola; identificar e analisar as práticas de prevenção da violência desenvolvidas na escola e suas possíveis correspondências com ações voltadas para o desenvolvimento da autonomia e da moralidade. Esta pesquisa foi realizada segundo a abordagem qualitativa descritiva de natureza fenomenológica do tipo Estudo de Caso Intrínseco. Os procedimentos metodológicos envolveram a recolha de dados, utilizando-se do acompanhamento do PMEC em seus procedimentos cotidianos, de uma escola estadual de Ensino Fundamental II e Médio, de uma cidade de médio porte do interior paulista; análise documental do Caderno de Ocorrências Interno; entrevistas semiestruturadas para o Diretor, Vice-diretor, Coordenadores Pedagógicos e o Professor Mediador da mesma escola. A análise e discussão dos dados foram trabalhados por meio da interpretação das respostas atribuídas (escritas e orais) obtidas nas entrevistas; as quais foram separadas e relacionadas com os objetivos propostos pela pesquisa. Os resultados sinalizam que a maior parte das incidências de violências na escola são as incivilidades (ou microviolências) e que embora exista a necessidade de um aprofundamento na temática da violência, essencial também se faz a necessidade de um aprofundamento teórico-prático na aprendizagem das práticas morais, concluindo que as mesmas, em especial, as assembléias, favorecem o processo de desenvolvimento do aluno, contribuindo conseqüentemente no desenvolvimento da autonomia moral. Esperamos que esta pesquisa sirva de base para outros estudos sobre projetos de prevenção de conflitos e a utilização de práticas morais como formas de contribuição para o desenvolvimento da autonomia moral, da habilidade argumentativa e da prática de valores essenciais para as relações interpessoais, ampliando as discussões aqui iniciadas.